Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O QUE É VERDADE?

BEATRIZ FAGUNDES, O SUL, 17 de Maio de 2012.


Hoje, a mesma pergunta surge continuamente em várias situações.

O conceito da "verdade" vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido refletidas em uma questão de Pilatos: "O que é a verdade?" (João 18:38). Hoje, a mesma pergunta surge continuamente em várias situações.

Na Comissão da Verdade, sobre as "injustiças" do período da ditadura militar, a hipótese de esclarecimento sobre "verdades" de desaparecimentos, torturas e assassinatos provoca frisson histérico entre os prováveis autores e, principalmente, entre seus apoiadores ideológicos. Qual seria a desculpa de uma pessoa de bem ao justificar a prisão arbitrária, tortura e assassinato de jovens pelo simples fato de pensarem diferente dos atores do poder vigente?

Na área da religião podemos refletir de acordo com a suposta afirmação do nosso mestre Jesus, gravada em João 8:32, na qual ele teria dito: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". O que é verdadeiro? Posso conhecer a verdade?

Ontem a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo não interferirá nos trabalhos da Comissão da Verdade. Os sete membros que apurarão violações de direitos humanos ocorridas entre 1964 e 1988 foram empossados em cerimônia no Palácio do Planalto: "Ao convidar os sete integrantes não fui movida por critérios pessoais, nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos sensatos e ponderados, preocupados com justiça e com o equilíbrio, capazes de entender a dimensão do trabalho que executarão, faço questão de dizer, com toda liberdade, sem qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que precisarem", garantiu a presidenta Dilma.

Segundo ela, "a comissão não será movida pelo revanchismo, o ódio ou o desejo de escrever uma história diferente do que acontece, mas escrever uma história sem ocultação deve trazer à tona graves violações de direitos humanos, no entanto, isso não será um instrumento para revanche contra agentes do Estado que praticaram esses crimes". Dilma chorou, pois ela foi presa e torturada pelo sistema.

Sem ideologia, imagine um filho do qual você jamais tivesse notícias, vivendo a realidade cotidiana de não saber se ele, ou ela, está vivo ou não? Quem merece uma condenação sem data de finalização como essa? Imagine você sem saber sobre o paradeiro de seu filho ou filha? Não se trata de ideologia. Estamos tratando de História com "H". Sem papinho, sem modismo e principalmente sem frescura. O preto no branco. Só os covardes podem desejar a ocultação da verdade. Dilma afirma esse desejo: "Não nos move o revanchismo, o ódio ou desejo de escrever uma história diferente do que acontece, mas escrever uma história sem ocultação."

Movida pela emoção de ter sido uma das presas e torturadas na história que precisa ser totalmente revelada em toda a sua abrangência e implicações humanas, nossa presidenta, emocionada, afirmou: "O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo merecem a verdade factual.

Aqueles que perderam amigos e parentes continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia", disse. Meu pai foi um torturado político! Não respeito quem defenda uma amnésia política sobre a história brasileira a partir do dia 1 de abril de 1964! A conferir!

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