Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 5 de maio de 2012

CONTRADIÇÕES EM "MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA"

Ex-agente da ditadura Cláudio Guerra se contradiz em livro recém-lançado. Obra traz reviravolta na história relatada por ele mesmo nos anos 80 em biografia autorizada. 04 de maio de 2012 | 22h 35 - Leonencio Nossa, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - No recém-lançado livro Memórias da Guerra Suja, o ex-agente policial Cláudio Guerra diz que, na condição de agente do Dops, incinerou corpos de adversários da ditadura numa usina de cana em Campos dos Goytacazes (RJ), ao longo de 1974. O depoimento é uma reviravolta na história relatada por ele mesmo. Uma biografia autorizada por ele, Guerra, o cana dura, em 1980 e 1981, destaca que o ex-agente só ingressou no Dops em setembro de 1975.

A primeira biografia foi escrita pelo jornalista Pedro Maia, que tinha acesso direto a Cláudio Guerra, um agente que se destacou na estrutura do crime organizado do Espírito Santo e na organização criminosa Scuderie Le Cocq, acusada de extermínio na Região Sudeste. “Em setembro de 1975, o já experiente delegado Cláudio Antonio Guerra foi nomeado para chefiar a temida Delegacia de Ordem Política e Social, a Dops”, escreveu Maia.

Agora, no novo livro, Guerra conta que virou “combatente dos subterrâneos da batalha contra a guerrilha no segundo semestre de 1972” e já era integrante do Dops há tempo.

O livro não confronta as diferenças de datas, mas cita a primeira biografia num trecho narrado por Guerra: “José Roberto Jeveaux (dono do jornal ‘O Povão’, de Vitória) havia patrocinado um livro sobre mim, o Cana Dura, redigido por Pedro Maia, e eu não quis participar da sua execução. Frequentávamos a casa um do outro, e não me envolveram nisso”, relata Guerra.

As declarações de Guerra no novo livro poderão pautar a Comissão da Verdade, na opinião de seus autores, os jornalistas Rogério Medeiros e Marcello Neto. Mas para isso, destacam, a presidente Dilma Rousseff terá de indicar para sua composição “pessoas maduras, isentas e equilibradas”.


Ex-delegado do Dops dá nome aos bois - da Livraria da Folha - 04/05/2012 - 20h30

Cláudio Guerra, ex-delegado do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social), confessa em "Memórias de uma Guerra Suja" o envolvimento com uma série de ações promovidas durante a ditadura militar (1964-85) com autorização do governo federal, incluindo a morte de ao menos 12 guerrilheiros. Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (3), Guerra também afirma ter incinerado os corpos de dez desaparecidos políticos no forno de uma usina de açúcar pertencente à família de um ex-governador do Rio. Entre as vítimas, ele cita David Capistrano, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, João Massena Mello, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão Filho, Ana Rosa Kucinski e Wilson Silva, Joaquim Pires Cerveira, Eduardo Collier Filho e Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira. Baseado em depoimento a Marcelo Netto e Rogério Medeiros e narrado em primeira pessoa, "Memórias de uma Guerra Suja" levou três anos para ser concluído. Guerra, hoje com 71 anos, diz nunca ter torturado --sua função era matar e eliminar corpos.

O livro gerou indignação nos familiares dos envolvidos. As denúncias devem ser analisadas pela Comissão da Verdade.

Nenhum comentário: