Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

XINGADO PELOS LEITORES



ZERO HORA 29 de dezembro de 2014 | N° 18027


DAVID COIMBRA



Sócrates, o filósofo, dizia de si mesmo que era um moscardo. Ou seja: uma dessas moscas grandes, que estão sempre incomodando. Com isso, reconhecia ser um chato – por causa, basicamente, de seu método investigativo da alma humana e da sociedade, que ele chamava de “parto de ideias”.

Esse parto funcionava assim: Sócrates abordava um cidadão ateniense na rua e jogava-lhe no colo uma pergunta simples e conceitual. “O que é a sabedoria?” “De onde vem a coragem?” O interlocutor respondia e Sócrates contestava, ele era bom em contestar. O sujeito rebatia e ele contra-argumentava em cima de alguma falha do seu raciocínio. E assim prosseguia com perguntas, respostas e novas perguntas, até chegar ao núcleo da questão ou, o que era mais usual, enfurecer o outro, que só queria ir ali ao mercado, comprar uma escrava nova que havia chegado da Trácia. Tenho fortes suspeitas de que Sócrates foi morto, mesmo, mesmo, devido a essa sua mania irritante.

Não quero me comparar a Sócrates, por amor de Deus!, mas aprecio esse método da busca da verdade pelo debate. Gosto do debate. Lanço uma ideia, vem alguém e a critica, pergunto a razão e vamos em frente. Se o outro tem um bom estoque de argumentos, pode muito bem me convencer de que estou errado, o que sói acontecer, porque sói acontecer de eu estar errado. Mas, lamentavelmente, as pessoas não debatem. Não ponderam sobre o que o outro está dizendo. Não argumentam. Elas logo atacam o debatedor, acusam-no de ser isso ou, o que é pior, aquilo e, aí, em vez de luzes, o que sobrevém são trevas.

Sei qual é a razão disso. É porque as pessoas empunham bandeiras. Não é possível compreender o que alguém está dizendo se você está tremulando uma bandeira. Por esse motivo, não me filio a movimento algum, por justo que seja. O movimento pode ter a minha simpatia, jamais a minha adesão, porque preciso ter espaço para pensar. É uma deficiência minha, essa de ter tantas dúvidas.

Exatamente devido à minha ignorância, queria debater com pessoas mais preparadas do que eu. O problema é que essas pessoas mais preparadas são também as mais suscetíveis à contestação. Elas ficam fulas à primeira crítica e já me chamam de tudo o que é ruim, dizem até que eu era mau zagueiro. Triste. Não sou nem jamais serei um Sócrates, mas suspeito de que eu seja um moscardo.

Teço todo esse arrazoado para contar que muitos leitores me criticaram por ter defendido a legalização do aborto, na coluna de sexta-feira passada. Mas foram críticas educadas, algumas compassivas. Portanto, por amor ao debate e na busca da luz, é para esses que escrevo agora. Escrevo para você que é contra o aborto.

Acontece que você não está sozinho. Todas as pessoas são contra o aborto. Quem seria a favor? Que mulher gostaria de fazer um aborto?

O aborto não é como a droga. A droga, em princípio, procura-a quem quer. A droga é usada por prazer ou por curiosidade e, depois, pelo vício. A mulher que faz o aborto não o faz porque deseja. Faz porque considera necessário.

Não é agradável fazer um aborto, não é bom, não acrescenta nada ao status social de quem faz, não lhe melhora a imagem, não o torna mais popular.

O que quero dizer, com isso, é que a legalização do aborto não vai fazer com que ocorram mais abortos.

Já a ilegalidade não diminui o número de abortos. Submete-se a aborto quem achar que precisa, e até com certa facilidade. O problema é que, devido à ilegalidade, as milhares de mulheres que passam por aborto todos os anos têm de entregar-se a médicos clandestinos, quando não curandeiros, ou então, o que é horrendo, elas mesmas se ferem com objetos, como agulhas de tricô.

Então, a questão do aborto ultrapassa quaisquer debates religiosos ou morais. É uma questão de saúde pública. De sobrevivência e de dignidade de multidões de mulheres. Se você é contra o aborto, deve concordar com sua legalização. Todos devem concordar. Porque, afinal, todos são contra o aborto.

UM MOSCARDO

 

ZERO HORA  29/12/2014 | 03h29


David Coimbra: xingado pelos leitores
Colunista escreve de segunda a sábado em ZH





por David Coimbra


Sócrates, o filósofo, dizia de si mesmo que era um moscardo. Ou seja: uma dessas moscas grandes, que estão sempre incomodando. Com isso, reconhecia ser um chato – por causa, basicamente, de seu método investigativo da alma humana e da sociedade, que ele chamava de “parto de ideias”.


Esse parto funcionava assim: Sócrates abordava um cidadão ateniense na rua e jogava-lhe no colo uma pergunta simples e conceitual. “O que é a sabedoria?” “De onde vem a coragem?” O interlocutor respondia e Sócrates contestava, ele era bom em contestar. O sujeito rebatia e ele contra-argumentava em cima de alguma falha do seu raciocínio. E assim prosseguia com perguntas, respostas e novas perguntas, até chegar ao núcleo da questão ou, o que era mais usual, enfurecer o outro, que só queria ir ali ao mercado, comprar uma escrava nova que havia chegado da Trácia. Tenho fortes suspeitas de que Sócrates foi morto, mesmo, mesmo, devido a essa sua mania irritante.


Não quero me comparar a Sócrates, por amor de Deus!, mas aprecio esse método da busca da verdade pelo debate. Gosto do debate. Lanço uma ideia, vem alguém e a critica, pergunto a razão e vamos em frente. Se o outro tem um bom estoque de argumentos, pode muito bem me convencer de que estou errado, o que sói acontecer, porque sói acontecer de eu estar errado. Mas, lamentavelmente, as pessoas não debatem. Não ponderam sobre o que o outro está dizendo. Não argumentam. Elas logo atacam o debatedor, acusam-no de ser isso ou, o que é pior, aquilo e, aí, em vez de luzes, o que sobrevém são trevas.


Sei qual é a razão disso. É porque as pessoas empunham bandeiras. Não é possível compreender o que alguém está dizendo se você está tremulando uma bandeira. Por esse motivo, não me filio a movimento algum, por justo que seja. O movimento pode ter a minha simpatia, jamais a minha adesão, porque preciso ter espaço para pensar. É uma deficiência minha, essa de ter tantas dúvidas.


Exatamente devido à minha ignorância, queria debater com pessoas mais preparadas do que eu. O problema é que essas pessoas mais preparadas são também as mais suscetíveis à contestação. Elas ficam fulas à primeira crítica e já me chamam de tudo o que é ruim, dizem até que eu era mau zagueiro. Triste. Não sou nem jamais serei um Sócrates, mas suspeito de que eu seja um moscardo.


domingo, 28 de dezembro de 2014

VIVEMOS UMA INSTABILIDADE SEM PRECEDENTES



REVISTA ÉPOCA 28/12/2014 10h00


Zbigniew Brzezinski: Vivemos uma instabilidade sem precedentes. O influente estrategista americano diz que há um “despertar político global”. Ele provocou fragmentação e incerteza, e não há quase nada que os EUA possam fazer a respeito

RODRIGO TURRER




O ESTRATEGISTA
Brzezinski no seu escritório em Washington. Ele está otimista com a aproximação entre EUA e Irã (Foto: Karen Ballard/Redux)

Considerado um dos maiores estrategistas da política externa americana no século XX, Zbigniew Brzezinski aconselhou todos os presidentes democratas americanos desde Jimmy Carter (1977-1981). Brzezinski foi um dos personagens centrais do combate à União Soviética na Guerra Fria e previu a emergência da China, a decadência dos Estados Unidos, o enfraquecimento do Ocidente e a importância crescente da tecnologia nos movimentos políticos. Aos 86 anos, mantém febril atividade acadêmica e publica um livro a cada dois anos. Brzezinski afirma que, apesar de vivermos uma “era de tumulto, fragmentação e incerteza”, não há risco de uma guerra global.



ÉPOCA – O senhor costuma dizer que há uma crise global de poder. O que levou a ela e quais suas consequências?
Zbigniew Brzezinski – Vivemos um período de instabilidade sem precedentes. Há enormes faixas de território dominadas por agitação, revoluções, raiva e perda do controle do Estado. A volatilidade decorre da coincidência de várias mudanças estruturais importantes no sistema internacional. O Ocidente não é mais dominante, os impérios acabaram. Há o que chamo de “despertar político global”: uma tomada de consciência sobre as injustiças, desmandos, desigualdades e explorações. É comovente ver esse despertar produzir ondas como a Primavera Árabe. Mas ele não é necessariamente um passo rumo à democracia. Em alguns casos, como na Europa Central, onde a democracia tinha raízes mais profundas, há um movimento contrário à democracia. Às vezes, essas revoltas aumentam o extremismo e o fanatismo. Vemos um mundo em que há um enorme tumulto, fragmentação e incerteza, em que não há uma única ameaça central, mas várias ameaças diversificadas.

ÉPOCA – O que faz o período atual diferente de outros períodos dramáticos como os anteriores à Primeira e a Segunda Guerra Mundial?
Brzezinski – Há muitas similaridades, mas não acredito no caos de grandes guerras. Em 1914 e em 1939, as grandes potências tinham uma visão estreita do mundo. Seus líderes estavam preocupados com questões imediatas, acreditavam que poderiam resolvê-las com o uso da força. Nenhuma das potências atuais tem essa visão, nem mesmo a Rússia, que late, mas não morde. Os EUA perderam poder. A China observa as turbulências geopolíticas à distância. Há os Estados-nação do Oriente Médio, que têm alguma viabilidade geopolítica histórica: Turquia, Irã, Israel e Egito; as potências asiáticas de segundo escalão, como Japão e Índia. Essa profusão de protagonistas garante alguma estabilidade mundial residual. Não teremos nada equivalente a 1914 ou a 1941, mas caminhamos para uma época de grande confusão e caos reinante. Na verdade, vejo paralelos entre o que acontece hoje no Oriente Médio e o que aconteceu na Europa durante a Guerra dos Trinta Anos (série de guerras entre nações europeias entre 1618 e 1648): a ascensão da identificação religiosa como o principal motivo para ação política, com terríveis consequências.


ÉPOCA – Quais as consequências dessa nova ordem multipolar, que alguns analistas chamam de “ascensão do resto” e outros de “nova desordem mundial”?
Brzezinski – Não sei o que esses slogans significam. Discussões recentes a respeito do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) foram baseadas em delírios ou apenas em conjecturas oportunistas, como ficou provado. O Bric não existe como bloco. É apenas um amontoado de letras. Deixou de ser considerado uma alternativa séria. Arriscaria dizer que tais fórmulas, em larga medida, refletem o que tenho dito nos últimos 20 anos: vivemos um período de instabilidade sem precedentes, provocado pelo despertar político global.

ÉPOCA – Qual o papel dos Estados Unidos neste mundo?
Brzezinski – O cenário hoje é mais complexo que há 20 anos. A ascensão da China revelou um poder que já se equipara economicamente aos Estados Unidos. Em breve, isso ocorrerá no âmbito militar. A conduta dos russos também contribuiu para maiores incertezas. O fracasso da Europa em desenvolver uma política e um perfil militar coeso reduziu a capacidade americana de agir como um poder decisivo no mundo. A fragilidade americana fica evidente na incapacidade de dar estabilidade à política dinâmica, arrogante e imprevisível do Oriente Médio. Os esforços americanos para produzir a paz entre Israel e Palestina não foram produtivos, e a política do Oriente Médio se tornou cada vez mais violenta. Dito isso, os EUA ainda são preeminentes. Mas não são mais capazes de exercer poder hegemônico. Há vantagens nisso, especialmente quando a política americana é equivocada. Mas isso gera um sistema internacional instável e imprevisível.

ÉPOCA – O que provocou essa perda de influência americana?
Brzezinski – Ela é resultado de várias transformações de significado histórico. Notadamente, a liderança inepta do presidente George W. Bush contribuiu para esse desenvolvimento negativo. A invasão ao Iraque em 2003 foi injustificada, uma vez que se baseou numa premissa falsa. Sua condução desmoralizou os EUA em vários aspectos e contribuiu para o crescente fanatismo no mundo islâmico. O presidente Barack Obama foi mais sensato em sua abordagem. Mas mesmo ele não esteve preparado o suficiente para adotar uma postura decisiva com relação a duas questões que exigem uma solução construtiva: um compromisso com o Irã e um comprometimento entre palestinos e israelenses. Em ambos os casos, uma abordagem dinâmica teria sido mais produtiva.
Apesar de tudo, Vladimir Putin não é uma ameaça séria, não é um Hitler
do século XXI"

ÉPOCA – O senhor foi um dos principais mentores de Obama. Ficou decepcionado com a política externa do governo dele?
Brzezinski – Não diria decepcionado, mas surpreso. Como quando ele anunciou, em 2011, que Bashar al-Assad (o ditador da Síria) deveria partir. Não estava claro, para mim, por que deveríamos tirar Assad do poder, ainda mais em face do que poderia vir no lugar dele. Não havia nada na Síria nem sequer próximo à Primavera Árabe. Era uma questão de uma guerra sectária, sunitas contra xiitas. A política claudicante dos Estados Unidos contribuiu para aumentar o caos na Síria, depois da entrada em cena de grupos hostis aos EUA, como o Estado Islâmico. Obama adotou uma política autodestrutiva naquele momento. Agora, estamos num caminho mais correto, envolvendo nas conversas não só os europeus, mas também russos, chineses e iranianos.

ÉPOCA – O senhor era conselheiro de Segurança Nacional durante a Revolução Islâmica no Irã, em 1979. Acredita numa aproximação dos EUA com o Irã?
Brzezinski – Bem, algo acontece, porque houve algum diálogo indireto entre EUA e Irã, ainda limitado, mas sem precedentes, considerando as duas últimas décadas. Os iranianos estão esgotados e cansados com as sanções econômicas. É o momento para nos aproximarmos deles. Basicamente, vejo o Irã como um autêntico Estado-nação: tem a coesão que falta à maioria dos países do Oriente Médio e é um Estado mais solidamente definido que o Egito. O problema do Irã é sua ameaça potencial para Israel.

ÉPOCA – Israel acusa o Irã de mentir sobre o programa nuclear. Os iranianos são confiáveis?
Brzezinski – Que país não mente quando se trata de relações entre Estados? Os EUA foram acusados de mentir diversas vezes. Em algumas delas, mentimos mesmo. Suspeito que os israelenses também tenham mentido, ocasionalmente. Dito isso, o que podemos fazer? Só poderemos negociar com algum país que tenha a chancela de Israel? Há uma certa histeria quando se trata do programa nuclear do Irã. Os iranianos não são suicidas, não se lançarão a uma corrida desenfreada para fabricar uma bomba nuclear e jogá-la sobre Israel, país que tem de 150 a 200 bombas nucleares e as Forças Armadas mais poderosas do Oriente Médio. Por que o Irã faria isso? Tolice. Eles apenas querem acabar com as sanções que atrapalham o país, tendo o que mostrar à população.

ÉPOCA – Cada vez mais a Rússia tenta controlar antigos satélites soviéticos. O expansionismo de Vladimir Putin é preocupante?
Brzezinski – A Rússia parece inclinada a aproveitar sua capacidade militar para pressionar seus vizinhos mais fracos. O uso da força na Europa, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, teve um efeito negativo sobre a estabilidade internacional. A ação russa na Ucrânia, o uso da força para conquistar um território, é inaceitável no século XXI. É uma ameaça à ordem mundial e reflete as condições de deterioração dessa ordem. É por isso que os países interessados em preservar a paz mundial devem se unir e pressionar a Rússia a encarar a realidade. A ausência de alguma acomodação forçará a Rússia a assumir a postura de um satélite chinês. Torcerei para que mesmo a China se torne mais ativa e franca sobre a questão da conquista de um território por meio do uso de forças militares. Apesar de tudo, Vladimir Putin não é uma ameaça séria, um “Hitler do século XXI”, ainda que parte de sua linguagem e seus trejeitos mais recentes sejam reminiscências de Hitler e Mussolini.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PAPA FRANCISCO ALERTA PARA 15 DOENÇAS QUE ACOMETEM O VATICANO

BRASIL POST 22/12/2014 17:17 BRST


Em mensagem de Natal à Cúria Romana, Francisco enumera as 15 doenças que acometem a Igreja


 



Quinze doenças, nomeadas e explicadas uma a uma, diante de uma plateia formada pela alta cúpula do Vaticano, a chamada Cúria Romana. O papa Francisco aproveitou sua mensagem de Natal para transmitir um duro recado aos cardeais, seus mais próximos colaboradores e também possíveis (ou eventuais) rivais de seu projeto de transformação do Igreja Católica.


“Seria bonito pensar na Cúria Romana como um pequeno modelo da Igreja, como um corpo que cuida seriamente e cotidianamente de estar mais vivo, mais saudável, mais harmonioso e mais unido com Cristo”, disse Francisco. “Mas uma cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não trata de melhorar sempre, é um corpo doente.”

Em seguida, o papa convidou os presentes a um exame de consciência, como preparação para a confissão antes do Natal, e listou as 15 “doenças e tentações” que acometem não apenas a Cúria, mas que “são naturalmente um perigo para cada cristão, cada cúria, comunidade, congregação, paróquia ou movimento religioso”.


Veja o catálogo de doenças de Francisco:


1. A doença de se sentir imortal ou indispensável
Acomete os que se sentem ”superiores a todos” e não ”a serviço de todos” . O papa recomendou uma visita a um cemitério para vermos os nomes de tantas pessoas que “talvez acreditassem que eram imortais, imunes ou indispensáveis”.

2. A doença do excesso de trabalho
Acomete os que “submergem no trabalho descuidando da melhor parte: sentar-se aos pés de Jesus”. O papa lembrou que Jesus “convidou seus discípulos a ‘descansarem um pouco’ porque descuidar do repouso leva ao estresse e à agitação".

3. A doença da fossilização mental e espiritual
Acomete os que se escondem atrás de pilhas de papel e se tornam “máquinas de práticas” em vez de homens de Deus. Ao fazer isso, perdem a capacidade de “chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.”

4. A doença do excesso de planejamento
Segundo Francisco, planejar e se preparar para fazer as coisas é importante, mas “sem cair na tentação de impedir ou tentar dirigir a liberdade do Espírito Santo”.

5. A doença da má coordenação
Acomete os membros da Igreja que “perdem a comunhão uns com os outros” e se convertem em “uma orquestra que produz ruídos porque não vive o espírito de equipe”.

6. A doença de Alzheimer espiritual
Trata-se de uma “redução progressiva das faculdades espirituais” em consequência da “perda da memória” do encontro com o Senhor. O apóstolo ergue ao seu redor “muros e hábitos, quase sempre imaginários” e se torna dependente de suas paixões, caprichos e manias.


Cardeais ouvem o catálogo de doenças que assola a Cúria Romana, ou seja, eles próprios.



7. A doença da rivalidade e da vaidade
Quando a aparência se torna o primeiro objetivo da vida.

8. A doença da esquizofrenia existencial
Acomete os que “abandonam o serviço pastoral e se limitam às tarefas burocráticas, perdendo o contato com a realidade e as pessoas de verdade”.

9. A doença da fofoca

É a doença dos que, sem ter coragem de dizer as coisas abertamente, falam pelas costas das pessoas. Ao fazer isso, semeiam a discórdia, como Satanás.

10. A doença de divinizar os chefes

Acomete os que cortejam os superiores, são presos ao carreirismo e ao oportunismo e vivem a serviço daquilo que querem obter e não do que querem dar ao próximo.

11. A doença da indiferença com os outros

“Quando só pensamos em nós mesmos e perdemos a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando, por inveja ou astúcia, sentimos alegria em ver o outro cair em vez de ajudá-lo a se levantar.”

12. A doença da cara de enterro
Acomete as pessoas que consideram que, para ser comprometido e consistente, “é necessário encher o rosto de melancolia e de dureza, assim como tratar os outros com rigidez e arrogância”. Segundo Francisco, o apóstolo deve transmitir alegria: “Que bem nos faz uma boa dose de humor saudável.”

13. A doença da acumulação
Quando o apóstolo, para encher um vazio existencial em seu coração, só pensa em acumular bens materiais.

