Site de grupo do Rio na internet tem 20 administradores. Integrantes são acusados de atos de vandalismo e, segundo a polícia, têm políticos e professores como líderes
06 de setembro de 2013 | 2h 02
Marcelo Gomes / RIO - O Estado de S.Paulo
Os cinco jovens presos nesta quarta-feira, 4, pela polícia do Rio, acusados de formação de quadrilha armada e incitação à violência, não são os únicos administradores do perfil "Black Bloc RJ" numa rede social. Investigadores da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) já sabem que atualmente cerca de 20 pessoas têm autorização para atualizar a página.
Outras operações serão feitas nas próximas semanas para desbaratar o grupo, acusado de cometer atos de vandalismo em manifestações. Segundo fontes ligadas à investigação, políticos e professores seriam os verdadeiros líderes dos Black Blocs no Rio: não entram em confronto com a polícia nem praticam quebra-quebra em protestos, mas seriam os responsáveis por arregimentar pessoas.
O perfil "Black Bloc RJ" foi criado em 11 de junho, cinco dias após a primeira manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio. Inicialmente, a página seria atualizada por apenas três pessoas. A quantidade de administradores foi aumentando conforme o movimento ganhou adesão nas ruas. Atualmente, há mais de 31 mil seguidores na rede social.
Responsável pelo inquérito, o delegado Ruchester Marreiros, da DRCI, culpou ontem as empresas de telefonia, internet e redes sociais pela demora na identificação e responsabilização criminal dos administradores da página. O inquérito para investigar o grupo foi instaurado no início de julho, depois da suposta publicação, no dia 6 daquele mês, de uma "aula" de como fabricar um artefato de ação perfurante com pregos em suas múltiplas pontas, conhecido como "jacaré" ou "ouriço". O instrumento é capaz de ferir diversas pessoas ao mesmo tempo e até de furar pneus de carros. A mensagem pedia ainda que cada seguidor da página produzisse dez "jacarés" para serem levados aos protestos.
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular informou, em nota, que as companhias "cumprem as determinações judiciais para o fornecimento de informações". Dos 5 detidos anteontem, 2 eram menores e foram liberados, e três continuavam presos até ontem à noite.
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