Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 12 de março de 2012

DISPUTA POR ESPAÇO


EDITORIAL ZERO HORA 12/03/2012

Um novo complicador acaba de ser incluído na já complexa equação do trânsito brasileiro: caminhoneiros de todo o país ameaçam promover um protesto nacional semelhante ao que ocorreu na semana passada em São Paulo, provocando desabastecimento de combustíveis em vários postos da maior cidade brasileira. A revolta dos transportadores autônomos está focada nas medidas restritivas que os administradores das grandes cidades estão sendo levados a tomar para melhorar a circulação de veículos nas áreas centrais. Trata-se, portanto, de uma briga por espaço. Para desafogar o trânsito nas regiões metropolitanas de maior movimento, as prefeituras veem-se obrigadas a disciplinar o tráfego de veículos pesados, afetando diretamente interesses como os dos transportadores. Mas não há outra saída imediata para o brete que não seja a busca de regramento.

Uma das lições deixadas pelo confronto em São Paulo é que o impasse no trânsito enfrentado hoje em um número crescente de cidades brasileiras não será resolvido apenas por ações do poder público. Os governantes têm o dever de compensar descasos históricos com políticas de mobilidade urbana, buscando compensar em tempo recorde o que deixou de ser feito no passado por falta de visão, de planejamento e de vontade política. A sociedade, porém, precisa fazer a sua parte, cobrando providências como mais ruas e mais transporte coletivo de qualidade. Com o sistema viário atual, é impossível imaginar que cada vez mais pessoas poderão continuar circulando sozinhas em carros particulares, hoje a preços acessíveis a um amplo universo de consumidores. Vale o mesmo para quem transporta carga e, justamente por transitar em áreas urbanas, precisa ter seus movimentos ainda mais disciplinados. Por isso, o poder público não tem como admitir chantagens como as que caminhoneiros autônomos tentaram impor em São Paulo, inconformados com a ampliação das restrições de circulação.

Num primeiro momento, o caos enfrentado hoje no trânsito de veículos das cidades de maior porte exige paciência e compreensão por parte da sociedade, que precisa ficar atenta à execução de ações de efeito a médio e longo prazos. A particularidade de, em sua maioria, os projetos nessa área serem dispendiosos e exigirem um longo tempo de execução dificulta o acompanhamento direto, fazendo com que a população precise encontrar mecanismos adequados para acompanhar o andamento dos trabalhos.

O inadmissível é que o caos já instalado no trânsito possa se prestar ainda mais para oportunismos como os registrados por caminhoneiros em São Paulo, com risco de se repetirem em outros pontos do país. A população quer soluções concretas para o trânsito e não simplesmente vê-lo transformado em bandeiras corporativistas ou em tema de promessas que não se cumprem.

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