14. A doença dos círculos fechados
Quando fazer parte de uma panelinha se torna algo mais forte do que ser parte da Igreja como um todo e até mesmo ser um só com Cristo.

15. A doença do prazer mundano e do exibicionismo
Quando o apóstolo transforma seu serviço em poder para obter mais proveitos mundanos e acumular ainda mais poder. São pessoas capazes de caluniar, difamar e desacreditar os demais para se exibirem e se mostrarem mais capazes do que os demais.

Conhece mais alguma para incluir no catálogo de Francisco?

domingo, 21 de dezembro de 2014

DE CEM, 76 BRASILEIROS AFIRMAM NÃO LER JORNAL



ZERO HORA 21 de dezembro de 2014 | N° 18020


MÍDIA CONSUMO DE INFORMAÇÃO


Versão impressa ainda é a preferida Jornal se mantém como mais confiável



Índice de leitores que acreditam nos diários sobe de 53% para 58%, aponta pesquisa Ibope. Apesar do crescente acesso à internet entre os brasileiros, o uso de plataformas digitais de jornais ainda é baixo: 79% dos leitores afirmam preferir a versão impressa e 10%, as versões digitais. Nesse quesito, o Rio Grande do Sul aparece na penúltima posição, ao lado de Amazonas, com apenas 3% de leitores das publicações na web. O Estado com menor adesão é o Amapá, com somente 2%.

O resultado reflete também a desconfiança que reina nas mídias digitais, com altos índices de entrevistados que afirmam confiar pouco ou nada nas notícias veiculadas nas redes sociais (71%), blogs (69%) e sites (67%).

Conforme o levantamento, a televisão segue líder entre os meios de comunicação, e 73% dos entrevistados têm o hábito de assistir TV diariamente. O rádio segue em segundo, mas seu uso caiu de 61% em 2013 para 55% neste ano. A PBM 2015 foi realizada entre 5 e 22 de novembro de 2014, por meio de entrevistas com 85 perguntas respondidas por 18.312 pessoas maiores de 16 anos, em 848 municípios.

O jornal permanece como o meio de comunicação mais confiável para os brasileiros. A avaliação está na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM 2015), encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e realizada pelo Ibope, que teve resultados divulgados na sexta-feira.

Entre os entrevistados no levantamento, considerado a maior coleta de dados sobre hábitos de consumo de informação, 58% responderam que confiam muito ou sempre nos jornais, contra 40% que confiam pouco ou nunca. O nível de credibilidade cresceu em relação ao ano passado, quando o índice estava em 53%.

Apesar da liderança no ranking de confiança, os jornais ainda enfrentam baixo nível de leitura no país: 76% dos entrevistados afirmaram não ler jornal, 21% leem ao menos um dia da semana, sendo que, destes, apenas 7% o fazem todos os dias. A segunda- feira é o dia mais mencionado pelos leitores (48%). O dia de menor leitura é o sábado (35%).

Entre os fatores que mais aproximam os brasileiros do jornal, a pesquisa apontou a renda e a escolaridade: 15% dos leitores com Ensino Superior e renda acima de cinco salários mínimos (R$ 3.620 ou mais) leem jornal todos os dias. Entre aqueles com até a 4ª série e renda menor que um salário mínimo (R$ 740), os números são 4% e 3% respectivamente.

FILHOS DO SOCIALISMO



O pai chega em casa vestido numa novíssima camisa vermelha do socialismo.  Entra no quarto do filho e beija o retrato do Guevara, que está na parede.

O rapaz espantado pergunta:

- Que é isso pai? Ficou maluco? Logo você que é o maior "coxinha","reaça" de primeira, vestindo a camisa do PT?
- Que nada filho! Agora sou socialista! Conversamos tanto sobre o Partidão que você me convenceu! VIVA O SOCIALISMO! - grita o velho.

O rapaz, membro do DCE da universidade onde já faz um curso de quatro anos há oito anos e fiel colaborador da Juventude do Partidão não se aguenta de tanta alegria!

- Senta aí companheiro! Vamos conversar! O que foi que te levou a essa decisão?

O pai senta-se ao lado do filho e explica:

- Pois é... cansei de discutir contigo e passei a achar que você tem razão. Por falar nisso, lembra do Luís, aquele que te pediu dois mil reais da tua poupança emprestado para dar entrada numa moto?
- O que tem ele? Pergunta o filho...
- Pois é.. Liguei pra casa dele e perdoei a dívida. E fiz mais!
Falei que ele não precisa se preocupar com as prestações, pois vou usar oitenta por cento da sua mesada para pagar o financiamento!
- Pai!!!!! Você ficou louco? Pirou?
- Filho, lembre-se que agora nós somos petistas! Perdoar dívidas e financiar o que não é nosso com o que não é nosso é a nossa especialidade! Temos que dar o exemplo! E tem mais! Agora 49% do seu
carro eu passei para sua irmã. Vendi pra ela quase a metade do seu carro! Dessa forma você continua majoritário mas só podendo usá-lo em 51% do tempo!
- Mas o carro é meu, papai! Não podia fazer isso! Não pode vender o que não é seu!
- Podia sim! Fizeram isso com a maior empresa do país e você foi o primeiro a apoiar! Só estamos seguindo o caminho dela!

O garoto, incrédulo e desolado entra em desespero, mas o pai continua:

- Outra coisa! Doei seu computador, seu notebook e seu tablet para os carentes lá do morro. Agora eles vão poder se conectar!
- Pai! Que sacanagem é essa?
- Não é sacanagem não, filho! Nós petistas defendemos a doação do que não é nosso, lembra? Doamos aviões, helicópteros, tanques para países comunistas... O que é um computador, um tablet e um note diante disso? É o Socialismo que você tanto defende!

Prestes a entrar em colapso, o garoto recebe a última notícia:

- Filho, lembra daquele assaltante que te ameaçou de morte, te espancou e roubou teu iPhone? Vou agora mesmo retirar a queixa e depois irei para a porta da penitenciária exigir a soltura dele,
dizendo que ele é inocente!
- Pai... pelo amor de Deus!... Você não pode fazer isso... O cara é perigoso! Ele pode me perseguir! Ele pode me bater mais ainda!. Estou com medo!
- Perigoso nada! É direitos humanos que nós pregamos, filho! Somos petistas com muito orgulho!
- Mas o cara me espancou! Me roubou, pai!
- Alto lá! Não há provas disso! Isso é estado de exceção! O rapaz é inocente! Nós fizemos a mesma coisa com os companheiros acusados de corrupção e desvios de dinheiro público!
- Mas ele estava armado quando a polícia chegou!
- E daí????? Ele estava armado mas quem prova que a arma era dele? A revista Veja? Isso é coisa de reaça, filho!
- Papai, você ficou doido!

E o pai finaliza:

- Fiquei doido? Na hora de defender bandido que roubou uma nação você é socialista, mas se roubarem você, deixa de ser. Na hora de doar, perdoar dívidas e fazer financiamentos com o dinheiro dos outros, você é socialista, mas se fizer o mesmo com o seu dinheiro você, deixa de ser. Na hora de dilapidar o patrimônio nacional, vendendo o que é mais precioso e não pertence ao partidão e sim ao povo. Você é socialista, mas se vender metade do que é seu, você deixa de ser!

- Portanto, vá ser socialista longe da nossa casa. Assuma a tua ideologia e vá compartilhar teus bens com aqueles que não querem trabalhar, mas querem viver com o dinheiro dos que suam para melhorar a qualidade de vida e são obrigados a entregar quatro meses de trabalho a um governo perdulário e mau administrador da coisa pública....
- Vou pra onde, papai? Perguntou chorando...
- Dane-se .Agora você é um dos sem-teto que você defende, seu moleque cagão! Vá buscar os profetas do socialismo, os arautos do totalitarismo e os defensores de bandidos. E vai se consultar com o médico cubano, porque eu cancelei teu plano de saúde!

Dois dias depois o moleque bateu na porta curado. Não era mais socialista e nem chamava o pai de "reaça". O milagre da educação aconteceu.

Somos todos teóricos/socialistas/comunistas, enquanto a riqueza distribuída é a dos outros, pois dinheiro público não cai do céu. Há sacrificados neste história. Quero ver alguém na mais alta razão meter a mão no bolso e distribuir sua riqueza conquistada com muito esforço e trabalho
duro para quem quer viver de assistencialismo. O Socialismo só perdura enquanto houver riqueza, acumulada pelo capitalismo, para ser distribuída...

O melhor programa social que existe é um emprego e a melhor solidariedade é para os verdadeiros necessitados que necessitam de apoio!


domingo, 14 de dezembro de 2014

AS PRISÕES DA DITADURA



ZERO HORA 4 de dezembro de 2014 | N° 18013

NILSON MARIANO

LUZ SOBRE O PASSADO. MAPA DO CÁRCERE


RIO GRANDE DO SUL concentrou 39 locais de detenção e tortura durante o regime militar, a maior estrutura montada no país, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade. Em 16 cidades, quartéis, delegacias, presídios e até mesmo um navio oceanográfico receberam presos políticos



Uma rede com 39 locais de detenção e tortura foi montada no Rio Grande do Sul enquanto vigorou a ditadura militar. A julgar pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgado quarta-feira, converteu-se na maior estrutura repressiva do país – em número de unidades instaladas –, superando outros Estados estratégicos como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A CNV define que eram “instituições e locais associados a graves violações de direitos humanos”. Quartéis do Exército e da Brigada Militar, mais delegacias de Polícia Civil, foram adaptados para guardar ou interrogar prisioneiros políticos, em 16 cidades. Houve até um navio-cárcere, o Canopus, que ancorou no porto de Rio Grande em abril de 1964 (leia na página 14).

Nem todos os lugares foram centros de tortura. Podiam ser referência para o “primeiro soco” (interrogatório preliminar) ou o depósito daqueles que já haviam feito confissões depois de sofrerem choques elétricos e espancamentos. Em intensidade, nenhum superou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Palácio da Polícia de Porto Alegre.

O fato de o aparato gaúcho ser o mais amplo do Brasil surpreendeu até veteranos militantes de esquerda que pesquisam o assunto. João Carlos Bona Garcia, ex-Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), diz que as unidades de prisão e tortura foram se espalhando gradativamente, motivadas por estratégias do regime.

Bona Garcia esteve na Ilha das Pedras Brancas, em Guaíba, e no 19º Regimento de Infantaria de São Leopoldo, mas foi no Dops que mais padeceu, em março e abril de 1970. Conta que foi torturado pelo major Átila Rohrsetzer, do Centro de Informações do Exército (CIE), a quem descreve como “um sádico e doente”, porque aplicava choques elétricos ao som de música clássica e falando na própria família.

As torturas ocorriam numa sala batizada de fossa. Um médico acompanhava o major Átila. Para avaliar a resistência da vítima, dava chutinhos com a ponta do sapato estilo bico fino no corpo que se contorcia de dor. Atestou que era um “guri forte”, logo podia continuar sendo interrogado, como lembra Bona Garcia:

– Levei muito choque elétrico, tanto na cabeça, como nas mãos, nas orelhas. Conectavam um fio na orelha esquerda e outro no pé direito, para que a corrente do choque circulasse por todo o corpo rapidamente. É apavorante. Ficava meio desorientado, notava que saía faísca pelos cabelos.

O episódio que multiplicou os locais de repressão pelo Estado foi a tentativa de sequestrar o cônsul americano em Porto Alegre, Curtis Carly Cutter, em abril de 1970, por um grupo da VPR. Veterano da Guerra da Coreia (1950-1953), Cutter escapou com um ferimento no braço, mas o atentado acionou o sinal de alerta no CIE.

No mesmo mês, foi enviado ao Rio Grande do Sul um dos maiores especialistas em tortura e solução final (matar e ocultar o cadáver): o major do CIE do Rio de Janeiro Paulo Malhães, que chegaria a coronel do Exército. Ao lado do sargento Clodoaldo Cabral, seu escudeiro, ensinou novas técnicas aos gaúchos. Um dos discípulos foi o delegado do Dops Pedro Seelig. Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio, Malhães destacou:

– É, o Pedro Seelig, este mesmo. Grande amigo.

Quem esteve à mercê de Malhães não esquece a experiência. Paulo de Tarso Carneiro, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), lembra que ele se apresentou no Dops dizendo ser “homem de confiança” do general Emílio Médici, que governou o país de 1969 a 1974:

– Usava óculos escuros, mas não cobria o rosto. Fazia fila para torturar, não tinha pudor. Referia-se aos prisioneiros como um bando de comunistas.

A dupla Malhães e Cabral aumentou os centros de interrogatório. Passou por Caxias do Sul e demorou-se em Três Passos, onde improvisou a Brigada Militar para suas atividades. O então vereador Reneu Geraldino Mertz apanhou tanto, que ficou surdo de um ouvido. Morreu em 1991, ainda com as sequelas.

Antônio Alberi Maffi conta que estava com Mertz e outros companheiros da VPR, que tinha uma filial na região. Recorda que o quartel da BM (hoje o 7º Batalhão de Polícia Militar) estava em obras. Todas as noites, diz, a equipe de Malhães interrogava e torturava o grupo:

– O prédio estava em obras, ficava um pouco afastado do centro da cidade, os moradores não podiam ouvir nossos gritos. Fomos torturados com choques elétricos aplicados por uma maricota (equipamento que regula a intensidade da voltagem elétrica).

Outra razão para o elevado número de locais de detenção é a posição geográfica do Rio Grande do Sul, com fronteiras para o Uruguai e a Argentina, rotas de fuga para perseguidos políticos. O advogado Índio Vargas, do antigo PTB de Leonel Brizola, observa que o contingente militar sempre foi expressivo no Estado, em razão das encrencas passadas com os castelhanos. Vargas também foi torturado no Dops, inclusive por Malhães. Perambulou por outros centros, o que era rotina entre os prisioneiros. Ficou confinado na Ilha das Pedras Brancas, mas o mais insalubre foi o Presídio Central de Porto Alegre, conforme relembra:

– O pior era a comida, precisava ter coragem para engolir aquilo. Lembro que a Dilma Rousseff ia visitar o marido dela, o Carlos Araújo (mais tarde seria deputado pelo PDT), e levava alimentos para ele.

Calino Pacheco Filho, ex-VAR-Palmares, também cita as fronteiras como argumento para a forte vigilância sobre o Rio Grande do Sul. Torturado no Dops, onde nenhum hóspede escapava de pelos menos alguns safanões, esteve na Ilha das Pedras Brancas e na Base Aérea de Canoas. Em cada lugar, uma sensação diferente, como relata:

– Fiquei dois dias na Base Aérea, mas sem tortura. Era uma situação curiosa. Parecia que o pessoal da Aeronáutica queria uma aula de interrogatório, porque havia gente em outra sala, acompanhando.

GAÚCHOS RESPONSABILIZADOS POR CRIMES DA DITADURA

ZERO HORA 10/12/2014 | 20h15

Quem são os gaúchos responsabilizados por crimes da ditadura. Militares e policiais que nasceram ou agiam no Estado foram apontados pela Comissão da Verdade como autores de violações de Direitos Humanos

por Marcelo Gonzatto



Em março, manifestantes protestaram diante da casa do delegado Pedro Seelig, um dos citados no relatório Foto: Diego Vara / Agencia RBS

A lista de 377 agentes públicos citados no relatório da Comissão Nacional da Verdade por violações contra os Direitos Humanos inclui pelo menos duas dezenas de nomes reconhecidamente ligados ao Rio Grande do Sul (veja lista abaixo).

São gaúchos que tiveram papel fundamental na organização do sistema repressor no país durante a ditadura militar, incluindo presidentes e ministros, ou servidores do regime lotados no Estado com atuação na linha de frente da caça aos opositores — a listagem oficial, porém, não detalha o local de nascimento ou atuação de todos os responsabilizados.

A análise do relatório confirma o papel estratégico representado pelo Rio Grande do Sul no combate aos adversários do governo militar. Além de montar um eficiente sistema regional destinado a sufocar rebeldes, estruturado por policiais e militares sob coordenação da Secretaria Estadual da Segurança, o Estado forneceu nomes de alta patente para cargos de poder no país que, segundo o relatório, foram responsáveis pelo uso da força desmedida como política de Estado.


A "ala gaúcha" do relatório tem peso e variedade: inclui três presidentes da República, ministro do Exército, chefe do Sistema Nacional de Informações (SNI), delegados de polícia, militares do Exército e da Brigada. Além dos presidentes Arthur da Costa e Silva, Emilio Médici e Ernesto Geisel, outras figuras graduadas responsabilizadas por violações de direitos no relatório incluem o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o ex-chefe do SNI Golbery do Couto e Silva e o ex-ministro do Exércio Orlando Geisel.

A lista é completada por agentes locais como os delegados Pedro Seelig, Enir Barcelos da Silva e Firmino Peres Rodrigues. Para o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, o relatório constata o papel do Rio Grande do Sul na organização do sistema repressivo nacional.

— Além de nomes importantes da ditadura terem saído daqui, o sistema local de repressão funcionava muito bem sob a coordenação da Secretaria Estadual da Segurança. A presença do aparelho repressivo no Estado foi impressionante — avalia Krischke.


Alguns dos implicados pela comissão nacional se envolveram em casos emblemáticos de tortura, sequestro, desaparecimento ou morte. O delegados Marco Aurélio da Silva Reis e Pedro Seelig e os coronéis do Exército João Oswaldo Leivas Job e Átila Rohrsetzer, por exemplo, estão vinculados ao sequestro dos uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Díaz, ocorrido em Porto Alegre em 1978.

Rohrsetzer e o delegado Enir Barcelos da Silva são citados no relatório por participação no caso das "mãos amarradas", no qual o sargento Manoel Raimundo Soares foi morto afogado, com as mãos atadas, após participar de um movimento legalista que pretendia devolver o poder ao presidente deposto João Goulart.

OS RESPONSABILIZADOS

Confira alguns dos principais nomes ligados ao Rio Grande do Sul que foram citados por violações de Direitos Humanos no relatório da Comissão da Verdade:

Alberi Vieira dos Santos (1937-1979) — Sargento da Brigada Militar, segundo o relatório teve participação em detenções ilegais, execuções, desaparecimentos e ocultação de cadáveres

Arthur da Costa e Silva (1899-1969) — Natural de Taquari, foi presidente da República entre 1967 e 1969. Editou, em dezembro de 1968, o famoso Ato Institucional Nº 5 (AI-5) e aumentou o cerco da repressão.

Átila Rohrsetzer (1931) — Coronel do Exército, chefiou serviços de informações do Exército e foi um dos mentores do chamado "Dopinha" — local clandestino de tortura instalado no Centro de Porto Alegre.

Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932) — Natural de Santa Maria, o coronel do Exército comandou o Doi-Codi do II Exército de 1970 a 1974. Primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador.

Carlos Alberto da Fontoura (1912-1997) — General do Exército nascido em Cachoeira do Sul, foi chefe do SNI de 1969 a 1974, período em que a oposição ao regime militar foi severamente reprimida.

Carlos Alberto Ponzi (1925) — Coronel do Exército, chefiou a agência do Serviço Nacional de Informaçõe (SNI) em Porto Alegre entre o final da década de 1970 e início da de 1980.

Emilio Garrastazú Medici (1905-1985) — General do exército nascido em Bagé, foi presidente de 1969 a 1974. Em seu governo, se multiplicaram os Destacamentos de Operações de Informações — Centros de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi).

Enir Barcelos da Silva (1935-2010) — Delegado de polícia, serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS) entre 1965 e 1967. Participou de caso de tortura e execução.

Ernesto Beckmann Geisel (1907-1996) — Nascido em Bento Gonçalves, foi general de exército e presidente da República de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979.

Firmino Peres Rodrigues (1931) — Delegado de polícia no Rio Grande do Sul, chefiou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) na década de 1970, quando o órgão se envolveu com detenção ilegal, tortura e execução.

Golbery do Couto e Silva (1911-1987) — Chefe do SNI de 1964 a 1967. Chefiou o gabinete civil de 1974 a 1981, nos governos dos presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo.

Gonçalino Curio de Carvalho (sem informação) — Coronel da Brigada Militar, participou de detenção ilegal e tortura que, em 21 de maio de 1965, em Erechim, levou à morte o agricultor Leopoldo Chiapetti.

João Oswaldo Leivas Job (1927) — Coronel do Exército e secretário de Segurança do Rio Grande do Sul de 1979 a 1982, teve participação no sequestro dos uruguaios Universindo Rodríguez Díaz e Lilián Celiberti, em 1978.

