REDAÇÃO ÉPOCA
04/04/2014 21h25
Ranking, divulgado nesta sexta, contabiliza indicadores sociais para qualificar países. Brasil está na 46ª posição
“Se nós temos as métricas erradas, vamos lutar por causas erradas", é o que afirmam os vencedores do Nobel de economia Joseph Stiglitz, Amartya Sen e Jean-Paul Fitoussi no livro Medindo mal nossas vidas. Com o intuito de mudar isso, um novo ranking mundial foi lançado na madrugada de sexta-feira (4).
O Índice de Progresso Social (IPS) avalia mais de 50 parâmetros que agregam qualidade de vida como saúde, moradia, segurança pessoal, acesso à informação e à educação, saneamento básico, sustentabilidade e tolerância. Na lista, o Brasil ocupa a 46ª posição, entre 132 países.
Elaborado pela Social Progress Imperative, a partir de métricas desenvolvidas por uma equipe liderada pela Harvard Business School, o índice pretende mostrar como o desenvolvimento econômico nem sempre traz desenvolvimento social na mesma proporção.
"Até agora, a suposição foi de que há uma relação direta entre o crescimento econômico e bem-estar. No entanto, o IPS descobre que todo o crescimento econômico não é igual. Enquanto maior PIB per capita está correlacionado com o progresso social, a conexão está longe de ser automática. Para níveis similares de renda, vemos que alguns países alcançam níveis mais elevados de progresso social do que outros", afirma o professor Michael Porter, da Harvard Business School.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por exemplo, leva em conta renda, educação e saúde. Lançado anualmente desde 1990, ele é considerado como o principal indicador de desenvolvimento.
Descobertas
O Brasil está à frente dos demais países Brics: Rússia (80ª), Índia (102ª), China (90ª) e África do Sul (69ª). No entanto, a Costa Rica é que se destaca entre os países em desenvolvimento, na 25ª colocação, impulsionada pela expectativa de vida alta (79,5 anos).
No topo do ranking estão Nova Zelândia, Suíça, Islândia, Países Baixos e Noruega. Na América do Sul, se destacam o Uruguai (26º) e o Chile (30º), com destaque na categoria de direitos pessoais.
O Paraguai foi o primeiro país do mundo a adotar oficialmente o Índice de Progresso Social como métrica de desempenho nacional, usando o dado como fonte de informação para pautar políticas públicas.
O diretor executivo do Social Progress Imperative, Michael Green, espera que o índice ganhe mais importância para os países com o passar do tempo. “Levou muitos anos para o PIB a ser adotado em todo o mundo como a medida de prosperidade econômica. Então, vai levar tempo para o Índice de Progresso Social obter o reconhecimento como o que eu espero que seja a medida mundialmente reconhecido de progresso social.”
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