Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 21 de dezembro de 2013

ACORDEMOS O GIGANTE

ZERO HORA 21 de dezembro de 2013 | N° 17651

ARTIGOS

Paulo Afonso Pereira*


Um dos principais pontos abordados pelo indiano Ram Charan, consultor de muitos dos maiores CEOs e diretores corporativos do mundo, para uma plateia de mais de mil profissionais na última terça-feira, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, foi a necessidade de o Brasil investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação como condição essencial para adquirir competitividade mundial. Poder público, universidades e setor privado têm de estar unidos, apostando em conhecimento, foi uma das máximas mais ouvidas.

Há muitos anos, temos propagado a mesma ideia.

Apesar dos dados divulgados recentemente pelo IBGE, elevando o Rio Grande do Sul ao segundo lugar do país no ranking de empresas inovadoras (Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec), a cultura da inovação ainda engatinha no país e em nosso Estado. Os números comprovam a afirmação, já que os percentuais de empresas inovadoras apresentaram queda em relação a anos anteriores, tanto em âmbito local quanto nacional.

Há, entretanto, um longo caminho a percorrer para que o Brasil esteja inserido na economia do século 21, que aposta no conhecimento, na inovação e na tecnologia. Com certeza, o empresário, hoje, é mais inovador do que foi anos atrás. Porém, tratando-se de desenvolvimento industrial, esta inovação vem mais de fora do que de dentro do país. Ainda há forte tendência na área industrial de buscar tecnologia estrangeira para dar suporte às suas necessidades. Podemos dizer que as patentes nacionais ainda não são objeto de desejo das empresas. Como reflexo disto, o Brasil tem baixo registro de patentes, um forte indicador de competitividade nos dias atuais.

Em contrapartida, a produção científica brasileira cresce significativamente. O Brasil representa hoje 2% da produção mundial de artigos científicos e ocupa a 13ª posição do ranking de países que mais publicam materiais no gênero. Mas o país encontra grande dificuldade em converter o aprendizado acadêmico em dinheiro. Para que isto aconteça, é preciso um esforço concentrado no sentido de unir pesquisadores, cientistas, acadêmicos e empresas e zelar pela sua sinergia. Outra condição essencial para que o país rume em direção à economia do conhecimento é o desenvolvimento da cultura do patenteamento, sem a qual a invenção ficará fechada em si mesma, impedida de gerar negócios e benefícios para a sociedade.

Nosso imenso potencial de águas e matas, nossa imensidão de riquezas naturais não podem ser fatores de acomodação. Façamos o dever de casa. Acordemos o gigante. Vamos investir na economia do conhecimento, esta não beneficiada pela natureza. Talvez aí possamos confirmar para o mundo que já somos o país do presente.

*ECONOMISTA

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