Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 26 de março de 2016

JORNALISMO PROFISSIONAL EM TEMPOS DE CRISE



ZERO HORA 26 de março de 2016 | N° 18483


ARTIGOS


CARLOS FERNANDO LINDENBERG NETO*




Pelo telefone, nas já famosas conversas gravadas, o ex-presidente Lula esbraveja contra jornais, revistas e emissoras de televisão. Pede que o ministro da Fazenda jogue a Receita Federal em cima das empresas de comunicação. Nas ruas, manifestantes protestam contra a “mídia golpista”. Alguns mais extremados agridem repórteres. Por outro lado –acreditem! – telespectadores reclamam que o noticiário está dando muito espaço aos manifestantes governistas e não se conformam com a transmissão ao vivo do pronunciamento de Lula após a condução coercitiva ou da cerimônia de sua posse como chefe da Casa Civil.

A crise sem fim, com torcidas dos dois lados, colocou em primeiro plano o papel do jornalismo no país. É hora, então, de lembrarmos uma singela máxima da atividade jornalística: “Não se briga com a notícia”. E o que não tem faltado nesses últimos tempos, convenhamos, é notícia. A velocidade da crise, que nos cansa e nos causa agonia, se dá numa vertigem com dimensão histórica que o jornalismo tem por obrigação cobrir. A grande notícia de um dia, daquelas que levariam tempos para ser digeridas e analisadas, é logo atropelada por outra notícia ainda mais forte, de maiores impacto e consequências.

Jornalistas vêm trabalhando mais do que nunca para dar aos cidadãos a visão mais abrangente possível da realidade. Porque é exatamente este o papel do jornalismo: noticiar os fatos da forma como eles se dão, de modo que as pessoas tenham a apreensão da realidade. Se as delações premiadas acontecem, se a Justiça divulga o que apura, se há manifestações populares contra e a favor do governo, cabe ao jornalismo levar tudo isso à sociedade.

Nas redes sociais, criam-se torcidas de grande fúria e agressividade, e o jornalismo profissional deve sempre buscar distanciamento dessas disputas emocionais e partidárias. Pelo contrário, deve ter todo o empenho para noticiar a inteireza dos fatos e oferecer as diferentes interpretações sobre esse fatos.

Poucas vezes no Brasil a liberdade de imprensa teve oportunidade tão evidente de comprovar, como tem ocorrido atualmente, a sua importância essencial para a democracia, para o debate livre e transparente, para a vida das pessoas. Ganhou um imenso valor a informação jornalística de qualidade, apurada e editada com profissionalismo, seja no papel, no digital, nos noticiários da televisão ou do rádio.

Já foi dito que “um bom jornal é uma nação falando consigo mesma”. Podemos ampliar esse conceito para o bom jornalismo. É o que temos hoje no Brasil, que atravessa uma crise indesejada por todos, mas que, até para ser ultrapassada, precisa ser noticiada com a grandeza que tem e dentro do máximo equilíbrio.

Temos hoje um extraordinário jornalismo em atividade, cumprindo a sua missão, levando às pessoas os fatos como acontecem e trazendo à luz os fatos que muitos gostariam de manter na escuridão. É para isso que existe o jornalismo numa sociedade livre e democrática. É assim que continuará sendo feito em nosso país.

*Presidente da anj

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