O SUL, 07/09/2012
BEATRIZ FAGUNDES
Sem
uma segurança pública minimamente visível e arbitrária no combate à
criminalidade, nos resta a condição de cidadãos reféns da barbárie, que
sem policiamento preventivo e ostensivo possibilita aos marginais
transitarem nos ameaçando e roubando sem qualquer constrangimento.
Nesta
data destinada a comemorar a denominada Independência do Brasil,
confesso que fico mais sensível do que em outros dias. Sem descambar
para um emocionalismo folclórico, admito que conhecer as razões de datas
históricas é, antes de um dever do cidadão, uma bela fórmula de
enriquecer a própria vida. Adoro conhecer detalhes do passado e as
formas como os fatos marcantes ocorreram. Anterior a esta data
comemorativa da Independência no Brasil, o "caldo de cultura"
acompanhava os acontecimentos além-mar, especialmente na França, com sua
incensada "queda da Bastilha", à qual, com seu slogan, faria qualquer
publicitário moderno virar celebridade: Liberté, Egalité, Fraternité
(Liberdade, Igualdade, Fraternidade) foi o lema da Revolução Francesa. O
slogan sobreviveu à revolução, tornando-se o grito de ativistas em prol
da democracia e da derrubada de governos opressores e tiranos de todo
tipo.
A Coroa Portuguesa já enfrentava, na
Terra Brazilis, desde a Inconfidência Mineira, uma tentativa de revolta
de natureza separatista ocorrida na então capitania de Minas Gerais,
contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio
português. Foi abortada pela Coroa Portuguesa em 1789. Tempos depois do
famoso Dia do Fico, D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte,
organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem
para o reino, determinando que nenhuma lei de Portugal seria colocada em
vigor sem o "cumpra-se", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o
futuro imperador do Brasil conclamava o povo a lutar pela independência.
Em
meio a uma viagem a São Paulo para acalmar setores da sociedade que
estavam preocupados com os últimos acontecimentos, pois acreditavam que
tudo isso poderia ocasionar uma desestabilização social, D. Pedro
recebeu uma nova carta de Portugal, que anulava a Assembleia
Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole. Próximo ao
riacho do Ipiranga, ao receber uma determinação de submissão à Coroa
Portuguesa, D. Pedro levantou a espada e gritou: "Independência ou
Morte!" Esse fato, afirma a história oficial, ocorreu no dia 7 de
setembro de 1822, e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro
de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil. Hoje, vamos
homenagear aquele que, a meu juízo, é o maior brasileiro de todos os
tempos. Escrevo isso, pois uma rede de TV, em parceria com a BBC de
Londres, está fazendo um enquete sobre quem seria o mais importante
brasileiro de todos os tempos. "Na minha ?opiniãozinha'", ninguém pode
receber essa distinção além de Dom Pedro I.
Mas,
abstraindo a questão histórica da data, me vejo comprometida em
lamentar a nossa atual situação. Nossos antepassados garantiram, com a
própria vida, nossa condição de cidadãos, condição que podemos impor ao
sistema político brasileiro. Somos livres, de acordo com a Constituição
em vigor, para ?ir e vir'. Eis a questão: como garantir essa
pseudoliberdade sem as mínimas garantias de "segurança pública",
obrigação constitucional do Estado? Descendo na escala de valores, é
impossível comemorar o 7 de Setembro em nossas "ruas do medo". Sem uma
segurança pública minimamente visível e arbitrária no combate à
criminalidade, nos resta a condição de cidadãos reféns da barbárie, que
sem policiamento preventivo e ostensivo possibilita aos marginais
transitarem nos ameaçando e roubando sem qualquer constrangimento. O
nosso lamento, longo e histórico, objetiva apenas lamentar que a Brigada
Militar se mantenha aparentemente ausente no dia a dia do cidadão. Não
existe liberdade sem segurança.
A PAZ SOCIAL É O NOSSO OBJETIVO. ACORDAR O BRASIL É A NOSSA LUTA.
"Uma nação perdida não é a que perdeu um governante, mas a que perdeu a LEI."
Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
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