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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

DEFESA CIBERNÉTICA

ZERO HORA 09 de janeiro de 2013 | N° 17307

GUERRA VIRTUAL
País cria sistema de defesa cibernética. Órgão militar brasileiro irá prevenir ataques aos sistemas de informática

HUMBERTO TREZZI

Agora é oficial: no Brasil, internet virou tema de segurança nacional. O Ministério da Defesa publicou a portaria que cria o Sistema Militar de Defesa Cibernética (SMDC). Como o nome indica, é um órgão militar para prevenir ataques aos sistemas de informática em todo o país e será coordenado pelo Estado-Maior das Forças Armadas.

Opaís se incorpora, ainda que tardiamente, ao modelo das grandes potências, em que a guerra virtual ganha cada vez mais importância. Vinculado ao Ministério da Defesa, o SMDC tem por objetivo cuidar apenas dos 60 mil computadores do Exército. Mas a meta futura é também atuar na prevenção de ataques a toda rede informática usada de forma estratégica no Brasil. É por isso que o sistema pautará reuniões com dirigentes de empresas de geração e distribuição de energia, a rede bancária e os transportes rodoviário, aéreo e ferroviário, por exemplo. Sem falar na área de segurança pública, uma das prioridades do novo sistema.

– O Brasil é a sexta economia do mundo, não pode se privar de meios de defesa modernos, inclusive com relação a possíveis ataques também modernos – explicou o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante um seminário de defesa cibernética.

Preocupação com segurança durante a Copa e a Olimpíada

A ponta de lança do sistema é o Centro de Defesa Cibernética (CDC), comandado pelo Exército, em Brasília. Ele centralizará estratégias já usadas por empresas como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Comitê Gestor da Internet (CGI), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e organizações militares em geral.

O ministro confirma que uma das preocupações do governo na defesa cibernética é sua aplicação durante eventos como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

– As pessoas não andam mais com dinheiro, é tudo no cartão de crédito. A ameaça cibernética pode parar o país. Na Rio+20, piratas cibernéticos tentaram invadir o sistema e foram repelidos. Por isso, a iniciativa do Ministério da Defesa é imprescindível e elogiável – analisa o gaúcho Nelson Düring, editor do site Defesanet.com.br, especializado em assuntos militares.

Düring ressalta que a ameaça pode partir não apenas de governos hostis ao Brasil ou de terroristas, mas também de criminosos comuns. O setor cibernético é um dos três eixos da Estratégia Nacional de Defesa, o plano de ação dos militares para as próximas décadas. A importância dada ao tema pode ser medida pela previsão orçamentária: nos próximos quatro anos, o governo planeja investir quase R$ 400 milhões no SMDC.

O subchefe de Comando e Controle do Ministério da Defesa, general Paulo Melo de Carvalho, afirma que o treinamento de tropas militares depende, cada vez mais, de redes de internet. A missão, agora, é estimular essa estratégia de defesa no mundo civil, que já atua com suas próprias vacinas, mas sem entrosamento com os militares.

Na mira de piratas da internet

O Brasil é um dos campeões mundiais em crimes cibernéticos. De acordo com a empresa norte-americana Norton, especializada em antivírus, em 2011 o Brasil ficou em quarto lugar no ranking de ataques a sistemas de computação, numa lista de 24 países, atrás apenas da China, África do Sul e México. A mesma investigação conclui que 80% dos brasileiros já foram vítimas desse tipo de crime, com prejuízos anuais de US$ 15 bilhões.

Um exemplo de como a pirataria cibernética é encarada como ameaça de Estado vem do Irã. Um oficial da Guarda Revolucionária, a mais importante organização militar iraniana, declarou, recentemente, que “guerra cibernética é mais perigosa que uma guerra física”. É que as centrais de enriquecimento de urânio do Irã foram inoculadas, em 2010, com o vírus de computador Stuxnet. A infecção virtual teria sido deflagrada pelos EUA, para retardar o programa atômico iraniano. Uma das ideias dos iranianos é elaborar uma rede de internet nacional, impermeável a vírus do Exterior.

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