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segunda-feira, 12 de maio de 2014

MAGNATAS DE CASSINOS DOS EUA DISPUTAM MERCADO DO JAPÃO


Só com dois gigantes americanos, investimentos poderiam chegar a US$ 15 bilhões em Tóquio e Osaka. País deve avançar este ano em projeto que autoriza jogos de azar

REUTERS
O GLOBO
Atualizado:12/05/14 - 10h24


Sheldon Adelson, de 80 anos, dono de cassinos em Las Vegas: fortuna de US$ 39 bilhões Yuya Shino / Reuters


OSAKA/TOKYO - Dois bilionários americanos estão apostando em cidades rivais japonesas, Tóquio e Osaka, para serem os primeiros a abrir resorts com cassinos assim que o governo der sinal verde para legalizar o mercado de jogos de azar. O Japão é um dos últimos mercados inexplorados de jogos do mundo e pode se tornar o terceiro maior destino no segmento depois de Macau e Estados Unidos, com uma receita anual de mais de US$ 40 bilhões, de acordo com a consultoria CLSA.

Congressistas que apoiam a legalização dos cassinos esperam que uma primeira versão do projeto de lei fique pronto este ano, com a abertura do primeiro resort em 2020, quando Tóquio for sede dos Jogos Olímpicos.

Na corrida para ser o primeiro a se instalar no país, Neil Bluhm, de 76 anos, magnata do mercado imobiliário em Chicago, concentrou suas atenções em Osaka, enquanto o magnata do jogo de Las Vegas Sheldon Adelson, quatro anos mais velho, investe suas fichas num resort em Tóquio. Bluhm é dono de cassinos na Pensilvânia, em Chicago e nas Cataratas de Niágara e é dono de uma fortuna de US$ 2,6 bilhões, segundo a “Forbes”.

O ex-advogado acredita que Osaka, uma das “cidades-irmãs” de Chicago, tem o tipo flexível de governo local que vai ajudar a viabilizar seu projeto e, principalmente, tem locais adequados para a instalação de cassinos. Ele diz que todo processo — desde a aprovação até a construção — em Tóquio será mais complexo, mais demorado e mais caro.

Adelson não descartou uma investida em Osaka também, mas vê Tóquio como o prêmio principal, diante de sua população de 13,2 milhões de pessoas. O diretor executivo da Las Vegas Sands Corp, que, segundo a “Forbes” tem uma fortuna em torno de US$ 39 bilhões, se comprometeu a gastar US$ 10 bilhões no Japão, oferta que ele diz que seus rivais não podem igualar.

Em um relatório recente, o banco Morgan Stanley previu que um cassino resort com custo acima de US$ 5 bilhões poderia garantir um retorno abaixo de 20% por causa de custos em alta e da dificuldade em atrair clientes ricos da China. O grupo Sands, que tem cassinos em Macau, Singapura e Las Vegas, permanece otimista em relação a seus planos no Japão por causa da parcela rica do país e de sua proximidade com a China.

— Estamos muito confiantes em nossa capacidade de gerar um retorno que seria satisfatório para nossos acionistas — afirmou George Tanasijevich, diretor de desenvolvimento global, sem dar mais detalhes.

Bluhm, por sua vez, diz não se importar com as estimativas dos altos custos para se instalar no Japão.

— Algumas vezes as pessoas jogam grandes números ao vento. Nossa estimativa para Osaka fica entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões — afirmou ele.

Bluhm também acha que ele pode ter uma vantagem sobre as grandes operadoras em Macau — que, para ele, preferem Tóquio — por trabalhar com parceiros locais.

— Na realidade, eles vão querer levar todo o projeto à frente e provavelmente não estão acostumados a parcerias com nós estamos — afirmou.

O governo de Osaka está interessado em operadores estrangeiros para formar consórcios ou joint-ventures com empresas japonesas, informou Masayuki Inoue, diretor geral do escritório de planejamento econômico da cidade, que frisa que Osaka quer um grande hotel-casino com instalações para convenções de empresas e entretenimento:

— A cidade de Osaka é flexível. Estamos prontos a discutir qualquer coisa.

A Kansai Keizai Doyukai, consultoria líder local, avalia que os custos de terrenos na cidade serão de um décimo dos de Tóquio, que fica a 250 quilômetros. E afirma que a cidade pode oferecer uma área três vezes maior que a ocupada por dois cassinos em Cingapura, o Marina Bay Sands e o Resorts World Sentosa.

Entre os moradores de Osaka, 56% afirmaram que abril que aprovavam a instalação de um grande cassino e resort na cidade, cuja ~fama é de ser mais festiva que Tóquio. Autoridades locais inclusive já indicaram o local preferido para a construção.

Em comparação, Tóquio, que já prepara sua estrutura para os Jogos de 2020, parece em ritmo mais lento. Industriais demonstraram preocupações de que tudo está tão focado na preparação para as Olimpíadas que a questão dos cassinos ficou para segundo plano. O governador de Tóquio, Yoichi Masuzoe, ex-ministro da Saúde, sequer revelou se tentará uma licença para algum cassino se instalar no local.

— Não somos como Osaka e Yokohama. Nós ainda não pisamos no acelerador e dissemos “vamos” — afirmou à Reuters um representante do governo local Yukimasa Saito

Uma área à beira-mar chamada Odaiba, em Tóquio, vem sendo apontada como um local adequado para qualquer cassino no capital, mas o desafio será conseguir um terreno grande o suficiente. Atualmente, cerca de 14 hectares estão disponíveis para venda. Ao mesmo tempo, o governo informou que pretende leiloar um lote de 2,7 hectares em Odaiba para uma concessão de 10 anos, o que tiraria a área das possibilidades dos investidores de cassinos.

Em Osaka o cassino é visto como uma chance de impulsionar o turismo no Japão além de Tóquio. A cidade fica a apenas meia hora da ex-capital imperial Kioto e do centro de comércio Kobe. Outros centros regionais, como Sasebo no sul e Otaru, cidade portuária, também afirmaram cassinos seriam bem-vindos para aumentar o turismo.

Mas nenhuma estão tão avançada no processo quanto Osaka, onde uma das saudações locais comuns é “mokari makka?”, o que significa “Você está ganhando dinheiro?”

Para Yusuke Sawada, um arquiteto de 30 anos de idade, um cassino pode ser um impulso para as empresas locais em Osaka.

— Se os cassinos vierem, podem trazer mais turistas para gastar muito dinheiro. Osaka tem muito menos dinheiro do que Tóquio, precisamos mais.

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