José Morsch (1912) — Delegado de polícia e diretor-substituto do Dops no Rio Grande do Sul. Foi apontado como um dos envolvidos no caso das "mãos amarradas", em que um homem foi torturado e morto.

Leo Guedes Etchegoyen (1925-2003) — General de brigada e secretário de Segurança do Rio Grande do Sul de 1964 a 1965. Assumiu a chefia do Estado-Maior do III Exército em agosto de 1982.

Luiz Carlos Menna Barreto (1926-1993) — Tenente-coronel do Exército e responsável pelo "Dopinha", centro de tortura clandestino instalado no centro de Porto Alegre.

Luiz Macksen de Castro Rodrigues (1924-2004) — Superintendente da Polícia Federal do Rio Grande do Sul em 1978, à época do sequestro de Lilián Celiberti e Universindo Rodríguez Díaz, em Porto Alegre.

Marco Aurélio da Silva Reis (sem informação) — Delegado de polícia, serviu no DOPS no Rio Grande do Sul. Teve participação em caso de prisão ilegal e tortura.

Nilo Hervelha (sem informação) — Inspetor de polícia do Dops no Rio Grande do Sul de 1970 e 1972. Teve participação em caso de detenção ilegal e tortura.

Orlando Beckmann Geisel (1905-1979) — General de exército e ministro do Exército de novembro de 1969 a março de 1974. Natural de Estrela, era irmão do ex-presidente Ernesto Geisel.


Paulo Malhães (1938-2014) — O coronel serviu no Centro de Informações do Exército com intensa participação em atividades de repressão em Estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul — onde atuou na Capital e em Três Passos.

Pedro Carlos Seelig (1934) — Delegado de polícia, serviu no Dops no Rio Grande do Sul. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.

REDE DE REPRESSÃO MONTADA PELA DITADURA NO RS

ZH 13/12/2014 | 14h01


Conheça a rede de repressão montada pela ditadura no Rio Grande do Sul. Estado concentrou 39 locais de detenção e tortura durante o regime militar, a maior estrutura montada no país, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade

por Nilson Mariano



Uma rede com 39 locais de detenção e tortura foi montada no Rio Grande do Sul enquanto vigorou a ditadura militar. A julgar pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgado quarta-feira, converteu-se na maior estrutura repressiva do país — em número de unidades instaladas —, superando outros Estados estratégicos como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A CNV define que eram “instituições e locais associados a graves violações de direitos humanos”. Quartéis do Exército e da Brigada Militar, mais delegacias de Polícia Civil, foram adaptados para guardar ou interrogar prisioneiros políticos, em 16 cidades. Houve até um navio-cárcere, o Canopus, que ancorou no porto de Rio Grande em abril de 1964.

Nem todos os lugares foram centros de tortura. Podiam ser referência para o “primeiro soco” (interrogatório preliminar) ou o depósito daqueles que já haviam feito confissões depois de sofrerem choques elétricos e espancamentos. Em intensidade, nenhum superou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Palácio da Polícia de Porto Alegre.

O fato de o aparato gaúcho ser o mais amplo do Brasil surpreendeu até veteranos militantes de esquerda que pesquisam o assunto. João Carlos Bona Garcia, ex-Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), diz que as unidades de prisão e tortura foram se espalhando gradativamente, motivadas por estratégias do regime.

Bona Garcia esteve na Ilha das Pedras Brancas, em Guaíba, e no 19º Regimento de Infantaria de São Leopoldo, mas foi no Dops que mais padeceu, em março e abril de 1970. Conta que foi torturado pelo major Átila Rohrsetzer, do Centro de Informações do Exército (CIE), a quem descreve como “um sádico e doente”, porque aplicava choques elétricos ao som de música clássica e falando na própria família.

As torturas ocorriam numa sala batizada de fossa. Um médico acompanhava o major Átila. Para avaliar a resistência da vítima, dava chutinhos com a ponta do sapato estilo bico fino no corpo que se contorcia de dor. Atestou que era um “guri forte”, logo podia continuar sendo interrogado, como lembra Bona Garcia:

— Levei muito choque elétrico, tanto na cabeça, quanto nas mãos, nas orelhas. Conectavam um fio na orelha esquerda e outro no pé direito, para que a corrente do choque circulasse por todo o corpo rapidamente. É apavorante. Ficava meio desorientado, notava que saía faísca pelos cabelos.

O episódio que multiplicou os locais de repressão pelo Estado foi a tentativa de sequestrar o cônsul americano em Porto Alegre, Curtis Carly Cutter, em abril de 1970, por um grupo da VPR. Veterano da Guerra da Coreia (1950-1953), Cutter escapou com um ferimento no braço, mas o atentado acionou o sinal de alerta no CIE.

No mesmo mês, foi enviado ao Rio Grande do Sul um dos maiores especialistas em tortura e solução final (matar e ocultar o cadáver): o major do CIE do Rio de Janeiro Paulo Malhães, que chegaria a coronel do Exército. Ao lado do sargento Clodoaldo Cabral, seu escudeiro, ensinou novas técnicas aos gaúchos. Um dos discípulos foi o delegado do Dops Pedro Seelig. Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio, Malhães destacou:

— É, o Pedro Seelig, este mesmo. Grande amigo.

Quem esteve à mercê de Malhães não esquece a experiência. Paulo de Tarso Carneiro, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), lembra que ele se apresentou no Dops dizendo ser “homem de confiança” do general Emílio Médici, que governou o país de 1969 a 1974:

— Usava óculos escuros, mas não cobria o rosto. Fazia fila para torturar, não tinha pudor. Referia-se aos prisioneiros como um bando de comunistas.

A dupla Malhães e Cabral aumentou os centros de interrogatório. Passou por Caxias do Sul e demorou-se em Três Passos, onde improvisou a Brigada Militar para suas atividades. O então vereador Reneu Geraldino Mertz apanhou tanto, que ficou surdo de um ouvido. Morreu em 1991, ainda com as sequelas.

Antônio Alberi Maffi conta que estava com Mertz e outros companheiros da VPR, que tinha uma filial na região. Recorda que o quartel da BM (hoje o 7º Batalhão de Polícia Militar) estava em obras. Todas as noites, diz, a equipe de Malhães interrogava e torturava o grupo:

— O prédio estava em obras, ficava um pouco afastado do centro, os moradores não podiam ouvir nossos gritos. Fomos torturados com choques elétricos aplicados por uma maricota (equipamento que regula a intensidade da voltagem elétrica).

Outra razão para o elevado número de locais de detenção é a posição geográfica do Rio Grande do Sul, com fronteiras para o Uruguai e a Argentina, rotas de fuga para perseguidos políticos. O advogado Índio Vargas, do antigo PTB de Leonel Brizola, observa que o contingente militar sempre foi expressivo no Estado, em razão das encrencas passadas com os castelhanos.

Vargas também foi torturado no Dops, inclusive por Malhães. Perambulou por outros centros, o que era rotina entre os prisioneiros. Ficou confinado na Ilha das Pedras Brancas, mas o mais insalubre foi o Presídio Central de Porto Alegre, conforme relembra:

— O pior era a comida, precisava ter coragem para engolir aquilo. Lembro que a Dilma Rousseff ia visitar o marido, Carlos Araújo (mais tarde seria deputado pelo PDT), e levava alimentos para ele.

Calino Pacheco Filho, ex-VAR-Palmares, também cita as fronteiras como argumento para a forte vigilância sobre o Rio Grande do Sul. Torturado no Dops, onde nenhum hóspede escapava de pelos menos alguns safanões, esteve na Ilha das Pedras Brancas e na Base Aérea de Canoas. Em cada lugar, uma sensação diferente, como relata:

— Fiquei dois dias na Base Aérea, sem tortura. Parecia que o pessoal da Aeronáutica queria uma aula de interrogatório, porque havia gente em outra sala, acompanhando.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CLUBE MILITAR DIVULGARÁ LISTA DE AGENTES QUE FORAM MORTOS



ZERO HORA 11 de dezembro de 2014 | N° 18010


Clube Militar divulgará lista de agentes que foram mortos. Em reação às conclusões da Comissão Nacional da Verdade, o Clube Militar prepara para hoje a divulgação de uma lista com cerca de 120 nomes de militares, policiais e civis mortos em ações da luta armada contra a ditadura militar (1964-1985).

Segundo o presidente do clube, o general Gilberto Pimentel, o relatório da comissão, é um “equívoco muito grande”.

– Vamos divulgar a relação dos nossos mortos. Não temos aqui intenção de desrespeito ou desejo de volta ao passado. Agora, se querem restabelecer a verdade, é preciso contar toda a história e não apenas olhando por um viés. Não descarto que houve excessos do nosso lado durante este período. Mas e os militares que foram mortos em serviço? Houve militar morto a coronhadas surpreendido pelos terroristas – disse Pimentel.

O conteúdo do relatório surpreendeu e irritou militares que integram o clube. Em artigo no site da associação, o general Marco Antonio Felício da Silva diz que o documento é uma “retaliação à memória dos generais que presidiram o país e são citados no relatório”. Afirma, ainda, que o documento atinge “militares que se sacrificaram para que bandidos não transformassem o Brasil em uma grande Cuba”.

A Comissão da Verdade citou no documento os presidentes militares Humberto Castello Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel, João Batista Figueiredo e os integrantes da Junta Militar que substituiu Castello Branco: o general Aurélio de Lyra Tavares, o almirante Augusto Rademaker e o marechal do ar Márcio de Souza e Mello.

General da reserva, Gilberto Pimentel comentou que a Comissão da Verdade está “contaminada”, o que tira a imparcialidade do trabalho.

– A presidente recebeu um relatório extremamente pretensioso em que a comissão opina sobre tudo. Até sobre a Lei de Anistia – afirmou.

O Clube Militar reúne 16 mil associados entre militares da ativa, da reserva e civis, ligados às três Forças: Exército, Marinha e Aeronáutica.



G1 10/12/2014 18h02

Clube Militar vê coleção de 'calúnias' em relatório da Comissão da Verdade. Texto responsabiliza 377 por crimes na ditadura, a maioria militares. Em nota, general aponta 'absurdo' chama opositores de 'angelicais terroristas'.

Lucas Salomão Do G1, em Brasília




O Clube Militar, formado por militares da reserva, chamou de "absurdo" o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, classificado em nota divulgada pela entidade como "uma coleção de meias verdades, calúnias e mentiras inteiras, embaladas com pedaços de verdade".

O relatório foi entregue nesta quarta-feira (10) à presidente Dilma Rousseff. Para a entidade, o documento é uma "peça requentada porque só confirma bandeiras preexistentes na esquerda brasileira".


Em nota divulgada na tarde desta quarta, o presidente do Clube, general Gilberto Rodrigues PimenteL, afirma que o relatório da CNV é uma coleção de "meias verdades, calúnias e mentiras inteiras, embaladas com pedaços de verdade". Para Pimentel, a divulgação do texto só confirma a "orientação socialista" dos membros da comissão. O general também classifica a Comissão da Verdade de "risível" e "parcial" (veja íntegra da nota ao final da reportagem).

"Das suas 29 recomendações, várias miram diretamente as Forças Armadas, como agentes do Estado. Nenhuma faz referência à ação dos terroristas, guerrilheiros, sequestradores e assassinos esquerdistas que tentavam tomar o poder à força e estabelecer no País um governo totalitário comunista de modelo soviético, chinês ou cubano", diz trecho da nota.

"O ódio e o desejo de vingança são tão grandes que um absurdo desses é assinado por advogados, juristas e professores universitários. Tudo em nome da causa socialista. É peça requentada porque só confirma bandeiras preexistentes na esquerda brasileira", continua.

A nota também afirma que a CNV foi criada para "alterar a Lei de Anistia parcialmente" para punir os agentes do Estado que "combateram e venceram as tentativas comunistas de tomada do poder no Brasil".

Veja íntegra da nota divulgada pelo Clube Militar:

RELATÓRIO REQUENTADO

A espúria Comissão Nacional da Verdade emitiu, finalmente, seu relatório.

Tratando-se de entidade que alterou a seu bel-prazer sua missão, o objeto da lei e o prazo em que ocorreram os fatos a investigar, tudo através de decisões internas, legislando em causa própria sem que os poderes desrespeitados reagissem, perdeu, na origem, a imparcialidade que devia orientar seus trabalhos e, consequentemente, sua credibilidade.

A finalidade da CNV, desde sua concepção, sempre foi uma só: alterar a Lei de Anistia parcialmente, de maneira que os agentes do Estado, que combateram e venceram as tentativas comunistas de tomada do poder no Brasil, não sejam protegidos pela dita Lei. Quanto aos angelicais terroristas, merecem toda a proteção e indenizações criadas ou a criar.

O relatório só poderia ser uma coleção de meias verdades, calúnias e mentiras inteiras, embaladas com pedaços de verdade cuja divulgação confirme a orientação socialista dos comissários.

Das suas 29 recomendações, várias miram diretamente as Forças Armadas, como agentes do Estado. Nenhuma faz referência à ação dos terroristas, guerrilheiros, sequestradores e assassinos esquerdistas que tentavam tomar o poder à força e estabelecer no País um governo totalitário comunista de modelo soviético, chinês ou cubano.

Entre as medidas sugeridas, destacam-se:

- o reconhecimento, pelas Forças Armadas, de sua responsabilidade pela ocorrência de graves violações de direitos humanos;
- responsabilidade jurídica – criminal, civil e administrativa – dos agentes públicos envolvidos no combate à guerrilha, deixando de aplicar, em relação aos mesmos,a Lei da Anistia e quaisquer outras disposições constitucionais ou legais que possam beneficiá-los!!! – ou seja, não podem invocar a lei vigente em seu benefício;
- proibição de realização de eventos oficiais em comemoração ao Movimento de 1964;
- reformulação dos concursos de ingresso e dos processos de avaliação contínua das Forças Armadas;
- modificação dos currículos das academias militares, para promoção da democracia e dos direitos humanos (por acaso os atuais são contrários a isso?);
- revogação da Lei de Segurança Nacional;
- desmilitarização das polícias militares estaduais;
- extinção da Justiça Militar estadual;
- exclusão de civis da jurisdição da Justiça Militar federal;
- criação de órgão permanente para dar prosseguimento aos trabalhos da CNV (ou seja, eternizar a CNV);
- prosseguimento e fortalecimento da política de localização e abertura dos arquivos da ditadura militar.

Três volumes e mais de duas mil páginas: um relatório que não apresenta grandes novidades e, em suas recomendações, insiste na adoção de medidas que implicam a retroação de leis para prejudicar o pretenso réu, a subordinação do ordenamento jurídico nacional às decisões de agências internacionais, e a absurda sugestão de que aos acusados não sejam aplicados a Lei da Anistia ou quaisquer outras disposições constitucionais ou legais que possam beneficiá-los.

Que espécie de proposta é essa, que nega o amparo da lei ao acusado, transformando-o em cidadão de segunda classe, ou selecionando a priori quais as leis que o mesmo pode invocar em sua defesa?

O ódio e o desejo de vingança são tão grandes que um absurdo desses é assinado por advogados, juristas e professores universitários. Tudo em nome da causa socialista.

É peça requentada porque só confirma bandeiras preexistentes na esquerda brasileira.

O relatório é tão risível e parcial quanto a CNV.

Gen Gilberto Rodrigues Pimentel – Presidente do Clube Militar

RELATÓRIO DA COMISSÃO DA VERDADE MENCIONA 22 GAÚCHOS



 

ZERO HORA 11 de dezembro de 2014 | N° 18010

MARCELO GONZATTO

LUZ SOBRE O PASSADO O PAPEL DO RS. Relatório menciona pelo menos 22 em “ala gaúcha” da repressão. TRÊS PRESIDENTES DA REPÚBLICA, ministro do Exército e chefe do Sistema Nacional de Informações são alguns dos apontados como tendo atuado na linha de frente da caça aos opositores da ditadura



A lista de 377 agentes públicos citados no relatório da Comissão Nacional da Verdade por violações contra os direitos humanos inclui pelo menos 22 nomes reconhecidamente ligados ao Rio Grande do Sul.

São gaúchos que tiveram papel fundamental na organização do sistema repressor no país durante a ditadura militar, incluindo presidentes e ministros, ou servidores do regime lotados no Estado com atuação na linha de frente da caça aos opositores – a listagem oficial, porém, não detalha o local de nascimento ou atuação de todos.

A análise do relatório confirma o papel estratégico representado pelo Rio Grande do Sul no combate aos adversários do governo militar. Além de montar um eficiente sistema regional destinado a sufocar rebeldes, estruturado por policiais e militares sob coordenação da Secretaria da Segurança, o Estado forneceu nomes de alta patente para cargos de poder no país que, segundo o relatório, foram responsáveis pelo uso da força desmedida como política de Estado.

A “ala gaúcha” inclui três presidentes da República, ministro do Exército, chefe do Sistema Nacional de Informações (SNI), delegados de polícia, militares do Exército e da Brigada. Além dos presidentes Arthur da Costa e Silva, Emilio Médici e Ernesto Geisel, o relatório cita o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o ex-chefe do SNI Golbery do Couto e Silva e o ex-ministro do Exército Orlando Geisel.

Para o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, o documento constata o papel do RS na organização do sistema repressivo nacional.

– Além de nomes importantes da ditadura terem saído daqui, o sistema local de repressão funcionava muito bem. A presença do aparelho repressivo no Estado foi impressionante – avalia Krischke.

Alguns dos implicados pela comissão se envolveram em casos emblemáticos de tortura, sequestro, desaparecimento ou morte. Os delegados Marco Aurélio da Silva Reis e Pedro Seelig e os coronéis do Exército João Oswaldo Leivas Job e Átila Rohrsetzer, por exemplo, estão vinculados ao sequestro dos uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Díaz, ocorrido em Porto Alegre em 1978.

Rohrsetzer e o delegado Enir Barcelos da Silva são citados por participação no caso das “mãos amarradas”, no qual o sargento Manoel Raimundo Soares foi morto afogado, com as mãos atadas, após participar de um movimento legalista que pretendia devolver o poder ao presidente João Goulart.




OS RESPONSABILIZADOS
Confira a lista dos nomes ligados ao Rio Grande do Sul que constam no relatório da Comissão Nacional da Verdade por violações de direitos humanos
-Alberi Vieira dos Santos (1937-1979) – Sargento da BM, teria participado de execuções, desaparecimentos e ocultação de corpos.
-Arthur da Costa e Silva (1899-1969) – Natural de Taquari, foi presidente entre 1967 e 1969.
-Átila Rohrsetzer (1931) – Coronel do Exército, chefiou serviços de informações do Exército e foi um dos mentores do “Dopinha”, local clandestino de tortura em Porto Alegre.
-Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932) – O coronel comandou o DOI-Codi do II Exército (1970-1974). Primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador.
-Carlos Alberto da Fontoura (1912-1997) – General do Exército nascido em Cachoeira do Sul, foi chefe do SNI de 1969 a 1974.
-Carlos Alberto Ponzi (1925) – Coronel do Exército, chefiou a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) em Porto Alegre.
-Emilio Médici (1905-1985) – Nascido em Bagé, o general do Exército foi presidente de 1969 a 1974.
-Enir Barcelos da Silva (1935-2010) – Delegado de polícia, serviu no Dops/RS entre 1965 e 1967.
-Ernesto Geisel (1907-1996) – Nascido em Bento Gonçalves, foi general do Exército e presidente da República de 1974 a 1979.
-Firmino Peres Rodrigues (1931) – Delegado de polícia no RS, chefiou o Dops na década de 1970.
-Golbery do Couto e Silva (1911-1987) – Chefiou o SNI (1964 a 1967) e o Gabinete Civil (1974 a 1981).
-Gonçalino Curio de Carvalho (sem informação) – Coronel da BM, participou de detenção ilegal e tortura.
-João Oswaldo Leivas Job (1927) – Coronel do Exército e secretário de Segurança do RS (1979 a 1982), teria participado do sequestro dos uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Díaz, em 1978.
-José Morsch (1912) – Delegado de polícia e diretor-substituto do Dops/RS, teria se envolvido no caso das “mãos amarradas”.
-Leo Guedes Etchegoyen (1925-2003) – General de Brigada e secretário de Segurança do RS de 1964 a 1965. Assumiu a chefia do EstadoMaior do III Exército em 1982.
-Luiz Carlos Menna Barreto (1926-1993) – Tenente-coronel do Exército e responsável pelo “Dopinha”.
-Luiz Macksen de Castro Rodrigues (1924-2004) – Superintendente da Polícia Federal do RS à época do sequestro de uruguaios na Capital.
-Marco Aurélio da Silva Reis (sem informação) – Delegado de polícia, serviu no Dops/RS.
-Nilo Hervelha (sem informação) – Inspetor de polícia do Dops/RS de 1970 e 1972.
-Orlando Geisel (1905-1979) – General de Exército e ministro do Exército de 1969 a 1974, era irmão do ex-presidente Ernesto Geisel.
-Paulo Malhães (1938-2014) – O coronel serviu no Centro de Informações do Exército e participou de repressão em Estados como RJ e RS.
-Pedro Carlos Seelig (1934) – Delegado de polícia, serviu no Dops/RS.

