ZERO HORA 13 de julho de 2015 | N° 18225
EDITORIAIS
O trânsito de Porto Alegre e da Região Metropolitana tem sido sistematicamente obstruído por manifestações e protestos de diversas origens, muitos deles de representatividade insignificante, mas suficiente para provocar transtornos de toda ordem à parcela da população que depende de deslocamentos para cumprir compromissos. A ocupação do espaço público e o direito de manifestação se constituem em prerrogativas democráticas, isso é inquestionável. Mas o direito de ir e vir, também garantido pela Constituição, tem sido constantemente desrespeitado por manifestantes que recorrem invariavelmente a um único ato: trancar o trânsito.
Nos engarrafamentos, ficam retidos outros trabalhadores, pessoas que precisam de atendimento médico, estudantes que têm horário para chegar à escola, viajantes que dependem de conexão aérea, às vezes até ambulâncias e veículos utilizados em serviços essenciais. Raramente bloqueios de estradas atingem os verdadeiros alvos dos protestos, que são as autoridades habilitadas a atender as reivindicações.
É evidente que esse conflito de interesses não se resolve com repressão. Mas sempre podem existir alternativas civilizadas, como, por exemplo, a destinação de áreas específicas da cidade para as manifestações, como fazem governantes em outros países. O argumento de que o protesto tem que causar incômodo à população para atingir seu objetivo é uma deformação da democracia que precisa ser revisada.
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