CORREIO DO POVO, 03/06/2013
JUREMIR MACHADO DA SILVA
São tantos os mitos sobre o passado recente.
Segundo o historiador Thomas Skidmore, em “Brasil, de Castelo a Tancredo”, Costa e Silva foi acusado pelo general Moniz Aragão “de obter favores para seus parentes”. O ditador ficou fulo com o seu ministro do Exército, Lira Tavares, que não soubera manter a disciplina da tropa. Aragão, que era chefe do Departamento de Provisão Geral do Exército, perdeu, depois da sua carta-bomba, o cargo. Assim se constrói uma imagem.
Os defensores da ditadura adoram criticar a Comissão da Verdade por ela não investigar os “dois lados” do que aconteceu durante o regime militar.
É uma asneira ideológica reproduzida para confundir.
A Comissão da Verdade não tem poder de punição.
Mas poderá, quem sabe, levar a uma revisão da Lei da Anistia, o que permitiria o julgamento dos agentes de Estado, torturadores, jamais incomodados.
Por que os resistentes à ditadura teriam de ser julgados duas vezes?
A verdade é esta: eles foram julgados pela justiça militar.
Deixemos de lado os exilados, os suicidados e os desaparecidos.
Fiquemos só com julgados.
Punição não faltou.
A ignorância não pode ser argumento.
Na apresentação ao livro “Como eles agiam – os subterrâneos da ditadura militar: espionagem e polícia política”, do historiador Carlos Fico, Jacob Gorender observa: “Com os dados hoje disponíveis, pode-se estimar que cerca de cinquenta mil pessoas tiveram, no período ditatorial, a experiência traumática da passagem pelos ‘porões’ e, destas, não menos de vinte mil foram submetidas à violência da tortura. Nos cerca de oitocentos processos por crimes contra a segurança nacional, e encaminhados à Justiça Militar, figuraram onze mil indiciados e oito mil acusados, resultando em alguns milhares de condenações”.
Carlos Fico disponibiliza um anexo de uma fatia dos julgamentos:
Crimes contra a segurança nacional. Número de denunciados, absolvidos ou condenados em primeira instância, cujas sentenças foram examinadas pelo Supremo Tribunal Militar através de recursos de apelação – 1970/1973
São tantos os mitos sobre o passado recente.
Segundo o historiador Thomas Skidmore, em “Brasil, de Castelo a Tancredo”, Costa e Silva foi acusado pelo general Moniz Aragão “de obter favores para seus parentes”. O ditador ficou fulo com o seu ministro do Exército, Lira Tavares, que não soubera manter a disciplina da tropa. Aragão, que era chefe do Departamento de Provisão Geral do Exército, perdeu, depois da sua carta-bomba, o cargo. Assim se constrói uma imagem.
Os defensores da ditadura adoram criticar a Comissão da Verdade por ela não investigar os “dois lados” do que aconteceu durante o regime militar.
É uma asneira ideológica reproduzida para confundir.
A Comissão da Verdade não tem poder de punição.
Mas poderá, quem sabe, levar a uma revisão da Lei da Anistia, o que permitiria o julgamento dos agentes de Estado, torturadores, jamais incomodados.
Por que os resistentes à ditadura teriam de ser julgados duas vezes?
A verdade é esta: eles foram julgados pela justiça militar.
Deixemos de lado os exilados, os suicidados e os desaparecidos.
Fiquemos só com julgados.
Punição não faltou.
A ignorância não pode ser argumento.
Na apresentação ao livro “Como eles agiam – os subterrâneos da ditadura militar: espionagem e polícia política”, do historiador Carlos Fico, Jacob Gorender observa: “Com os dados hoje disponíveis, pode-se estimar que cerca de cinquenta mil pessoas tiveram, no período ditatorial, a experiência traumática da passagem pelos ‘porões’ e, destas, não menos de vinte mil foram submetidas à violência da tortura. Nos cerca de oitocentos processos por crimes contra a segurança nacional, e encaminhados à Justiça Militar, figuraram onze mil indiciados e oito mil acusados, resultando em alguns milhares de condenações”.
Carlos Fico disponibiliza um anexo de uma fatia dos julgamentos:
Crimes contra a segurança nacional. Número de denunciados, absolvidos ou condenados em primeira instância, cujas sentenças foram examinadas pelo Supremo Tribunal Militar através de recursos de apelação – 1970/1973
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