COMISSÃO DA VERDADE PROPÕE 29 MEDIDAS

Do G1, em Brasília 10/12/2014 10h53

CNV propõe 29 medidas para evitar novas violações de direitos humanos. Grupo concluiu que repressão foi 'sistemática', mas que tortura ainda ocorre. Segundo texto, prática 'não é estranha à realidade brasileira contemporânea'.


Renan Ramalho






O relatório final da Comissão Nacional da Verdade lançado nesta quarta-feira (10) faz 29 recomendações e, em vários trechos, defende expressamente a punição para agentes do Estado que praticaram, durante a ditadura, graves violações aos direitos humanos, como detenções ilegais, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres.

Entre as várias justificativas apresentadas para a aplicação de penas nas esferas criminal, civil e administrativa na Justiça, está a necessidade de interromper esses atos, que o grupo admite persistirem no país. Para os integrantes da comissão, a falta de investigação e punição a violadores dos direitos humanos é um dos fatores que levam à sua "perpetuação" no Brasil.



"Embora não ocorra mais em um contexto de repressão política – como ocorreu na ditadura militar –, a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e mesmo ocultação de cadáveres não é estranha à realidade brasileira contemporânea. [...] Esse quadro resulta em grande parte do fato de que o cometimento de graves violações de direitos humanos verificado no passado não foi adequadamente denunciado, nem seus autores responsabilizados, criando-se as condições para sua perpetuação", diz um dos trechos conclusivos do relatório.

Para interromper a continuidade dos delitos, a CNV listou 29 medidas (veja lista completa ao final desta reportagem), a começar pelo reconhecimento das Forças Armadas de que as violações ocorreram em seus redutos.

Entre as conclusões da Comissão, está a constatação de que as violações aos direitos humanos na ditadura configuraram uma ação "sistemática" e "generalizada" do Estado e não "atos isolados" ou "excessos" por parte de alguns militares. Nesse aspecto, são também caracterizados também como "crimes contra a humanidade".

As recomendações se dividem em três tipos: institucionais; mudanças na lei ou na Constituição; e medidas para continuidade das investigações e estudos históricos. Parte delas é voltada para os militares e proíbem celebrações de apoio ao golpe, reformulação dos concursos para entrada e cursos internos.

O cometimento de graves violações de direitos humanos verificado no passado não foi adequadamente denunciado, nem seus autores responsabilizados, criando-se as condições para sua perpetuação", diz um dos trechos conclusivos do relatório."
Comissão Nacional da Verdade

Veja abaixo a lista completa das 29 medidas sugeridas:

Medidas institucionais

1) Reconhecimento, pelas Forças Armadas, de sua responsabilidade institucional pela ocorrência de graves violações de direitos humanos durante a ditadura militar (1964 a 1985);

2) Determinação, pelos órgãos competentes, da responsabilidade jurídica – criminal, civil e administrativa – dos agentes públicos que deram causa às graves violações de direitos humanos ocorridas no período investigado pela CNV, afastando-se, em relação a esses agentes, a aplicação dos dispositivos concessivos de anistia inscritos nos artigos da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979, e em outras disposições constitucionais e legais;

3) Proposição, pela administração pública, de medidas administrativas e judiciais de regresso contra agentes públicos autores de atos que geraram a condenação do Estado em decorrência da prática de graves violações de direitos humanos;

4) Proibição da realização de eventos oficiais em comemoração ao golpe militar de 1964;

5) Reformulação dos concursos de ingresso e dos processos de avaliação contínua nas Forças Armadas e na área de segurança pública, de modo a valorizar o conhecimento sobre os preceitos inerentes à democracia e aos direitos humanos;

6) Modificação do conteúdo curricular das academias militares e policiais, para promoção da democracia e dos direitos humanos;

7) Retificação da anotação da causa de morte no assento de óbito de pessoas mortas em decorrência de graves violações de direitos humanos;

8) Retificação de informações na Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização (Rede Infoseg) e, de forma geral, nos registros públicos;

9) Criação de mecanismos de prevenção e combate à tortura;

10) Desvinculação dos institutos médicos legais, bem como dos órgãos de perícia criminal, das secretarias de segurança pública e das polícias civis;

11) Fortalecimento das Defensorias Públicas;

12) Dignificação do sistema prisional e do tratamento dado ao preso;

13) Instituição legal de ouvidorias externas no sistema penitenciário e nos órgãos a ele relacionados;

14) Fortalecimento de Conselhos da Comunidade para acompanhamento dos estabelecimentos penais;

15) Garantia de atendimento médico e psicossocial permanente às vítimas de graves violações de direitos humanos;

16) Promoção dos valores democráticos e dos direitos humanos na educação;

17) Apoio à instituição e ao funcionamento de órgão de proteção e promoção dos direitos humanos;


Reformas constitucionais e legais

18) Revogação da Lei de Segurança Nacional;

19) Aperfeiçoamento da legislação brasileira para tipificação das figuras penais correspondentes aos crimes contra a humanidade e ao crime de desaparecimento forçado;

20) Desmilitarização das polícias militares estaduais;

21) Extinção da Justiça Militar estadual;

22) Exclusão de civis da jurisdição da Justiça Militar federal;

23) Supressão, na legislação, de referências discriminatórias das homossexualidades;

24) Alteração da legislação processual penal para eliminação da figura do auto de resistência à prisão;

25) Introdução da audiência de custódia, para prevenção da prática da tortura e de prisão ilegal;

Medidas de seguimento das ações e recomendações da CNV

26) Estabelecimento de órgão permanente com atribuição de dar seguimento às ações e recomendações da CNV;

27) Prosseguimento das atividades voltadas à localização, identificação e entrega aos familiares ou pessoas legitimadas, para sepultamento digno, dos restos mortais dos desaparecidos políticos;

28) Preservação da memória das graves violações de direitos humanos;

29) Prosseguimento e fortalecimento da política de localização e abertura dos arquivos da ditadura militar.

AGENTES DO ESTADO APONTADOS POR CRIMES NA DITADURA



Do G1, em Brasília e em São Paulo
10/12/2014 10h49

Veja a lista dos 377 apontados como responsáveis por crimes na ditadura. Relação aparece no relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Comissão recomenda responsabilização civil e criminal dos relacionados.


Veja abaixo a lista dos 377 nomes de agentes do Estado apontados no relatório final da Comissão Nacional da Verdade como responsáveis por crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), de acordo com a categoria de responsabilidade e conforme a ordem em que foram listados no documento:


