Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DE QUEM É A CULPA

ZERO HORA 05 de dezembro de 2013 | N° 17635

ARTIGOS

 Ronald Krummenauer*



Nas faculdades de Administração de Empresas, existe uma brincadeira que diz que o importante é encontrar o culpado e não necessariamente resolver o problema. Fora da universidade, a piada ficou séria e, pior, virou hábito. Há muito tempo que a preocupação no Brasil é descobrir o culpado e deixar de lado a solução. Como sair dessa armadilha? A culpa não é só do poder público. É nossa também. As pequenas e grandes infrações diárias que cometemos ajudam a piorar a vida dos brasileiros. Como admitir que água para ser consumida por pessoas seja transportada em tanques que já receberam combustível? Problema de fiscalização pública? Com certeza, mas e o dono da empresa e o motorista do caminhão, que sabiam da irregularidade, como conseguem dormir à noite? Como uma criança que bebe água contaminada vai aprender na escola ou, pior, como não passar mais tempo no posto de saúde do que na escola? Como aceitar essa irresponsabilidade? Lembro de uma gravação da fraude do leite contaminado do Rio Grande do Sul na qual um dos transportadores pedia para que o leite dos seus filhos não fosse batizado. Isto é só um problema do poder público?

O incêndio do Memorial da América Latina em São Paulo foi mais grave do que o inicialmente esperado e a reação das autoridades foi colocar a culpa na “outra instância”. Faz diferença para a população se a “instância” correta é municipal, estadual ou federal? Claro que não. O problema será resolvido para que não se repita no futuro? Também claro que não!

É um problema cultural, de comportamento, de caráter e esse tipo de atitude só resolvemos com educação básica e com bons exemplos. Qual o modelo e que tipo de educação estamos deixando para a geração seguinte? É digno o que estamos fazendo?

Precisamos refletir se o que estamos construindo irá se sustentar no futuro. Não se trata da solidez de estádios e estradas, mas a qualidade e a firmeza de caráter das pessoas que estamos construindo.


*DIRETOR EXECUTIVO DA POLO RS – AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E DA AGENDA 2020

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