Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

NAÇÃO? QUE NAÇÃO?



ZERO HORA 10 de junho de 2015 | N° 18189

por CLÁUDIO F. ACCURSO*


As mais recentes vantagens adquiridas pela cúpula do Poder Judiciário no Brasil são de um despudor cívico magistral: auxílio-moradia e auxílio-alimentação, fora outros que provavelmente virão. Acima de sua legalidade, está em jogo sua moral num país de constrangedoras carências africanas para milhões de pessoas, de mulheres e crianças em especial, sem horizontes que lhes justifiquem a existência. Vantagens que atestam pela ausência de nação brasileira, sobrevivendo tão só um país com um território e uma população sobreposta.

Nação implica moral única e amalgamando um povo na construção de um vir a ser comum e comungado por todos. O Brasil foi reduzido a um campo de caça, onde o ganhar dinheiro de qualquer jeito e sob pretexto individual ou classista se justifica e serve de credenciamento pessoal. O bolso se tornou símbolo de sucesso e o único indicador a nortear vidas e convivências. O nosso semelhante desaparece para dar lugar ao anônimo concorrente, cuja sorte está entregue ao aleatório divino. E muitas religiões aparecem para consolar os sofrimentos decorrentes... A sorte não está entregue em nossas mãos, com nosso poder numa democracia de construirmos igualdades civilizatórias.

Ou as reservas morais de nosso povo se insurgem e reagem, não com golpes militares ou impeachments, mas com a determinação de reencontrarmos novos caminhos, ou continuaremos nessa imoralidade desenfreada, típica de uma nacionalidade em liquidação. Ainda é tempo para reações construtoras e ainda há muitos, maioria, cidadãos saudáveis para dar-se início a uma nova história. Isso é o que anima e fortalece o espírito!

Economista, professor titular aposentado da UFRGS*

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