OS RESPONSÁVEIS POR CRIMES NA DITADURA, SEGUNDO A COMISSÃO DA VERDADE
Nome Perfil
Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) Marechal de Exército, foi o primeiro presidente da República após o golpe militar, entre 15 de abril de 1964 e 15 de março de 1967. Criou o Serviço Nacional de Informações (SNI).
Arthur da Costa e Silva (1899-1969) Marechal de Exército e presidente da República entre 15 de março de 1967 e 31 de agosto de 1969. Editou o ato institucional número 5 (AI-5), considerado o mais duro decreto do período militar.
Aurélio de Lyra Tavares (1905-1998) General de Exército, integrou a junta militar que governou o país entre 31 de agosto e 30 de outubro de 1969, durante a doença do então presidente Arthur da Costa e Silva. Foi ministro do Exército de março de 1967 a outubro de 1969.
Augusto Hamann Rademaker Grunewald (1905-1985) Almirante de esquadra, integrou a junta militar que governou o país entre 31 de agosto e 30 de outubro de 1969. Foi ministro da Marinha em duas ocasiões e vice-presidente da República no governo do presidente Emilio Garrastazú Medici, entre 1969 e 1974.
Márcio de Souza e Mello (1906-1991) Marechal do ar, integrou a junta militar que governou o país entre 31 de agosto e 30 de outubro de 1969. Foi ministro da Aeronáutica.
Emilio Garrastazú Medici (1905-1985) General de exército e presidente da República de 30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974. Durante seu governo, foram criados os Destacamentos de Operações de Informações-Centros de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Também chefiou o Sistema Nacional de Informações (SNI).
Ernesto Beckmann Geisel (1907-1996) General de exército e presidente da República entre 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979.
João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918-99) General de Exército e presidente da República de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985. Foi chefe do gabinete militar durante o governo Medici e dirigiu o Sistema Nacional de Informações (SNI).
Adhemar de Queirós (1899-1984) Marechal e ministro do Exército de julho de 1966 a março de 1967.
Orlando Beckmann Geisel (1905-1979) General, ocupou o posto de ministro do Exército de novembro de 1969 a março de 1974.
Vicente de Paulo Dale Coutinho (1910-1974) General e ministro do Exército de março a maio de 1974.
Sylvio Couto Coelho da Frota
(1910-1996)
General e ministro do Exército de maio de 1974 a outubro de 1977. Foi chefe do gabinete do ministro do Exército e participou, em 1967, da criação do Centro de Informações do Exército (CIE). Comandou o I Exército de janeiro de 1972 a abril de 1974.
Fernando Belfort Bethlem (1914-2001) General e ministro do Exército de outubro de 1977 a março de 1979.
Walter Pires de Carvalho e Albuquerque (1915-90) General e ministro do Exército de março de 1979 a março de 1985.
Ernesto de Melo Batista (1907-1985) Almirante de esquadra, foi ministro da Marinha de abril de 1964 a janeiro de 1965.
Paulo Bosísio (1900-1985) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de janeiro a dezembro de 1965.
Zilmar Campos de Araripe Macedo (1908-2001) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de dezembro de 1965 a março de 1967.
Adalberto de Barros Nunes (1905-1984) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de outubro de 1969 a março de 1974.
Geraldo Azevedo Henning (1917-1995) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de março de 1974 a março de 1979.
Maximiano Eduardo da Silva Fonseca (1919-98) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de março de 1979 a março de 1984.
Alfredo Karam (1924-) Almirante de esquadra e ministro da Marinha de março de 1984 a março de 1985.
Francisco de Assis Corrêa de Mello (1903-1971) Tenente-brigadeiro do ar, foi ministro da Aeronáutica em abril de 1964. Exercera a mesma função de julho de 1957 a janeiro de 1961, no governo do presidente Juscelino Kubitschek.
Nelson Freire Lavenére Wanderley
(1909-1985)
Tenente-brigadeiro do ar e ministro da Aeronáutica de abril a dezembro de 1964.
Eduardo Gomes
(1896-1981)
Marechal do ar e ministro da Aeronáutica de abril de 1965 a março de 1967.
Joelmir Campos de Araripe Macedo (1909-1993) Tenente-brigadeiro do ar, foi ministro da Aeronáutica de novembro de 1971 a março de 1979.
Délio Jardim de Mattos (1916-1990) Tenente-brigadeiro do ar, foi ministro da Aeronáutica de março de 1979 a março de 1985.
Golbery do Couto e Silva (1911-1987) Chefe do SNI de junho de 1964 a março de 1967. Exerceu a chefia do gabinete civil de 1974 a 1981, nos governos dos presidentes Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo.
Carlos Alberto da Fontoura (1912-1997) General de brigada, foi chefe do SNI de abril de 1969 a outubro de 1974. Também Foi chefe do Estado-Maior do III Exército de 1966 a 1969. Após deixar o SNI, foi nomeado embaixador brasileiro em Portugal, cargo que exerceu de 1974 a 1978.
Octávio Aguiar de Medeiros (1922-2005) General de brigada, chefiou o SNI de junho de 1978 a março de 1985. Dirigiu a Escola Nacional de Informações (ESNI) e foi o responsável pelo treinamento de militares em métodos psicológicos de interrogatório.
Adyr Fiuza de Castro (1920-2009) General de brigada, foi chefe do Centro de Informações do Exército (CIE) em 1968 e 1969, e da Divisão de Informações do gabinete do ministro da Guerra, entre 1967 e 1969. Comandou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do I Exército de 1972 a 1974.
Milton Tavares de Souza.(1917-1981) General de exército, foi chefe do CIE de novembro de 1969 a março de 1974. Dirigiu a Operação Marajoara, na fase final de extermínio da Guerrilha do Araguaia, quando houve o desaparecimento forçado e a ocultação dos cadáveres dos últimos membros das forças guerrilheiras.
Confúcio Danton de Paula Avelino (1916-2000) General de brigada, foi chefe do CIE de março de 1974 a fevereiro de 1976; do Centro de Operações de Defesa Interna (CODI) do II Exército, em São Paulo, em 1970 e 1971;  e do CODI do IV Exército, em Recife, em 1971 e 1972.
Antônio da Silva Campos (*) General de divisão, foi chefe do CIE de fevereiro de 1976 a outubro de 1977.
Edison Boscacci Guedes (1923-2006) General de exército, foi chefe do CIE de outubro de 1977 a março de 1979.
Geraldo de Araújo Ferreira Braga (1922-) General de divisão, foi chefe do CIE de março de 1979 a novembro de 1981. Chefiou a agência central do SNI entre agosto de 1983 e novembro de 1985.
Mário Orlando Ribeiro Sampaio (1924-) General de divisão, foi chefe do CIE entre novembro de 1981 e novembro de 1983. Chefiou a secretaria do SNI em dois períodos: de 1964 a 1968 e de 1973 a 1975.
Iris Lustosa de Oliveira
(1926-)
General de exército, foi chefe do CIE de novembro de 1983 a março de 1985.
Roberto Ferreira Teixeira de Freitas (1917-2014) Contra-almirante, foi chefe do Centro de Informações da Marinha (Cenimar) entre abril de 1964 e novembro de 1965 e entre junho de 1967 e abril de 1968.
Álvaro de Rezende Rocha (1916-1997) Almirante de esquadra, foi chefe do Cenimar de setembro de 1966 a fevereiro de 1967.
Fernando Pessoa da Rocha Paranhos (1925-) Capitão de mar e guerra, chefiou o Cenimar de abril de 1968 a maio de 1971.
Joaquim Januário de Araújo Coutinho Netto (1917-) Contra-almirante, foi chefe do Cenimar de maio de 1971 a março de 1973.
Dilmar de Vasconcelos Rosa (1923-) Contra-almirante, foi chefe do Cenimar de agosto de 1974 a janeiro de 1975.
Carlos Eduardo Jordão Montenegro (1925-1983) Ocupou interinamente a chefia do Cenimar em agosto de 1975, cargo que voltou a ocupar nos anos de 1977 e 1978.
Odilon Lima Cardoso
(1926-)
Contra-almirante, chefiou o Cenimar de dezembro de 1978 a fevereiro de 1979.
Renato de Miranda Monteiro (1929-) Almirante de esquadra, foi chefe do Cenimar de março de 1979 a fevereiro de 1980.
Luiz Augusto Paraguassu de Sá (1930-2007) Contra-almirante, foi chefe do Cenimar de fevereiro de 1980 a fevereiro de 1983.
Antônio Frederico Motta Arentz (1934-) Contra-almirante, foi chefe do Cenimar de fevereiro de 1983 a janeiro de 1984.
Sérgio Tavares Doherty (1936-) Vice-almirante, foi chefe do Cenimar de abril de 1984 a março de 1987.
João Paulo Moreira Burnier (1919-2000) Brigadeiro do ar, foi chefe do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) de julho de 1968 a março de 1970. Em abril de 1970, assumiu o comando da 3ª Zona Aérea, também no Rio de Janeiro, e em dezembro desse ano, em razão da repercussão das denúncias relativas à morte de Stuart Angel Jones na Base Aérea do Galeão, foi exonerado do cargo e transferido para a reserva remunerada.
Carlos Afonso Dellamora (1920-2007) Tenente-brigadeiro do ar, foi chefe do CISA de março de 1970 a dezembro de 1971.
Newton Vassalo da Silva (1920-1981) Major-brigadeiro do ar, foi chefe do CISA de dezembro 1971 a março de 1979.
Luís Felippe Carneiro de Lacerda Netto
(1925-2000)
Tenente-brigadeiro do ar, foi chefe do CISA de março de 1979 a agosto de 1982.
Dilson Lyra Branco Verçosa
(1930-2007)
Major-brigadeiro do ar, foi chefe do CISA de agosto de 1982 a fevereiro de 1985.
Adolpho Corrêa de Sá e Benevides
(1936-)
Diplomata, foi diretor da Divisão de Segurança e Informações (DSI) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) de 1971 a 1980.
Alcides Cintra Bueno Filho (1922-1978) Delegado do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/ SP). Foi responsável pela emissão de documentos oficiais fraudulentos e por colaboração no encobrimento de casos de tortura, execução e ocultação de cadáver, segundo a CNV.
Amadeu Martire
(1914-)
General de brigada, foi comandante do 12º Regimento de Infantaria e da Infantaria Divisionária da 5ª Divisão de Infantaria na segunda metade da década de 1960. Também foi chefe do Estado-Maior do IV Exército de 1969 a 1971.
Amaury Kruel
(1901-1996)
General de exército, foi chefe do Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), responsável pelo policiamento do antigo Distrito Federal. Criou uma unidade especial de polícia, o Esquadrão Motorizado, cujas iniciais (EM) estão associadas ao “Esquadrão da Morte”. Foi comandante do II Exército.
Antônio Bandeira (1916-2003) General de exército, foi comandante da 3a Brigada de Infantaria de dezembro de 1971 a abril de 1973. Nessa função, comandou as tropas do Exército empregadas na repressão à Guerrilha do Araguaia. Em maio de 1973 foi nomeado diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF).
Antônio Carlos da Silva Muricy
(1906-2000)
General, foi chefe do Estado-Maior do Exército em 1969 e 1970.
Antônio Ferreira Marques (1916-2004) General de divisão, foi chefe do Estado-Maior do II Exército de 1974 a 1976. Comandante da 1ª Região Militar de 1978 a 1980, comandante do III Exército em 1980 e 1981. Chefe do Estado-Maior do Exército, entre 1981 e 1982.
Antônio Jorge Correa (1912-2007) General de exército. Chefe de gabinete do Estado-Maior das Forças Armadas, em 1964 e de 1974 a 1976. Foi chefe do Estado-Maior do III Exército, em 1965 e 1966, e secretário-geral do Ministério do Exército, de 1967 a 1969.
Argus Lima
(1913-2000)
General de exército. Comandante da 6ª Região Militar, em Salvador, em 1971. Comandante militar da Amazônia e da 12ª Região Militar de 1972 a 1974. Comandante do IV Exército de 1976 a 1979.
Armando Patrício
(1927-)
General de divisão, foi chefe do Estado-Maior do I Exército de março a julho de 1981, período em que ocorreu o atentado do Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de abril.
Arnaldo Siqueira (*) Médico-legista e diretor do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP) de 1956 a 1976.
Ary Casaes Bezerra Cavalcanti (1928-) Coronel-aviador. Comandante da Base Aérea de Santa Cruz de fevereiro de 1971 a junho de 1972, época do desaparecimento de Stuart Angel Jones (maio de 1971). Convocado pela CNV, alegou razões de saúde para não comparecer ao depoimento.
Audir Santos Maciel (1932-) Coronel do Exército. Chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército de 1974 a 1976. Sob seu comando foi realizada a Operação Radar, que resultou em prisões, tortura, mortes e desaparecimentos forçados de dirigentes e militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Augusto Fernandes Maia (1933-2000) Coronel do Exército. Chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do IV Exército, de maio de 1974 até o início de 1975, após ter exercido, desde maio de 1973, a função de adjunto da 2ª seção do Estado-Maior da 7ª Região Militar do IV Exército.
Aylton Siano Baeta
(1928-1992)
Coronel-aviador. Comandante da Base Aérea do Galeão em 1980, à época em que ocorreu o sequestro e desaparecimento forçado dos cidadãos argentinos Mónica Susana Pinus de Binstock e Horacio Domingo Campiglia.
Bento José Bandeira de Mello (1917-2005) General de divisão. Chefe do Estado-Maior do I Exército de maio a agosto de 1971. Deixou a função para assumir a chefia do Estado-Maior do IV Exército, cargo que exerceu até agosto de 1972, quando voltou a chefiar o Estado-Maior do I Exército. Foi chefe do gabinete do ministro do Exército Sylvio Frota, de agosto de 1974 a outubro de 1977.
Breno Borges Fortes
(1908-1982)
General de exército. Comandante do III Exército de 1969 a 1972. Chefe do Estado-Maior do Exército em 1972 e 1973.
Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-) Coronel do Exército. Comandante do DOI-Codi do II Exército de setembro de 1970 a janeiro de 1974. Foi instrutor da Escola Nacional de Informações em 1974 e, do final desse ano a novembro de 1977, serviu no Centro de Informações do Exército (CIE).
Carlos Alberto Cabral Ribeiro (1915-1984) General de exército. Comandante da 7ª Região Militar em 1973, época do massacre da Chácara São Bento, no Recife. Chefe do Estado-Maior do I Exército de abril de 1969 a janeiro de 1971.
Carlos Alberto Ponzi (1925-) Coronel do Exército. Chefiou a agência do SNI em Porto Alegre no final da década de 1970 e início da de 1980. Em 2007, foi denunciado pelo procurador de Justiça italiano Giancarlo Capaldo como um dos responsáveis pelo sequestro e desaparecimento do cidadão argentino Lorenzo Ismael Viñas, ocorrido em Uruguaiana (RS), em junho de 1980.
Carlos Sergio Torres
(1930-1998)
Tenente-coronel do Exército. Comandou a Operação Sucuri, realizada de maio a outubro de 1973 com o objetivo de obter informações sobre os guerrilheiros participantes na Guerrilha do Araguaia e sua “rede de apoio”. Foi elemento de ligação entre as operações desencadeadas na região do Araguaia e o chefe do Centro de Informações do Exército (CIE), Milton Tavares de Souza. As informações levantadas durante a Operação Sucuri foram utilizadas na Operação Marajoara, desencadeada a partir de outubro de 1973, quando ao menos 49 guerrilheiros foram vítimas de desaparecimento forçado.
Carlos Xavier de Miranda (1920-) General de divisão. Chefe do Estado-Maior do II Exército de janeiro de 1976 a novembro de 1978.
Cecil de Macedo Borer
(1913-2003)
Delegado de polícia. Diretor do Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB) em 1964.
Clemente José Monteiro Filho (1925-1977) Capitão de mar e guerra. Comandou a unidade da Marinha localizada na ilha das Flores (RJ), de 1968 a 1970.
Cyro Guedes Etchegoyen
(1929-2012)
Coronel do Exército. Chefe da seção de contrainformações do Centro de Informações do Exército (CIE) de 1971 a 1974. Segundo depoimento do coronel Paulo Malhães à CNV, Etchegoyen era a autoridade do CIE responsável pela Casa da Morte, em Petrópolis (RJ).
Darcy Jardim de Matos (1918-) General de brigada. Comandante da 8ª Região Militar, com sede em Belém, de 11 de agosto de 1971 a 17 de janeiro de 1973. Atuou durante todas as fases repressivas da Guerrilha do Araguaia.
Edmundo Drummond Bittencourt Herculano
(1912-)
Vice-almirante. Foi comandante-geral do corpo de fuzileiros navais e comandante da força de fuzileiros da esquadra durante o período da atuação dessa unidade na Operação Papagaio, realizada contra a Guerrilha do Araguaia em setembro e outubro de 1972.
Ednardo D’Avila Mello
(1911-1984)
General de exército. Comandante do II Exército, em São Paulo, de 1974 a 1976. Durante esse período, foram mortos em decorrência de tortura, nas dependências do DOI-Codi, o tenente da Polícia Militar José Ferreira de Almeida, o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho.
Eni de Oliveira Castro (*) Coronel do Exército. Comandante do 10º Batalhão de Caçadores em Goiânia (GO), atual 42º Batalhão de Infantaria motorizada. Participou da repressão à Guerrilha do Araguaia.
Ênio de Albuquerque Lacerda (1929-1998) Foi comandante da 1ª companhia de Polícia do Exército, na Vila Militar do Rio de Janeiro, de maio de 1968 a julho de 1971, período em que ocorreram na unidade os casos de morte sob tortura de Severino Viana Colou e Chael Charles Schreier. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de abril de 1972 a junho de 1974.
Ernani Ayrosa da Silva (1915-1987) General de divisão. Foi chefe do Estado-Maior do II Exército, em São Paulo, de abril de 1969 a janeiro de 1971; comandante militar da Amazônia e da 12ª Região Militar, de abril de 1976 a dezembro de 1977; e chefe do Estado-Maior do Exército, de junho de 1979 a maio de 1981.
Everaldo José da Silva (*) General de Brigada. Na segunda metade da década de 1960, serviu no Estado-Maior do Exército e no quartel-general do Comando Militar do Planalto e da 11ª Região Militar. Exerceu a chefia do Estado-Maior do IV Exército, em Recife, de agosto de 1972 a outubro de 1973.
Fernando Ayres da Motta (*) Ex-comandante da companhia aérea Panair. Interventor em Petrópolis (RJ) em 1965 e 1966. No início da década de 1970, foi o intermediário da cessão de imóvel de propriedade de Mário e Madalena Lodders ao Centro de Informações do Exército (CIE), no qual funcionou a Casa da Morte. Segundo testemunho colhido pela CNV, frequentava o local, tendo conhecimento, portanto, de sua utilização como centro de tortura. De acordo com o mesmo testemunho, encontrou detido na Casa da Morte seu concunhado Aluízio Palhano Pedreira Ferreira, desaparecido desde maio de 1971.
Firmino Peres Rodrigues (1931-) Delegado de polícia no estado do Rio Grande do Sul. Foi chefe do Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS) na década de 1970, quando o órgão esteve vinculado a casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Flávio de Marco (1929-1981) Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE). Esteve presente, como observador, na reunião de fundação da Operação Condor, no Chile, em novembro de 1975. Participou ativamente das atividades de repressão à Guerrilha do Araguaia entre 1973 e 1974, atuando sob o codinome “Tio Caco” e chefiando a Casa Azul, centro clandestino de detenção e tortura localizado na antiga sede do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em Marabá (PA).
Flávio Hugo de Lima Rocha (1921-1983) Coronel do Exército. Chefiou a 2ª seção do II Exército, na primeira metade da década de 1970, durante parte do tempo em que o major Carlos Alberto Brilhante Ustra esteve à frente do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).
Francisco Demiurgo Santos Cardoso (1930-) Coronel do Exército. Comandante do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de setembro de 1971 a fevereiro de 1972, quando houve intensa atividade repressiva.
Francisco Homem de Carvalho (1924-1990) Coronel do Exército. Serviu na agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro, de setembro de 1964 a fevereiro de 1967. Comandou o 1º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, de março de 1971 a abril de 1974. Memorando oficial de março de 1983, do chefe do SNI para a agência central do órgão, indica a vinculação de Francisco Homem de Carvalho à Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Foi secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro (1967-1971).
Gastão Barbosa Fernandes
(1924-)
Major do Exército. Diretor do Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB).
Gastão Batista de Carvalho (1924-98) Tenente-coronel do Exército. Comandante do 2º Batalhão de Infantaria de Selva e comandante em campo de tropas empregadas na repressão à Guerrilha do Araguaia, entre março e maio de 1972.
Gentil Marcondes Filho (1916-1983) General de exército. Chefe do Estado-Maior do II Exército, em São Paulo, em 1974. Comandante do I Exército de 1979 a 1981, período em que ocorreu o atentado do Riocentro, no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1981.
Gentil Nogueira Paes
(1914-)
General de brigada. Comandante do 2º grupamento de engenharia e construção do Exército no ano de 1974.
Gilberto Airton Zenkner (1934-) Coronel do Exército. Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília, em 1974 e 1975. Atuou como coordenador-geral da Operação Sucuri, realizada na região do Araguaia entre maio e outubro de 1973.
Gustavo Eugênio de Oliveira Borges
(1922-)
Coronel-aviador. Secretário de Segurança do estado da Guanabara no governo Carlos Lacerda, responsável pela prisão ilegal dos membros de delegação da República Popular da China, em 3 de abril de 1964. Foi investigado por comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa da Guanabara sobre tortura na Invernada de Olaria e sobre a morte por afogamento de mendigos no rio da Guarda. Convocado pela CNV em outubro de 2014, alegou razões de saúde para não prestar depoimento.
Harry Shibata (1927-) Médico-legista. Diretor do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP) de 1976 a 1983, período em que o órgão foi responsável pela emissão de laudos necroscópicos fraudulentos, com a finalidade de encobrir graves violações de direitos humanos.
Hélio Ibiapina Lima (1919-2010) General de brigada. Presidiu o inquérito policial militar (IPM) instaurado em abril de 1964 para “apurar ações subversivas na área do IV Exército”, no Recife, cuja jurisdição abarcava a região Nordeste. É considerado um dos principais responsáveis pelas graves violações aos direitos humanos perpetradas, após o golpe de Estado, contra grande número de presos políticos em Pernambuco.
Hélio da Mata Resende (*) Tenente do Exército. Lotado na 5ª companhia de guarda do Exército. Foi membro da equipe nº 1 de interrogatório, sediada em Marabá, durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, entre março e maio de 1972.
Herculano Pedro de Simas Mayer (1925-) Capitão de mar e guerra. Atuou como chefe da seção de operações da Força de Fuzileiros Navais durante a Operação Papagaio, realizada contra a Guerrilha do Araguaia em setembro e outubro de 1972.
Hugo de Andrade Abreu (1916-1979) General de divisão. Comandante da paraquedista e integrante do Centro de Informações do Exército (CIE). Comandou diretamente a tropa de paraquedistas enviada ao Araguaia durante a Operação Marajoara, iniciada em outubro de 1973. O objetivo dessa fase das operações, que se estendeu até o ano seguinte, era o extermínio dos guerrilheiros remanescentes na região. No período, pelo menos 49 pessoas foram vítimas de desaparecimento forçado.
Joalbo Rodrigues de Figueiredo Barbosa
(1918-)
Secretário de Segurança Pública do estado da Bahia. Participou de ações de perseguição a Carlos Lamarca, que, em 1971, levaram à morte de Iara Iavelberg.
João de Alvarenga Soutto Mayor
(1917-)
General de brigada. Exerceu a chefia do Estado-Maior do IV Exército de janeiro de 1971 a agosto de 1971. Ao deixar o cargo, assumiu a chefia do Estado-Maior do I Exército por cerca de um ano.
João Dutra de Castilho
(1907-1987)
General de exército. Chefe do Estado-Maior do IV Exército de setembro a novembro de 1964. Comandou a 1ª Divisão de Infantaria da Vila Militar, do Rio de Janeiro, em 1969, época em que a unidade foi utilizada como centro para a prática de tortura e execução de presos políticos.
João Oswaldo Leivas Job
(1927-)
Coronel do Exército. Agente da Divisão Central de Informações da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul no início da década de 1970. Chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército em 1974 e 1975. Secretário de Segurança Pública do estado do Rio Grande do Sul de 1979 a 1982. Teve participação no sequestro dos cidadãos uruguaios Universindo Rodríguez Díaz e Lilián Celiberti, em 1978.
João Pinto Pacca (1919-) General de brigada. Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE), no Rio de Janeiro, de maio de 1968 a abril de 1969. Chefiou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de maio de 1971 a setembro de 1971, sucedendo o então major José Antônio Nogueira Belham.
João Tarcísio Cartaxo Arruda
(1930-1996)
Coronel do Exército. Em 1975, comandou o 6º Batalhão de Engenharia e Construção, que participou da construção da rodovia BR-174. A realização dessa obra resultou, no período de 1972 a 1975, na morte e no desaparecimento de número expressivo de indígenas da etnia Waimiri Atroari.
Jonas Braga (*) Tenente do Exército. Chefe da agência do Distrito Federal do Centro de Informações do Exército (CIE) em 1972, durante as operações repressivas realizadas contra a Guerrilha do Araguaia, entre julho e setembro daquele ano.
Jorge José de Carvalho
(1927-)
Tenente-brigadeiro. Comandante da Base Aérea do Galeão no ano de 1971, quando Stuart Angel foi vítima de detenção ilegal, tortura e execução, tendo seu corpo desaparecido. Durante o comando de Carvalho, esteve em funcionamento presídio clandestino nas dependências da Base Aérea do Galeão, que serviu para detenção de presos políticos e realização de sessões de tortura.
Jorge José Marques Sobrinho (1935-1990) Delegado da Polícia Civil. Diretor do Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB) no início da década de 1970.
José Antônio Nogueira Belham
(1934-)
General de divisão. Chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de novembro de 1970 a maio de 1971, onde permaneceu como adido até setembro de 1971. Esteve no Centro de Informações do Exército (CIE), de abril de 1977 a novembro de 1981, período no qual chefiou a seção de operações. Serviu no SNI, de abril de 1984 a abril de 1987. Foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal em maio de 2014 pelo homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado Rubens Paiva. Convocado pela CNV, compareceu à audiência em setembro de 2014, mas optou por permanecer em silêncio.
José Ferreira da Silva (*) Tenente-coronel do Exército. Comandante do destacamento do Exército em Marabá e comandante de tropas na região do Araguaia, entre junho e julho de 1972.
José Luiz Coelho Netto
(1921-1986)
General de divisão. Subchefe do Centro de Informações do Exército (CIE) à época da criação e funcionamento da Casa da Morte, em Petrópolis (RJ) (1971-74) e um dos responsáveis por sua concepção, segundo depoimento prestado pelo coronel Paulo Malhães à CNV. Chefe do Estado-Maior do I Exército em 1979, e chefe de gabinete do ministro do Exército de 1981 a 1983.
José Ney Fernandes Antunes (1926-) Tenente-coronel do Exército. Comandante do 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, entre novembro de 1968 e fevereiro de 1971.
Leo Guedes Etchegoyen
(1925-2003).
General de brigada. Secretário de Estado de Segurança Pública do Rio Grande do Sul de novembro de 1964 a fevereiro de 1965. Foi chefe do Estado-Maior do II Exército de agosto de 1979 a julho de 1981. Assumiu a chefia do Estado-Maior do III Exército em agosto de 1982.
Leônidas Pires Gonçalves
(1921-)
General de exército. Chefe do Estado-Maior do I Exército de 1974 a 1976, período em que foi responsável pela chefia do Centro de Operações de Defesa Interna (CODI) e por ações no âmbito da Operação Radar, contra o Partido Comunista Brasileiro (PCB), e do episódio conhecido como Massacre da Lapa, contra a cúpula dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Luiz Macksen de Castro Rodrigues
(1924-2004)
Superintendente da Polícia Federal do Rio Grande do Sul em 1978, à época do sequestro de Lilián Celiberti e Universindo Rodríguez Díaz, em Porto Alegre, para o qual a Polícia Federal foi acusada de fornecer veículos que transportaram os agentes que participaram da operação. Em 2007, foi denunciado pelo procurador italiano Giancarlo Capaldo em razão de suas responsabilidades no sequestro do argentino Lorenzo Ismael Viñas, ocorrido em Uruguaiana (RS), em 26 de junho de 1980.
Manoel Pio Corrêa Júnior
(1918-2013)
Diplomata e empresário. Embaixador do Brasil no Uruguai de setembro de 1964 a janeiro de 1966, conduziu severa política de monitoramento dos brasileiros exilados, conseguindo o internamento de Leonel Brizola. Secretário-geral do Ministério de
Relações Exteriores (MRE) de janeiro de 1966 a março de 1967, criou em 1966 o Centro de Informações do Exterior (Ciex). Embaixador na Argentina, de outubro de 1967 a janeiro de 1969.
Marcos Henrique Camillo Cortes
(1935-)
Diplomata. Primeiro chefe do Centro de Informações do Exterior (Ciex), de 1966 a setembro de 1968. Serviu como ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil em Buenos Aires de 1974 a 1978. Em 1986, foi acusado de envolvimento na morte e desaparecimento, em 1976, do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Jr. À época, rebateu as acusações. Ouvido pela CNV em fevereiro de 2014, negou que a Embaixada em Buenos Aires mantivesse contatos de qualquer natureza com a estrutura da repressão política argentina.
Marcus Antônio Brito de Fleury
(1936-2012)
Capitão do Exército. Comandou a 2ª seção do 10º Batalhão de Caçadores, em Goiânia (GO) (atual 42º Batalhão de Infantaria Motorizada). Foi superintendente regional do Departamento de Polícia Federal em Goiás. Entre dezembro de 1968 e abril de 1974, chefiou núcleo da agência de Goiânia do Serviço Nacional de Informações (SNI).
Mário de Souza Pinto (*) General de brigada. Foi chefe do Estado-Maior do II Exército de abril de 1973 a janeiro de 1974.
Melillo Moreira de Mello (1920-1984) Diplomata. Em 1971 e 1972, quando exerceu o cargo de cônsul-geral do Brasil em Santiago, participou do monitoramento dos brasileiros exilados no Chile. Em 15 de junho de 1971, informou o MRE sobre os dados de viagem ao Uruguai do banido Edmur Péricles Camargo. Edmur foi sequestrado no dia seguinte, numa escala em Buenos Aires, e entregue clandestinamente pelas autoridades argentinas ao governo brasileiro e, desde então, se encontra desaparecido.
Newton Araújo de Oliveira e Cruz (1924-) General de divisão. Chefe da agência central do SNI à época do atentado no Riocentro, no Rio de Janeiro, em 1981, tendo sido denunciado pelo Ministério Público Federal em 2014, por sua participação no evento.
Nilton de Albuquerque Cerqueira (1930-) Coronel de Exército. Chefiou a 2a seção (informações) do Estado-Maior da 6a Região Militar de 1971 a 1973, período no qual teve atuação na Operação Pajussara, desencadeada contra Carlos Lamarca no estado da Bahia, e, também, na região do Araguaia. Em 1981, assumiu o comando
da Polícia Militar fluminense e esteve envolvido com a preparação do atentado no Riocentro.
Olavo Vianna Moog
(1912-1989)
General de divisão. Comandante do 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE) em 1964 e 1965. Em 1971, assumiu o Comando Militar do Planalto e a 11a Região Militar, onde permaneceu até 1974. No exercício dessa última função, esteve diretamente envolvido na repressão à Guerrilha do Araguaia, sendo o responsável pelo comando das operações realizadas entre julho e setembro de 1972 e, ainda, da Operação Papagaio, levada a cabo entre setembro e outubro de 1972. Nesse período, treze pessoas tornaram-se vítimas de desaparecimento forçado, das quais três já tiveram seus locais de sepultamento identificados.
Olinto Ferraz
(1911-)
Coronel da Polícia Militar do estado de Pernambuco. Diretor da Casa de Detenção do Recife à época da morte de Amaro Luiz de Carvalho, em 22 de agosto de 1971.
Oscar Geronymo Bandeira de Mello
(1910-)
General de divisão. Presidente da Funai de junho de 1970 a março de 1974. Responsável pela criação do Reformatório Krenak, no estado de Minas Gerais, utilizado como instalação prisional pela Funai e local de tortura, morte e desaparecimento forçado de indígenas.
Paulo Rufino Alves (1934-1986) Coronel do Exército. Comandante do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, em 1976.
Romeu Tuma
(1931-2010)
Delegado da Polícia Civil do estado de São Paulo. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) de 1969 a 1982, período em que o órgão teve grande envolvimento com atividades de repressão política. Foi seu diretor de 1977 a 1982. Em 1982, assumiu a superintendência da Polícia Federal em São Paulo e, em 1985, tornou-se diretor-geral.
Ruy de Paula Couto (1916-) General de exército. Chefe do Estado-Maior do III Exército de dezembro de 1969 a maio de 1972, período em que houve número expressivo de casos de detenção ilegal, tortura, morte e desaparecimento forçado na região Sul do país.
Ruy Lisbôa Dourado
(1917-1986)
Delegado da Polícia Civil do antigo estado da Guanabara. Em abril de 1965, foi cedido ao Ministério das Relações Exteriores para servir na Embaixada do Brasil em Montevidéu. No Uruguai, participou do monitoramento dos brasileiros exilados, como elo de ligação com a polícia local. Em 1979, como delegado distrital da Barra da Tijuca, conduziu o inquérito policial sobre a morte do embaixador José Jobim, corroborando a tese de suicídio. Suas conclusões foram posteriormente desfeitas em investigação do Ministério Público estadual, com a qualificação do caso como homicídio de autoria desconhecida.
Samuel Augusto Alves Correa
(1917-)
Chefe do Estado-Maior do IV Exército no final da década de 1960, comandou a 5ª Região Militar, sediada em Curitiba, de julho de 1974 a janeiro de 1977, período em que foi deflagrada a Operação Marumbi, que resultou em expressivo número de casos de detenção ilegal e tortura.
Syzeno Ramos Sarmento
(1907-1983)
General de exército. Comandante do II Exército em 1967 e 1968, e do I Exército de 1968 a 1971. Durante sua gestão à frente do I Exército, criou o Centro de Operações de Defesa Interna (CODI) e o Destacamento de Operações de Informações (DOI), que funcionaram de forma integrada, no sistema conhecido como DOI-CODI, difundido nacionalmente.
Uriburu Lobo da Cruz (1931-) Capitão de mar e guerra. Vinculado ao Comando de Operações Navais – Divisão Anfíbia/GB. Atuou na força de fuzileiros de esquadra enviada à região do Araguaia para participação na Operação Papagaio, em 1972. Nessa operação, ocupou o posto de comandante do grupamento operativo, formado por 229 homens, sendo o responsável direto pelo comando da tropa.
Waldir Coelho (*) Coronel do Exército. Chefe da Operação Bandeirante (Oban), do I Exército, em 1969 e 1970.
Wilson Brandi Romão
(1930-)
Coronel do Exército. Foi secretário de Segurança Pública do estado do Pará de maio de 1974 a março de 1975, período em que as Forças Armadas levaram a cabo a Operação Marajoara, no sudeste paraense. Durante a operação, pelo menos 49 guerrilheiros foram vítimas de desaparecimento forçado.
Abeylard de Queiroz Orsini
(1927-)

Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP), teve seu registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 10 de abril de 2002, por violação da ética médica, fraude e conivência com a tortura, ao assinar laudos de presos políticos executados pela repressão. Convocado pela CNV em fevereiro de 2014 para prestar depoimento, não atendeu à convocação, deixando de apresentar justificativa formal.
Abílio Correa de Souza
(1923-2001)
Suboficial da Aeronáutica. Fez curso na Escola das Américas, no Panamá.Atuou no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) de janeiro de 1969 (então Núcleo do Serviço de Informações da Aeronáutica, NSISA) a setembro de 1973, quando foi nomeado chefe do posto do Correio Aéreo Nacional em Buenos Aires. Segundo depoimentos de ex-presos políticos, foi o responsável pelo sequestro de Stuart Angel Jones e participou da tortura a que este foi submetido. Foi também identificada sua participação na tortura de Jefferson Cardim de Alencar Osório e seu filho Jefferson Lopetegui de Alencar Osório, na Base Aérea do Galeão, em dezembro de 1970 e janeiro de 1971.
Ademar Augusto de Oliveira
(*)
Investigador de polícia. Serviu no Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo (DEIC/SP). Foi integrante da equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury e do Esquadrão da Morte de São Paulo. Foi identificado seu envolvimento com a prática de detenção ilegal e execução.
Ailton Guimarães Jorge
(1941-)

Ex-militar. Serviu na 1a companhia de Polícia do Exército da Vila Militar do Rio de Janeiro de novembro de 1966 a março de 1972. Esteve à disposição do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de maio de 1972 a novembro de 1972. Pediu demissão do Exército em março de 1981, após ser condenado pela prática de contrabando. Foi preso em 1993 e 2007 por envolvimento com o jogo do bicho. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Ailton Joaquim
(1942-2007)
Capitão do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro. Acusado pela prática de tortura, execução e ocultação de cadáver, foi apontado como um dos mais violentos torturadores do DOI-CODI. Esteve também envolvido com a prática de contrabando quando serviu na Polícia do Exército do Rio de Janeiro.
Alberi Vieira dos Santos
(1937-1979)

Sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, foi colaborador do Centro de Informações do Exército (CIE). Assassinado em 1979. Teve participação em detenções ilegais, execuções, desaparecimento forçado de pessoas e ocultação de cadáveres.
Alberto Octávio Conrado Avegno
(1927-2013)
Agente do Centro de Informações do Exterior (Ciex), com o codinome “Altair”, entre outros, atuou também como agente do Centro de Informações da Marinha (Cenimar). Teve participação em detenções ilegais e desaparecimentos forçados.
Alcides Singillo
(1932-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) na primeira metade da década de 1970. Teve participação em casos de tortura, sequestro e ocultação de cadáver. É réu em processo criminal em andamento em razão de crimes cometidos durante a ditadura militar.
Alfredo Magalhães
(1913-1996)

Capitão de mar e guerra. Serviu no Centro de Informações da Marinha (Cenimar) entre 1970 e 1971, onde atuou sob o codinome de “capitão Mike”; também era chamado de “Alemão”. Participou de tortura na unidade da Marinha da Ilha das Flores, em Niterói. De acordo com relatos contidos no livro Tirando o capuz, de Álvaro Caldas, teria participado das torturas de Stuart Edgar Angel.
Aloísio Fernandes
(1930-2014)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento, para ocultação da causa da morte.
Altair Casadei
(1941-)
Sargento da Polícia Militar. Serviu na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, de 1970 a 1976, onde integrou a equipe de buscas e atuou como carcereiro. Teve participação na prática de tortura.
Aluísio Madruga de Moura
(1938-)
Coronel do Exército. Comandou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do Comando Militar do Planalto. Serviu no Pelotão de Investigações Criminais (PIC) do Exército em Brasília e, ainda, no Serviço Nacional de Informações (SNI) e no Centro de Informações do Exército (CIE). Participou de operações militares relacionadas à Guerrilha do Araguaia, com especial destaque para suas passagens pela região do sudeste do Pará e do norte de Goiás.
Amílcar Lobo Moreira da Silva
(1939-1997)
Médico do Exército. Designado em 1970 para atuar como médico no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército de 1970 a 1974, onde era conhecido como “doutor Carneiro”. Em 1981, foi denunciado publicamente pela ex-prisioneira política Inês Etienne Romeu por ter atuado no centro clandestino de tortura e extermínio do Centro de Informações do Exército (CIE) conhecido como Casa da Morte, localizado em Petrópolis (RJ). Em 1986, o Conselho Regional de Medicina do estado do Rio de Janeiro cassou seu registro profissional. A decisão foi ratificada em 1989 pelo Conselho Federal de Medicina. Teve participação em casos de tortura, execução e ocultação de cadáver.
André Leite Pereira Filho
(1936-2003)

Coronel do Exército. Chefe da seção de informações do 2o Batalhão de Polícia do Exército (BPE) em São Paulo no ano de 1970. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército de fevereiro de 1971 a fevereiro de 1977. Serviu nos batalhões de infantaria de selva de Imperatriz (MA) e de Manaus, de 1977 a 1980. Esteve no Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília, de maio de 1980 a maio de 1985. Foi identificado como responsável pela Casa de Itapevi, centro clandestino de tortura e morte no estado de São Paulo. Segundo depoimento do ex-sargento Marival Chaves à CNV, Pereira Filho, enquanto servia no CIE, participou em julho de 1980 da chamada “Operação Limpeza” realizada com o objetivo de ocultar os restos mortais de Maria Augusta Thomaz e Márcio Beck Machado, mortos em Rio Verde (GO).
Aníbal de Carvalho Coutinho
(1931-)
Coronel do Exército. Comandante-geral da Polícia Militar no estado de Goiás de agosto de 1978 a março de 1983. Teve participação em casos de execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Antônio Cúrcio Neto
(1926-)
Coronel do Exército. Assumiu em abril de 1973 a chefia da 2a Seção (informações) do Estado-Maior do IV Exército, no Recife. Desempenhou funções de direção no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do IV Exército de abril de 1973 a maio de 1974. Em depoimento prestado à Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC), em 16 de maio de 2013, o ex-preso político José Nivaldo Júnior apontou Antônio Cúrcio Neto como responsável por seu sequestro no Recife, ocorrido em agosto de 1973. Da mesma forma, em depoimento concedido à CEMVDHC em 3 de outubro de 2013, o jornalista Carlos Garcia identificou o militar como responsável por sua detenção, em março de 1974.
Antônio Dácio Franco Amaral
(1905-2001)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento, identificando a vítima com nome falso, de modo a favorecer a ocultação de seu cadáver.
Antônio Fernando Hughes de Carvalho
(1942-2005)
Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro, em 1970 e 1971. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultações de cadáver, entre eles o caso do ex-deputado Rubens Beyrodt Paiva, a quem teria torturado e executado pessoalmente. Atuou na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), de 1971 a 1974.
Antônio Valentini
(1945-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Antônio Vilela
(*)
Delegado de polícia. Atuou na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, tendo integrado equipes de busca do órgão. Teve participação em casos de detenção ilegal, execução e desaparecimento forçado.
Antônio Waneir Pinheiro Lima
(1943-)
Soldado do Exército. Atuou na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), com o codinome
“Camarão”. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento
forçado e ocultação de cadáver.
Aparecido Laertes Calandra
(1940-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) e atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, usando o codinome “doutor Ubirajara”. A partir de 1983, quando o delegado Romeu Tuma assumiu a função de superintendente da Polícia Federal, transferiu-se para esse órgão. Teve participação em casos de tortura e execução. Convocado pela CNV em novembro de 2013, prestou depoimento em que sustentou que cumpria funções burocráticas no DOI-CODI de São Paulo.
Aramis Ramos Pedrosa
(1950-)
Ex-tenente do Exército. Serviu no Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu (PR), em 1974, tendo atuado na seção de informações. Em 1977, foi condenado pela Justiça do estado do Mato Grosso do Sul à prisão e à perda da função pública em razão de participação em crime de extorsão mediante sequestro, sem conotações políticas. Teve participação em casos de detenção ilegal, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Areski de Assis Pinto Abarca
(1938-)
Capitão do Exército. Chefe da 2a Seção do Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu (PR), de março de 1974 a fevereiro de 1975. Teve participação em casos de detenção ilegal, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Arildo de Toledo Viana
(1939-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento. Assinou com Harry Shibata e Armando Cânger Rodrigues o laudo de falso suicídio do jornalista Vladimir Herzog.
Armando Avólio Filho
(1945-)
Coronel do Exército. Serviu no 1o batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, de janeiro de 1970 a dezembro de 1971, usando o codinome “Apolo”. Teve participação na prática de tortura.
Armando Canger Rodrigues
(1921-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento. Dentre outros casos, assinou com Harry Shibata e Arildo de Toledo Viana o laudo de falso suicídio do jornalista Vladimir Herzog.
Arthur de Britto Pereira
(1918-2002)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB). Teve participação em caso de tortura e execução.
Artur Falcão Dizeu
(*)
Policial civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE). Carcereiro responsável pela custódia de Anatália de Souza Melo Alves no DOPS/PE quando de sua morte, sob tortura, em 1973; na ocasião, foi oficialmente divulgada a falsa versão de suicídio.
Ary Casagrande
(1935-)
Delegado de polícia. Serviu na 3a Delegacia Seccional de Polícia Civil, em Campos Elísios, em São Paulo. Teve participação em execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Ary Pereira de Carvalho
(1927-2006)
Coronel do Exército. Serviu na 1a Divisão de Infantaria da Vila Militar, no Rio de Janeiro, em 1969 e 1970. Encarregado da condução de inquéritos policiais militares (IPM) nos quais ocorreram interrogatórios violentos e mortes sob tortura. Teve participação em casos de tortura, execução e ocultação de cadáver. Esteve vinculado ao atentado ocorrido no Riocentro, no Rio de Janeiro, em 1981.
Átila Rohrsetzer
(1931-)
Coronel do Exército. Chefiou o serviço de informações do comando do III Exército desde sua criação, em 1967, até 1969. Em 1970 e 1971, chefiou a Divisão Central de Informações (DCI), órgão com funções equivalentes aos Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Organizou o DOI-CODI do III Exército em 1974 e 1975. Foi um dos mentores do “Dopinha” – local clandestino de tortura instalado no centro de Porto Alegre. Em 1967 foi denunciado na comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa do estado do Rio Grande do Sul que investigou o “caso do sargento das mãos amarradas”. Está na lista dos 13 agentes do Estado brasileiro citados pelo procurador Giancarlo Capaldo, responsáveis pelo desaparecimento forçado dos ítalo-argentinos Horacio Domingo Campiglia Pedamonti (1980), no Rio de Janeiro, e Lorenzo Ismael Viñas Gigli (1980), na fronteira de Paso de los Libres (Argentina) e Uruguaiana (Brasil). Teve participação em casos de sequestro, tortura e execução.
Attila Carmelo
(1936-)
Capitão do Exército. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, sob o codinome de “doutor Jorge”, tendo participação em casos de tortura.
Argentino Teodoro Tavares
(1937-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Astorige Correa de Paula e Silva
(1941-)
Investigador de polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em caso de tortura e execução. Convocado pela CNV, não compareceu ao depoimento.
Benoni de Arruda Albernaz
(1933-1993)
Capitão do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo. Teve participação em casos de tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Carlos Alberto Augusto
(1944-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), sendo conhecido como “Carteira Preta” e “Carlinhos Metralha”. Integrou a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Convocado para prestar depoimento à CNV, não foi localizado.
Carlos de Brito
(*)
Delegado da Polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE) entre 1971 e 1972. Identificado por testemunhas, entre elas o ex-preso político Mário Miranda de Albuquerque, como um dos torturadores e executores do estudante pernambucano Odijas Carvalho de Souza.
Carlos Teixeira Marra
(1940-)
Segundo-sargento da Polícia Militar do estado de Goiás. Participou da repressão à Guerrilha do Araguaia, sendo responsável pela tortura do barqueiro Lourival de Moura Paulino, encontrado sem vida em sua cela na delegacia da cidade de Xambioá (TO).
Carlos Victor Mondaine Maia
(*)
Coronel-médico do Exército. Foi chefe de equipe de interrogatório do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército no período de 1971 a 1974. Usava o codinome “doutor José” e teve participação em casos de tortura.
Celso Lauria
(1936-)
Coronel do Exército. Serviu no quartel-general do I Exército, onde esteve encarregado, a partir do segundo semestre de 1969, da condução de inquéritos policiais militares (IPM). Participou diretamente, em 1969 e 1970, de operações de repressão política a organizações políticas de oposição ao regime militar. Vinculou-se ao Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília, de julho a dezembro de 1974, período em que participou de ações de repressão política na região do Araguaia. Serviu no Serviço Nacional de Informações (SNI), em Brasília, de 1975 a 1978. Teve participação em casos de tortura e morte.
Cláudio Antônio Guerra
(1940-)
Delegado de polícia no estado do Espírito Santo. Serviu no DOPS desse estado. Teve participação em casos de execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver. Reconheceu essa atuação criminosa em três depoimentos que prestou à CNV, ocorridos em 25 de junho de 2012, 16 de agosto de 2013 e 23 de julho de 2014. Em agosto de 2014, participou da diligência da CNV na Usina Cambahyba, em região próxima à cidade de Campos dos Goytacases (RJ); a Usina foi identificada por Guerra como local onde, em 1973 e 1974, incinerou corpos de presos políticos levados da Casa da Morte, em Petrópolis (RJ).
Dalmo Lúcio Muniz Cyrillo
(1934-2002)
Coronel do Exército. Foi subcomandante da Operação Bandeirante (Oban)e atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército de setembro de 1969 a fevereiro de 1976. Chefiou uma das equipes de interrogatório da Oban e foi chefe do Setor de Buscas do DOI-CODI em 1971. Usava os codinomes “major Hermenegildo” e “Garcia”. Teve participação em casos de tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Darcy Ursmar Villocq Vianna
(1919-2012)
Coronel do Exército. Comandante da Companhia de Motomecanização da 7a Região Militar, no Recife, em 1964 participou da tortura do líder político Gregório Lourenço Bezerra, que se encontrava sob sua custódia. Ordenou que fosse amarrada uma corda ao pescoço de Gregório Bezerra, que foi espancado e arrastado pelas ruas de Recife.
David dos Santos Araújo
(1938-)
Delegado de polícia do estado de São Paulo. Atuou de abril a outubro de 1971 no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, onde era conhecido como “capitão Lisboa”. Teve participação em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado. Convocado pela CNV, foi ouvido em março de 2013, negando as acusações contra ele formuladas.
Décio Brandão Camargo
(1911-1976)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento, para ocultação da causa da morte.
Deoclécio Paulo
(1933-)
Capitão do Exército. Auxiliar do adido da Aeronáutica e do Exército na Embaixada do Brasil no Chile, de 1972 a 1974. Foi visto no Estádio Nacional, em Santiago, em outubro e novembro de 1973, acompanhando os agentes brasileiros que lá estiveram para interrogar detidos brasileiros e ensinar técnicas de tortura. Anteriormente, havia servido na área de informação (2a Seção) da Divisão Blindada do I Exército. Foi ouvido pela CNV em julho de 2014, em Brasília.
Dirceu Gravina
(1948-)
Delegado de polícia. À época investigador de polícia, integrou equipe de interrogatório do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército em 1971 e 1972. Teve participação em casos de tortura,execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver. Foi ouvido pela CNV em abril de 2014 e negou sua participação.
Dulene Aleixo Garcez dos Reis
(1942-)
Capitão do Exército. Serviu no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, a partir de novembro de 1969, tendo assumido, em abril e maio de 1970, o comando do Pelotão de Investigações Criminais (PIC). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e desaparecimento forçado. Foi ouvido pela CNV em 2 de outubro de 2013, permanecendo em silêncio durante praticamente todo o depoimento.
Edevarde José
(1931-)
Delegado de polícia. Foi denunciado pelo Ministério Público Federal por sua participação na tortura e homicídio de Manoel Fiel Filho.
Edmilson Almeida Cruz
(*)
Soldado da Polícia Militar do estado de Goiás. Atuou na Delegacia de Policia da localidade de Paraíso do Norte (GO) em 1972, quando teve participação em caso de prisão ilegal, tortura, execução e ocultação de cadáver.
Edsel Magnotti
(1928-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Edson Sá Rocha
(1941-)
General de brigada. Chefe de operações do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército em 1980 e no início de 1981. Denunciado pelo Ministério Público Federal por participação no atentado do Riocentro, no Rio de Janeiro, em 1981.
Eduardo Rodrigues
(*)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Elias Freitas
(1926-2008)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento e de desaparecimento forçado.
Elson Valeriano
(1940-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Ênio Pimentel da Silveira
(1936-1986)
Coronel do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército de maio de 1970 a fevereiro de 1976. Teve participação em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado.
Enir Barcelos da Silva
(1935-2010)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS) entre 1965 e 1967. Teve participação em caso de tortura e execução (o caso do “sargento das mãos amarradas”).
Epaminondas Pereira do Nascimento
(1927-)
Capitão da Polícia Militar do estado de Goiás. Delegado de polícia de Rio Verde (GO), conhecido como “Capinondas”. Foi denunciado pelo Ministério Público Federal por sua participação em crime de ocultação de cadáver.
Erar de Campos Vasconcelos
(1925-1997)
Coronel do Exército. Chefe da 2a Seção do Estado-Maior do II Exército. Teve participação em caso de tortura e execução.
Ernani Jorge Correa
(1924-)
General de brigada. Adido do Exército na Embaixada do Brasil no Paraguai de 1974 a 1976, período em que participou de reuniões e iniciativas de intercâmbio de informação relacionadas à Operação Condor. Teve participação na prisão ilegal de cidadãos paraguaios ocorrida em Foz do Iguaçu (PR), em dezembro de 1974. Serviu na 2a seção do Estado-Maior do Exército de 1976 a 1978.
Ernesto Eleutério
(1941-)
Perito criminal do Instituto de Criminalística de São Paulo. Teve participação na emissão de laudos fraudulentos e, por essa conduta, foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela morte de Manoel Fiel Filho.
Ernesto Milton Dias
(1936-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em caso de execução.
Euro Barbosa de Barros
(1934-)
Coronel da Polícia Militar do estado do Mato Grosso. Em 1o de junho de 1973, comandou a invasão da sede da prelazia de São Félix do Araguaia (MT), como forma de intimidação ao bispo dom Pedro Casaldáliga e à agente da prelazia Thereza Salles. Na operação, foram detidas ilegalmente e torturadas pessoas ligadas à prelazia.
Ewaldo Miranda
(*)
Delegado de polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS) em 1950. Participou de ação repressiva de manifestação social em que o uso de armas de fogo veio a causar a morte da operária Angelina Gonçalves (1950).
Ezy Ramalho Feitosa
(*)
Soldado da Polícia Militar do estado de Mato Grosso. Teve participação em caso de execução.
Félix Freire Dias
(1949-)
Ex-cabo do Exército. Foi agente do Centro de Informações do Exército (CIE), com atuação no Rio de Janeiro e em Brasília, tendo também cumprido missões na região de Xambioá (PA), sob o comando do major do CIE José Brant Teixeira. Atuava na Casa de Petrópolis (RJ), um dos principais locais de tortura do país, onde era conhecido como “doutor Magro” ou “doutor Magno”. Segundo depoimentos de Marival Chaves à CNV, Dias teve participação em casos de execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Ferdinando Muniz de Farias
(1922-)
Coronel-aviador. Ingressou no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) em maio de 1969, tendo sido nomeado, em janeiro de 1971, chefe da divisão de operações. Teve participação em casos de tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Firmiano Pacheco Netto
(1934-2008)
Delegado de polícia no estado de São Paulo. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em caso de execução. Convocado pela CNV em março de 2013 para prestar depoimento, deixou de comparecer injustificadamente.
Floriano Aguilar Chagas
(1926-2012)
General de divisão. Foi adido do Exército na Embaixada do Brasil em Buenos Aires de 1973 a 1975, mantendo contato frequente com agentes argentinos e chilenos da área de informações.
Floricio Fornaciari
(1934-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Francisco Moacyr Meyer Fontenelle
(1929-1993)
Coronel do Exército. Serviu no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, sendo também conhecido à época como major Fontenelle. Seu nome consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pelo sequestro, tortura e execução de Mário Alves de Souza Vieira (1970). Teve participação em outros casos de tortura.
Francisco Torres Dutra
(1935-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Freddie Perdigão Pereira
(1936-1996)
Coronel do Exército. Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE), vinculado aos gabinetes dos ministros do Exército Lyra Tavares e Orlando Geisel, de julho de 1968 a março de 1972. Sob o codinome “doutor Roberto”, atuou no centro clandestino conhecido como Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Entre fevereiro de 1973 e janeiro de 1975, serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, sob o comando de Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Maciel. Esteve na agência do SNI no Rio de Janeiro de novembro de 1974 a fevereiro de 1977. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Frederico Ildefonso Marri Amaral
(1932-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em emissão de laudo necroscópico fraudulento, que se prestou ao acobertamento de execução.
Geraldo Rebello
(*)

Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em emissão de laudos necroscópicos fraudulentos, que se prestaram ao acobertamento de execuções.
Gonçalino Curio de Carvalho
(*)
Coronel da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Foi comandante do Destacamento Volante da Brigada Militar. Teve participação na detenção ilegal e tortura que, em 21 de maio de 1965, na cidade de Erechim (RS), levou à morte o agricultor Leopoldo Chiapetti (1965).
Graccho Guimarães Silveira
(1936-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos.
Harim de Sampaio d’Oliveira
(1934-2007)
Delegado de polícia no estado de São Paulo. Integrante de equipe de interrogatório do DOI-CODI do II Exército em 1976, quando teve participação em caso de tortura e execução.
Haydn Prates Saraiva
(1931-2002)
nvestigador de polícia. Atuou em interrogatórios de presos políticos na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte e também em missões em conjunto com o delegado Cláudio Guerra. Teve participação em casos de tortura, execução e ocultação de cadáver.
Herbert de Bastos Curado
(1929-)
Coronel do Exército. Foi secretário de Segurança Pública do estado de Goiás. Teve participação em casos de ocultação de cadáver.
Herculano Leonel
(1942-)
Soldado da Polícia Militar do estado de São Paulo. Foi condenado a seis anos de prisão pela justiça militar em 1982, como autor do disparo que matou o líder sindical Santo Dias. Recorreu da decisão e logrou que o processo fosse arquivado. Teve participação em execução.
Hilário José Corralis
(1913-1982)
Marceneiro e pequeno empresário, especialista em explosivos, ligado a oficiais do Exército e da Polícia Militar. Em maio de 1962, esteve envolvido na tentativa de atentado a bomba contra a Exposição Comercial Soviética no Pavilhão de São Cristovão, na cidade do Rio de Janeiro. Participava do chamado Grupo Secreto, organização paramilitar de direita que desencadeou uma série de atos terroristas na tentativa de deter a abertura política. Teve participação no atentado do Riocentro, no Rio de Janeiro, tendo sido denunciado pelo Ministério Público Federal no ano de 2014.
Hilton Fernandes da Silva
(1920-1986)
Policial civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE). Teve participação em caso de morte sob tortura para o qual foi apresentada a falsa versão de suicídio.
Homero César Machado (1940-) Coronel do Exército. Foi chefe de equipe de interrogatório da Operação Bandeirante (Oban) em 1969 e 1970. Teve participação em casos de prisão, tortura, execução e desaparecimentos forçado. Foi convocado e ouvido pela Comissão Nacional da Verdade em agosto de 2014.
Hugo Caetano Coelho de Almeida
(1926-)
oronel do Exército. Era major do IV Exército, servindo no Recife, em 1964, quando participou da repressão às manifestações que se seguiram ao golpe militar. Nessa ocasião, ao atirar contra manifestantes, teve participação direta na morte de dois estudantes.
Humberto Ribeiro Quintas
(1942-)
Policial civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (DOPS/RJ) em 1970. Teve participação em casos de detenção ilegal e tortura.
Humberto Serrano de Souza
(*)
Investigador de polícia. Serviu na Polícia Civil do estado de Pernambuco. Teve participação em caso de detenção ilegal, tortura e execução.
Hygino de Carvalho Hércules
(1939-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Innocêncio Fabrício de Mattos Beltrão
(1931-)
Major do Exército. Atuou na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército em 1969 e 1970. Teve participação em casos de tortura e desaparecimento forçado.
Isaac Abramovitc
(1936-2012)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos, tortura e ocultação de cadáver.
Ivahir Freitas Garcia
(1926-94)
Delegado de polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em caso de detenção ilegal e execução.
Jacy Ochsendorf e Souza
(1945-)
Capitão do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro, e na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Foi agente do Centro de Informações do Exército (CIE). Denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal em maio de 2014, acusado do homicídio e da ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971. Em depoimento à CNV, o ex-analista do CIE e do DOI Marival Chaves acusou Jacy Ochsendorf de ser o responsável em Brasília pelos agentes infiltrados entre os montoneros exilados no Brasil. Prestou depoimento à CNV em julho de 2014, negando-se a responder às perguntas.
Jáder de Jesus Coutinho
(1932-2013)
Capitão de mar e guerra. Foi subcomandante da unidade da Marinha na ilha das Flores (RJ), em 1969. Teve participação em casos de tortura, que autorizava e cuja execução acompanhava.
Jayr Gonçalves da Motta
(1935-1982)
Policial federal, atuou no Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB) de 1966 ao início da década de 1970. Atuava também no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) e tinha livre trânsito no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro. Teve participação em casos de detenção ilegal e tortura.
Jair Romeu
(1926-2000)
Auxiliar de necropsia do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento e de ocultação de cadáver.
Jamil Jomar de Paula
(1951-)
Tenente do Exército. Atuou no serviço de informações do Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu. Teve participação em casos de detenção ilegal, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Jeovah Silva
(*)
Escrivão do DOPS-GB. Teve participação em caso de tortura no DOPS-GB e no Hospital Central do Exército (HCE).
João Alves de Souza
(*)
Segundo-tenente da Polícia Militar de Goiás. Teve participação em casos de execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
João André Dias Paredes
(1918-1987)
Coronel da Polícia Militar do estado do Paraná, que comandou em 1959 e 1960. Ainda tenente da corporação, foi responsável pela tropa de 22 soldados armados que, em 10 de outubro de 1950, participou da execução de posseiros na repressão à Guerrilha de Porecatu (1947-52), no norte do Paraná.
João Câmara Gomes Carneiro
(1938-)
Capitão do Exército. Serviu no 12o Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte, em 1968, e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro, em 1970 e 1971. Teve participação em casos de tortura.
João Carlos Tralli
(1932-2007)
Investigador da Polícia Civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Entre 1973 e 1974, chegou a passar seis meses preso, sob a acusação de integrar grupos de extermínio em São Paulo.
João Clementino Silva
(1939-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
João Grigorian
(*)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento, para ocultação de morte sob tortura.
João Guilherme Figueiredo
(1936-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em caso de emissão de certidão de óbito fraudulenta.
João Henrique Ferreira de Carvalho
(1950-)
Médico. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, a partir de 1972. Conhecido pelo codinome “Jota” e tendo atuado como agente infiltrado, foi indicado como modelo de infiltração pela Escola Nacional de Informações (ESNI). Como informante, colaborou para a prática de tortura, execuções e desaparecimentos forçados. Convocado pela CNV, prestou depoimento em fevereiro de 2013, confirmando sua colaboração com a repressão, sem admitir, todavia, responsabilidade por graves violações.
João Lucena Leal
(1939-)
Delegado da Polícia Federal. Responsável pela ação que capturou e executou Antônio Bem Cardoso. Em depoimento prestado em 13 de dezembro de 2012 à Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC), de Pernambuco, José Calistrato Cardoso Filho confirmou seu relato sobre as circunstâncias de morte de Antônio Bem Cardoso e a indicação de autoria do delegado João Lucena Leal.
João Medeiros
(1933-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
João Pagenotto
(1927-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos.
João Pedro do Rego
(1925-)
Subtenente do Exército. Vinculado ao Centro de Informações do Exército (CIE), atuou no sudeste do estado do Pará, integrando a estrutura de repressão à Guerrilha do Araguaia. De acordo com depoimentos do sargento José Conegundes do Nascimento e do tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, o subtenente João Pedro do Rego, referido como “Javali Solitário”, participou diretamente da execução da guerrilheira Lúcia Maria de Souza, conhecida também como Sônia, cujo corpo foi deixado insepulto na mata e nunca foi encontrado.
João Rodrigues Pinheiro
(*)
Coronel da Polícia Militar do estado de Goiás. Foi delegado de polícia de Jataí (GO). Teve participação em casos de ocultação de cadáver.
João Santa Cruz Sacramento
(1931-)
Sargento do Exército. Atuou na região do Araguaia em todas as fases do combate à guerrilha, tendo permanecido na área de 1972 a 1975. Ouvido pela CNV em novembro de 2013, reconheceu em seu depoimento ter tido participação na detenção ilegal e no desaparecimento forçado de pessoa não identificada, que foi entregue por ele aos responsáveis pela Casa Azul, centro clandestino de detenção e tortura localizado na antiga sede do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER, hoje Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT) em Marabá (PA).
Joaquim Felix de Carvalho
(1938-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Josecir Cuoco
(1940-)
Delegado da Polícia Federal. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), onde chefiou equipe de interrogatório. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Jonas Fontinelli
(*)
Major do Exército, também identificado como Jonas Gomes Fontenelle. Foi chefe do gabinete da Secretaria de Segurança Pública do estado de Pernambuco, em 1972, e atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do IV Exército. Teve participação em caso de tortura e desparecimento forçado.
Jorge Francisco Inácio
(1939-1985)
Policial civil no estado de Pernambuco. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE). Autor do disparo de arma de fogo que matou Manoel Aleixo, lavrou auto de resistência em que oficializou a versão de que teria reagido à agressão da vítima no momento da detenção.
Jorge Nunes Amorim
(1932-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/ RJ). Teve participação na emissão de laudo necroscópico fraudulento.
José Alves Assunção Menezes
(1914-1977)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/ RJ). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos.
José Anselmo dos Santos
(1942-)
Marinheiro. Agente infiltrado em organizações de oposição ao regime militar, conhecido como “cabo Anselmo”. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e desaparecimento forçado.
José Antônio de Mello
(1924-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação na emissão de laudo necroscópico fraudulento, fato pelo qual foi denunciado pelo Ministério Público Federal.
José Bartolomeu Lemos Gibson
(1923-1991)
Promotor de Justiça. Exerceu cargo em comissão no Departamento de Investigações da Secretaria de Segurança Pública do estado de Pernambuco, em 1969, quando teve participação em caso de detenção ilegal, tortura e execução.
José Benedito Montenegro de Magalhães Cordeiro
(1923-)
Major do Exército. Comandante do 15o regimento de infantaria, em João Pessoa, foi responsável pelo inquérito policial militar (IPM) relativo ao Grupo dos Onze. Teve participação em detenções ilegais, tortura, execução e desaparecimento forçado. Convocado pela CNV em julho de 2014, não compareceu para prestar depoimento, sendo alegado quadro de doença, idade avançada e confusão mental.
José Brant Teixeira
(1934-)
Tenente-coronel do Exército. Esteve vinculado ao Centro de Informações do Exército (CIE) de 1971 a 1979, quando passou a prestar serviços ao Serviço Nacional de Informações (SNI). Chefiou equipe do CIE que atuava na Casa da Morte, centro clandestino localizado em Petrópolis (RJ). Atuou na repressão da Guerrilha do Araguaia e participou da “Operação Limpeza” realizada em janeiro 1975, que se destinou à ocultação dos corpos dos guerrilheiros e camponeses executados e ao encobrimento dos vestígios da atuação das forças repressivas.
José Carlos Campos Filho
(*)
Investigador de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em caso de tortura e execução.
José Cirilo Borges
(1938-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
José Conegundes do Nascimento
(1933-)
Tenente do Exército. As folhas de alteração do então sargento José Conegundes do Nascimento comprovam sua presença na região da Guerrilha do Araguaia entre os anos de 1972 e 1974, a serviço do Centro de Informações do Exército (CIE). Comprova, também, sua presença na região especificamente em 24 de outubro 1973, quando foi executada Lúcia Maria de Souza. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
José de Ribamar Santos
(1931-)
Sargento da Polícia Militar do estado de Goiás. Serviu na Delegacia de Policia de Paraíso do Norte (GO) em 1972, quando teve participação em casos de execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
José do Bonfim Pinto
(1941-)
Segundo-sargento da Polícia Militar do estado de Goiás. Exerceu o cargo de delegado de polícia. Teve participação em caso de desaparecimento forçado.
José Felix Gaspar
(1938-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de apro ximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
José Geraldo Ciscato
(1930-)
(1930-) Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de certidão de óbito fraudulenta.
José Gomes Vidal
(1941-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
José Gonçalves Dias
(*)

Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve envolvimento em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
José Guilherme Figueiredo
(1943-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
José Henrique da Fonseca
(1917-2008)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento e de ocultação de cadáver.
José Lino Coutinho da França Netto
(1940-)
Médico. Prestou serviço militar na unidade da Marinha na Ilha das Flores (RJ), em 1969 e 1970, atuando como tenente-médico. Teve participação em casos de tortura, acompanhando-a e colaborando com sua execução por meio da ocultação do delito, da promoção de tortura psicológica, buscando diminuir a resistência voluntária e a capacidade de decidir dos torturados e agindo junto aos presos políticos após as sessões de tortura física, já em suas celas, na tentativa de ganhar sua confiança e obter novas informações. Essas conclusões foram produzidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em 1993 e 2000, respectivamente, em decisões que resultaram na cassação de seu registro profissional.
José Manoel Pereira
(*)
Sargento do Exército. Serviu no 10o Batalhão de Caçadores do Exército, sendo destacado, em 1972, para atuar no combate à Guerrilha do Araguaia. Teve participação em casos de execução e desaparecimento forçado.
José Maria Francisco
(1923-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
José Morsch
(1912-)
Delegado de polícia. Diretor-substituto do DOPS/RS. Em 1967 foi denunciado na comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul que investigou o “caso do sargento das mãos amarradas” e pelo Ministério Público estadual. Teve participação em caso de tortura e execução.
José Nei Fernandes Antunes
(1926-)
Coronel do Exército. Comandante do 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, de 1969 a 1971, atuou junto ao Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército. Teve participação em caso de tortura e execução.
José Oliveira Silvestre
(*)
Delegado de Polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE). Teve participação em casos de tortura e execução.
José Pereira de Vasconcellos
(1934-)
Inspetor de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB), tendo exercido a chefia da Seção de Atividades Antidemocráticas, em 1963. Participação em torturas e execução.
José Rodrigues
(1939-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Júlio Roberto Cerdá Mendes
(1936-)
Coronel do Exército. Chefiou a seção de informações do Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu (PR), onde serviu de 1970 a 1973. Coordenou as operações militares que levaram à extinção da presença de opositores do regime militar no município de Nova Aurora, no oeste do Paraná. Teve participação em casos de detenção ilegal e tortura. Convocado pela CNV em duas oportunidades, não compareceu injustificadamente.
Júlio Saboya de Araújo Jorge
(1944-)
Capitão de corveta. Serviu na unidade da Marinha da ilha das Flores (RJ), nos anos de 1969 e 1970. Teve participação em casos de tortura, cuja execução acompanhava.
Jurandir Gomes de Carvalho
(1930-)
Comandante da cavalaria da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas.
Jurandyr Ochsendorf e Souza
(1939-)
Capitão da reserva do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, atuando também na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Foi agente do Centro de Informações do Exército (CIE). Denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal em maio de 2014, acusado do homicídio e da ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Beyrodt Paiva, em 1971.
Lenilso Tabosa Pessoa
(1937-2007)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Léo Frederico Cinelli
(1932-)
Coronel do Exército. Tenente-coronel do Exército em 1973 e 1974, quando participou da Operação Marajoara, na região do Araguaia, que resultou na morte e desaparecimento de pelo menos 49 guerrilheiros. Entre 1971 e 1974 trabalhou no Centro de Informações do Exército (CIE). Entre novembro de 1973 e abril de 1974, desenvolveu intensa atividade nos estados do Pará, Goiás e Maranhão, marcada principalmente por deslocamentos por helicóptero em voos que, segundo os relatos de moradores da região, eram utilizados para o transporte de guerrilheiros presos para os centros de detenção, de Bacaba e Marabá (PA), e Xambioá (GO).
Leuzinger Marques Lima
(1928-)
Coronel-aviador. Adjunto do adido aeronáutico na Embaixada do Brasil em Montevidéu. Teve participação na detenção ilegal e na tortura de Jefferson Cardim de Alencar Osório, ocorrida em Buenos Aires, em dezembro de 1970.
Lício Augusto Ribeiro Maciel
(1930-)
Tenente-coronel do Exército. Vinculado ao Centro de Informações do Exército (CIE), sob o codinome de “doutor Asdrúbal”, atuou na região do Araguaia de abril de 1972 ao final de 1973, quando esteve diretamente envolvido na execução e no desaparecimento de guerrilheiros. Sobre um deles, André Grabois, Lício afirmou, em depoimento na Câmara dos Deputados, ter sido o autor direto dos disparos que resultaram em sua morte. Foi ainda denunciado pelo Ministério Público Federal pela privação da liberdade, mediante sequestro, de Divino Ferreira de Souza.
Lindolpho Rodrigues Coelho
(1916-)
Reservista do Exército, atuou no 6o batalhão da Polícia Militar de Governador Valadares (MG). Teve participação em execução.
Lourival Gaeta
(1927-1997)
Delegado de polícia. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, integrando equipe de interrogatório. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e desaparecimento forçado.
Lúcio Valle Barroso
(1933-)
Coronel-aviador. Fez curso na Escola das Américas, no Panamá, de janeiro a abril de 1970. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro. Atuou como chefe de operações da 3a Zona Aérea, sob o comando do brigadeiro João Paulo Moreira Burnier. Foi denunciado por Alex Polari e outros ex-presos políticos como tendo participado da tortura que levou Stuart Angel à morte. Em depoimento à CNV, em junho de 2014, reconheceu ter sido o autor do disparo de arma de fogo que levou à morte de Eiraldo Palha Freire, em julho de 1970. Revelou também detalhes da execução de Luiz Antônio Santa Bárbara, no interior da Bahia, durante a Operação Pajussara.
Luis Martins de Miranda Filho
(1927-2001)
Agente da Polícia Civil. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do IV Exército. Teve participação em casos de tortura.
Luiz Alves Ferreira
(*)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação na emissão de laudo necroscópico fraudulento, identificando a vítima com nome falso.
Luiz Arthur de Carvalho
(1925-)
Coronel do Exército. Foi superintendente regional da Polícia Federal na Bahia. Atuou com equipes do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) na 6a Região Militar. Teve participação em casos de tortura e execução.
Luiz Carlos Menna Barreto
(1926-1993)
Tenente-coronel do Exército. Chefe de gabinete do secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul e responsável pelo “Dopinha”, centro de tortura clandestino instalado no centro de Porto Alegre. Em 1967 foi denunciado na comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul que investigou o “caso do sargento das mãos amarradas”, assim como pelo Ministério Público estadual. Teve participação em caso de tortura e execução.
Luiz Ferreira Barros
(1916-)
Coronel da Polícia Militar do estado da Paraíba. Dirigiu a guarnição da Polícia Militar no município de Sapé (PB), em 1964. Teve participação em execuções.
Luiz Mário Valle Correia Lima
(1945-)
Coronel do Exército. Serviu no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, em 1969 e 1970. Foi denunciado pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pelo sequestro, tortura e execução do militante Mário Alves de Souza Vieira (1970). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e desaparecimento forçado.
Luiz Shinji Akaboshi
(1947-)
Sargento do Exército. Integrante da equipe de interrogatório do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em 1976, quando teve participação em caso de tortura e execução.
Luiz Soares de Souza Rocha
(1909-1980)
Delegado de polícia, lotado na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte, em 1969 e 1970. Superintendente de policiamento civil do estado de Minas Gerais. Teve participação em casos de tortura e execução.
Luiz Timótheo de Lima
(1936-)
Agente da Polícia Civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (DOPS/RJ). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e desaparecimento forçado. Foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelo sequestro e tortura de Mário Alves de Souza Vieira.
Marco Antonio Povolleri
(1946-)
Cabo do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército. Teve participação em casos de tortura, execução e ocultação de cadáver.
Marco Aurélio da Silva Reis
(*)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS). Teve participação em caso de prisão ilegal e tortura.
Marcos de Almeida
(*)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Mario Borges
(*)
Policial civil. Foi chefe do serviço de buscas ostensivas do Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB). Teve participação em casos de detenção ilegal e tortura.
Mario Espedito Ostrovski
(1946-)
Tenente do Exército. Serviu na 2a seção do Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu (PR), no início da década de 1970, quando atuou em operações militares que levaram à extinção da presença de opositores do regime militar no município de Nova Aurora, no Paraná. Teve participação em casos de detenção ilegal e tortura. Convocado duas vezes pela CNV, deixou de comparecer sem apresentar justificativa, o que motivou solicitação da CNV ao Departamento de Polícia Federal para abertura de inquérito policial por crime de desobediência.
Mário Nelson Matte
(1939-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento, identificando a vítima com nome falso.
Mario Santalucia
(1909-1972)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Maurício José de Freitas
(*)
Agente da Polícia Federal. Integrou equipe de interrogatório da Operação Bandeirante (Oban), de 1969 a 1971. Conhecido como “Lungaretti”, ou “Lunga”, teve participação em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado.
Maurício Lopes Lima
(1935-)
Tenente-coronel do Exército. Serviu na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOICODI) do II Exército, em São Paulo, de 1969 a 1971, onde chefiou equipe de busca e orientou a realização de interrogatórios. Teve participação em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado.
Miguel Cunha Lanna
(1920-)
Coronel-aviador. Adido militar aeronáutico em Buenos Aires e Montevidéu. Teve participação no sequestro e desaparecimento forçado de Edmur Péricles Camargo, em Buenos Aires, em 16 de janeiro de 1971.
Milton Souto da Silva
(1938-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Moacir Gomes de Almeida
(*)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Murilo Fernando Alexander
(1924-)
Coronel do Exército. Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE) no final da década de 1960 e início da década de 1970. Na Auditoria Militar do Exército em São Paulo, teve participação na ocultação das causas da morte de Vladimir Herzog (1975) e Manoel Fiel Filho (1976).
Nelson Costa
(*)
Policial civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do então estado da Guanabara (DOPS/GB). Teve participação em casos de execução.
Nereu de Mattos Peixoto
(1926-)
Brigadeiro do ar. Serviu no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA). Foi chefe de gabinete do brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, quando este comandou a 3a Zona Aérea, no Rio de Janeiro, em 1970 e 1971. Teve participação no caso de detenção ilegal, tortura e execução do ex-deputado Rubens Beyrodt Paiva, quando este esteve sob poder do CISA, antes de ser executado no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército.
Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues
(1931-)
(1931-) Vinculado ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC) no estado de Pernambuco, ainda estudante, no final da década de 1960. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Ney Armando de Mello Meziat
(1924-)
Coronel do Exército. Chefe da 2a seção do IV Exército. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Teve participação em casos de tortura.
Nilo Caneppa da Silva
(1916-)
General. Adido do Exército na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, de janeiro de 1969 a fevereiro de 1971. Teve participação na detenção ilegal e na tortura de Jefferson Cardim de Alencar Osório, ocorrida em Buenos Aires, em dezembro de 1970.
Nilo Hervelha
(*)
Inspetor de polícia do Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS) de 1970 e 1972. Teve participação em caso de detenção ilegal e tortura.
Odeíno Gomes da Silva
(1939-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Olympio Pereira da Silva
(1922-1985)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Onildo Benicio Rogeno
(1930-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Orlando José Bastos Brandão
(1930-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Osvaldo Ferrarez de Castro
(1942-)
Soldado da Polícia Militar do estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Otávio D’Andrea
(1930-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos.
Otávio Gonçalves Moreira Júnior
(1938-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) e posteriormente no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército. Foi morto no Rio de Janeiro em 1972. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e ocultação de cadáver.
Otávio Rainolfo da Silva
(1947-)
Policial civil. Serviu no Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu (PR), lotado na seção de informações. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e desaparecimentos forçados. Convocado pela CNV em maio de 2013, prestou depoimento e reconheceu que esteve presente na Chacina do Parque Nacional do Iguaçu, em julho de 1974.
Paulo Augusto de Queiroz Rocha
(1919-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de atestados de óbito e laudos necroscópicos fraudulentos.
Paulo Bordini
(1922-2011)
Sargento da Polícia Militar do estado de São Paulo. Atuou na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução e desparecimento forçado.
Paulo Malhães
(1938-2014)
Coronel do Exército. Serviu no Centro de Informações do Exército (CIE).Com intensa participação em atividades de repressão, atuou nos estados do Rio de Janeiro – inclusive na Casa da Morte, em Petrópolis – do Rio Grande do Sul, do Paraná e do Mato Grosso, na região Nordeste e na região do Araguaia. De acordo com depoimento que prestou à CNV, esteve, também, em operações que contaram com a cooperação de agentes argentinos e chilenos. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Paulo Rosa
(*)
Investigador da Polícia Federal. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, em 1969 e 1970, tendo integrado equipe de interrogatório. Teve participação em casos de tortura, desparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Paulo Sérgio Nery
(1935-1979)
Diplomata. Chefiou o Centro de Informações do Exterior (Ciex) do Ministério das Relações Exteriores, de janeiro de 1969 a novembro de 1973. Teve participação no caso do desaparecimento forçado de Edmur Péricles Camargo, em Buenos Aires, em 16 de junho de 1971.
Pedro Antônio Mira Grancieri
(1936-)
Investigador de polícia. Atuou no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, em São Paulo, na década de 1970. Em entrevista à revista IstoÉ Senhor (edição de 25 de março de 1992), declarou ter sido o único policial que participou do interrogatório de Vladimir Herzog e admitiu estar envolvido com sua morte. Os ex-presos políticos Rodolfo Konder e George Duque Estrada, detidos no DOI-CODI à mesma época, acusaram Pedro Antônio Mira Grancieri de ser responsável pela tortura que levou Herzog à morte.
Pedro Carlos Seelig
(1934-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS). Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução.
Pedro Correa Cabral
(1944-)


Coronel-aviador. Esteve na região sudeste do Pará entre outubro de 1973 e setembro de 1975, participando dos esforços de contraguerrilha e, posteriormente, das chamadas “Operações de Limpeza”, conforme entrevista que concedeu à revista Veja (edição de 19 de outubro de 1993). O coronel afirmou ter transportado corpos de guerrilheiros, desenterrados com a finalidade de eliminação de vestígios dos crimes cometidos pelos militares no episódio. Teria presenciado pessoalmente a exumação de alguns corpos de guerrilheiros, assim como sua queima.
Pérsio José Ribeiro Carneiro
(1939-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento, tendo tido cassado seu registro profissional.
Raul Nogueira de Lima
(1930-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) e foi um dos criadores do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Teve participação em casos de execução.
Raymundo Ronaldo Campos
(1935-)
Coronel do Exército. Foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal em maio de 2014, por participação no homicídio e na ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Beyrodt Paiva, ocorridos em janeiro de 1971.
Redivaldo Oliveira Acioly
(1937-)
Delegado da Polícia Civil do estado de Pernambuco. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE). Teve participação em caso de tortura e desparecimento forçado, sendo signatário, juntamente com o chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, Jonas Fontinelli, de documento enviado ao ministro do Superior Tribunal Militar (STM) Armando Perdigão, em que se registrou a falsa fuga de Ezequias Bezerra da Rocha, e também omitindo dos familiares informações sobre a localização do corpo da vítima.
Renato D’Andréa
(1931-)
Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em casos de detenção ilegal.
Renato Sergio Lima Cappelano
(1929-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de atestado de óbito e de laudo necroscópico fraudulento.
Ricardo Agnese Fayad
(1940-)
Médico do Exército e general de brigada. Esteve lotado no 1o batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, de 1970 a 1975. Teve participação em casos de tortura.
Riscala Corbage
(1941-)
Tenente-coronel da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro. Com atuação em atividades de repressão política desde o final da década de 1960, esteve vinculado ao Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército nos primeiros anos da década de 1970. Em depoimento prestado em 2014 ao Ministério Público Federal, admitiu a prática generalizada da tortura no DOI‑CODI, envolvendo centenas de presos políticos.
Rível Gomes da Rocha
(1940-)
Investigador da Polícia Civil do estado de Pernambuco. Teve participação em caso de detenção ilegal, tortura e execução.
Roberto Andrade Magalhães
(1935-2005)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Roberto Artoni
(1938-2014)
Capitão do Exército. Serviu como chefe da seção de investigações do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército de abril de 1971 a dezembro de 1976, quando foi transferido para o Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília. Atuou no centro clandestino 31 de Março, no bairro de Parelheiros, em São Paulo (SP). Teve participação em casos de tortura e execução.
Roberto Augusto de Mattos Duque Estrada
(1936-)
Capitão do Exército. Serviu no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, em 1969 e 1970. Teve participação em caso de detenção ilegal, tortura e desaparecimento forçado.
Roberto Blanco dos Santos
(1940-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Roberto Hipólito da Costa
(1918-1974)
Brigadeiro do ar. Serviu na 5a Zona Aérea em 1964. Teve participação em caso de execução. Recebeu a Medalha do Pacificador em 1965.
Rogério Matos do Nascimento
(1943-)
Vinculado ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC) no estado de Pernambuco, ainda estudante, no final da década de 1960. Teve participação em caso de detenção ilegal, tortura e execução.
Rubem Otero
(1930-)
Segundo-sargento da Marinha. Teve participação em caso de execução.
Ruben do Nascimento Paiva (1913-1995) General do Exército. Diretor do Hospital Central do Exército (HCE) em 1971, concedeu autorização para o ingresso de agentes do Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (DOPS/RJ) no hospital, para interrogatório de Raul Amaro Nin Ferreira, que lá foi torturado.
Rubens Gomes Carneiro
(1937-)


Segundo-sargento do Exército. Atuou como agente de operações do Centro de Informações do Exército (CIE), lotado no gabinete do ministro do Exército entre 1970 e 1976. Identificado por Inês Etienne Romeu como o torturador que na Casa da Morte atuou sob o codinome de “Laecato”. O coronel Paulo Malhães confirmou a participação de Rubens Gomes Carneiro no massacre do Parque Nacional do Iguaçu. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Rubens Paim Sampaio
(1934-)
Coronel do Exército. Oficial do gabinete do ministro do Exército a partir de agosto de 1970, exerceu a função de adjunto do Centro de Informações do Exército (CIE), até 1976. Identificado por Inês Etienne Romeu como o torturador que na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), atuou sob o codinome de “doutor Teixeira”. Teve participação em casos de tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver. Foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal em maio de 2014, acusado de participação no homicídio e na ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Beyrodt Paiva.
Rubens Pedro Macuco Janini
(1931-2009)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Rubens Robine Bizerril
(1935-)
Major do Exército. Serviu na 3ª Brigada de Infantaria motorizada, no Estado de Goiás. Dirigiu inquérito policial militar (IPM) para apurar atividade do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Goiás. Teve participação em caso de tortura e execução.
Rubens Cardozo de Mello Tucunduva
(1925-1987)
Delegado da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Serviu no Departamento de Ordem Politica e Social de São Paulo (DOPS/SP). Teve participação em casos de detenção ilegal e execução.
Salim Raphael Balassiano
(1933-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado do Rio de Janeiro (IML/RJ). Teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Samuel Haberkom
(1935-)

Médico-legista do Instituto Medico Legal do Estado de Sao Paulo (IML/SP). Teve participacao em casos de emissao de certidão de óbito fraudulenta.
Sandoval de Sá
(1940-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado de Goiás (IML/GO). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Sebastião Alvim
(*)
Coronel do Exército. Presidiu o inquérito policial militar (IPM) que investigou o Conjunto Residencial da Universidade de Sao Paulo (CRUSP), de 1968 a 1972. Teve participação em casos de tortura.
Sebastião Cândido
(1932-)
Soldado da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Integrou a equipe policial que, sob o comando do tenente Jurandir Gomes de Carvalho, reprimiu manifestação de trabalhadores das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, em 7 de outubro de 1963. Atirou indiscriminadamente contra uma multidão de aproximadamente 5 mil pessoas. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Sebastião Curió Rodrigues de Moura
(1938-)

Coronel do Exército. Conhecido também como “Curió” ou “doutor Luchinni”, esteve vinculado ao Centro de Informacoes do Exercito (CIE). Serviu na regiao do Araguaia, onde esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram. Participou da Operação Sucuri, em 1973, e comandou o posto de Marabá (PA) durante a Operação Marajoara, de outubro de 1973 ate o final de 1974. Após ser convocado em três oportunidades pela CNV, apresentou atestado médico para justificar a impossibilidade de comparecimento, nao tendo sido acolhida oferta da Comissao para coleta de depoimento domiciliar ou hospitalar.
Sebastião de Oliveira e Souza
(1939-)
Coronel da Polícia Militar do Estado de Goiás. Comandante do 2º Batalhao de Polícia Militar. Teve participação em casos de ocultação de cadáver.
Sebastião José Ramos de Castro
(1922-)

General de Exército. Adido do Exército na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, de março de 1971 a fevereiro de 1973. Teve participação no sequestro e desaparecimento forçado de Edmur Pericles Camargo, em Buenos Aires, em 16 de junho de 1971. Em 1973, apos voltar de Buenos Aires, passou a servir no Serviço Nacional de Informações (SNI), primeiro como assessor da direção do órgão, depois, por quase quatro anos, como chefe da agência central, tendo sido exonerado do cargo em 1978. No SNI, teve também participacao no caso do sequestro de três cidadãos paraguaios em Foz do Iguaçu em dezembro de 1974.
Sergio Belmiro Acovesta
(1929-)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado de Sao Paulo (IML/SP), cujo nome é também grafado Sergio Belmiro Acquesta. Teve participação em casos de emissão de certidão de óbito e laudo necroscópico fraudulento.
Sérgio de Oliveira
(*)
Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado de Sao Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Sérgio Fernando Paranhos Fleury (1933-1979) Delegado da Polícia Civil do Estado de São Paulo, serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) e foi nomeado diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), em 1977. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura, execução, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver.
Tamotu Nakao (1934-)

Tenente da Polícia Militar. Atuou no Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército como chefe de equipe de interrogatório. Teve participação em caso de tortura e execução, pelo qual foi denunciado pelo Ministério Público Federal.
Thacyr Omar Menezes Sia (1933-1995)

Policial Civil. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais (DOPS/MG). Teve participação em caso de tortura e execução.
Thaumaturgo Sotero Vaz
(1932-)

General de brigada. Instrutor e comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) de Manaus, da década de 1960 a década de 1980. Realizou curso de guerrilhana selva na Escola das Americas, no Panama. Em 1972, participou ativamente da repressão à Guerrilha do Araguaia no sudeste do Pará e no norte de Goiás, onde comandou um pequeno destacamento cujas ordens explícitas eram para "redução de um grupo de guerrilheiros". A ação desse destacamento esta diretamente relacionada a execução do guerrilheiro Bergson Gurjao Farias. Um ex-guerrilheiro, em depoimento que prestou a CNV, afirmou que Sotero Vaz teria participado da tortura a que foi submetido no Pelotao de Investigações Criminais (PIC) de Brasilia. Em 1975, ao lado de Flaviode Marco, Sotero Vaz foi um dos observadores oficiais do Estado brasileiro na reunião de fundação da Operação Condor, realizada em Santiago de Chile. Foi convocado duas vezes para prestar depoimento à
CNV, em agosto de 2014, e alegou razões de saúde para não comparecer.
Ubirajara Ribeiro de Souza
(1937-)

Subtenente do Exército, oficial do gabinete do ministro do Exército, de 1970 a 1977. Segundo pessoas ouvidas pela CNV, Ubirajara atuou na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Teve participação em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado. Convocado pela CNV em duas oportunidades, prestou depoimento em julho de 2014, tendo deixado de responder às perguntas formuladas.
Valter da Costa Jacarandá (1939-)

Coronel aposentado do Corpo de Bombeiros. Atuou no 1º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, em 1970. Teve participação em casos de prisão ilegal, tortura e desaparecimento forçado. Foi ouvido pela CNV em agosto de 2013 e reconheceu a prática de tortura, sem mencionar casos especificos.
Vasco Elias Rossi
(1915-)

Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em caso de emissão de laudo necroscópico fraudulento.
Walter Sayeg (1923-)

Médico-legista do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo (IML/SP). Teve participação em casos de emissão de laudos necroscópicos fraudulentos.
Wilson Luiz Chaves Machado (1947-) Coronel do Exército. Denunciado criminalmente pelo Ministério Publico Federal em maio de 2014, por sua participação no atentado do Riocentro (1981). Convocado em três oportunidades pela CNV, prestou depoimento em julho de 2014, tendo optado por não responder as questões que foram formuladas.
Ydyno Sardenberg Filho
(1931-)
Coronel do Exército. Atuou na repressao à Guerrilha do Araguaia. Teve participação em caso de execução e desaparecimento forçado.
Zuiderzee Nascimento Lins
(1934-)

Tenente-coronel do Exército. Assumiu o comando do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) da 5ª Regiao Militar, em julho de 1975. Nesse mesmo ano, sob seu comando, o DOI-CODI executou, em parceria com a Delegacia de Ordem Politica e Social do Parana (DOPS/PR), a Operacao Marumbi, contra militantes e simpatizantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no estado, na qual foram presas mais de 100 pessoas, com 65 indiciados. Em Santa Catarina, com o mesmo propósito, foi desfechada a Operação Barriga Verde. Um local clandestino, chamado Clinica Marumbi, foi utilizado por policiais e oficiais do DOI-CODI para sessões de interrogatório e tortura. Agentes do DOI-CODI do II Exercito envolvidos na Operação Radar, desencadeada em Sao Paulo com o mesmo propósito, participaram de ações da Operação Marumbi. Em 1978, assumiu função no Serviço Nacional de Informações (SNI). Teve participação em casos de tortura.
(*) Ano de nascimento não informado pela Comissão Nacional da Verdade.