Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

domingo, 10 de agosto de 2014

GOTEJANDO

FOLHA.COM DE SÃO PAULO, 10/08/2014 02h00


Eliane Cantanhêde


BRASÍLIA - Depois de o Planalto enviar um funcionário a um seminário de internet em Cuba, tudo é possível. Cuba é o último lugar do mundo para fazer curso de internet... a não ser de guerrilha digital.

Por essas e outras, é irritante, mas não surpreendente, a informação da Folha e do "Globo" de que a rede do Planalto é usada para adocicar perfis de aliados, azedar dos adversários e plantar calúnias contra jornalistas críticos. A operação, além de indecente e possivelmente criminosa, é também de uma burrice gritante.

Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, afora o fato de serem queridos amigos, são dois dos mais respeitados e premiados jornalistas do país. Logo, o ataque não foi só aos dois, mas a uma categoria inteira e a uma cidadania que exige liberdade de expressão e de crítica.

Do ponto de vista político, é péssimo para Dilma Rousseff, mas é sobretudo um desastre para o PT, que já enfrenta alta rejeição, candidatos assustados e atritos de toda sorte.

Segundo o marqueteiro João Santana, eleições trabalham o imaginário popular. Pois o uso da sede da Presidência para golpes rasteiros só "vai gotejando" uma imagem ruim do PT, como diz Gilberto Carvalho.

A hora é de falar de Mais Médicos, Minha Casa, Pronatec, não de o Planalto fazer jogo sujo que remete a mensalão, aloprados e manipulação da CPI. E à estrela vermelha de dona Marisa no Alvorada, ao passeio da cadelinha em carro oficial, ao emprego da nora para não fazer nada no Sesi e ao contrato milionário do filho –"o Ronaldinho"– por baixo dos panos. A confusão entre público e privado corresponde às boquinhas e ao aparelhamento de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil. Em nome de "uma causa" –a dos poderosos e da elite de plantão. Os outros? São "contra os pobres".

Se cabeças rolaram no Santander por avaliações de mercado, o que ocorrerá por ações no Planalto que nada têm a ver com o interesse público, o Estado e a nação?
eliane cantanhêde
Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa daFolha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal 'GloboNews em Pauta' e da Rádio Metrópole da Bahia.

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