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sexta-feira, 9 de março de 2012

REAÇÃO APÓS FLAGRANTES DE ATAQUES DE BANDIDOS

Polícia vai manter ação em comunidades de Niterói. Após O DIA divulgar imagens de assaltos a motorista e restaurante, PM anuncia reforço de 130 homens em seu efetivo, e secretaria garante implantação de UPP na cidade - POR FELIPE FREIRE, O DIA 09/03/2012

Rio - Após O DIA exibir imagens de ataques de bandidos a motorista e restaurante em Niterói, mais de 400 policiais de diversos batalhões das regiões Metropolitana e dos Lagos realizaram operações simultâneas em favelas da cidade e da vizinha Maricá, ontem, quando foi anunciado aumento no efetivo do 12º BPM (Niterói). A Secretaria de Segurança reafirmou que há planos de implantar Unidade Polícia Pacificadora na cidade, mas não especificou data e locais.

Nesta quinta-feira, foram realizadas blitzes em ruas, revistas em ônibus e incursões em pelo menos 10 favelas. Onze pessoas foram presas e seis menores, apreendidos. Os policiais encontraram drogas e armas (uma pistola e uma escopeta), e 104 motos foram apreendidas.

O 12º BPM, que atua em Niterói e Maricá, vai ganhar o reforço de 130 homens. A informação é do comandante do batalhão, tenente-coronel Wolney Dias, que acredita que a medida vai ampliar as ações da PM. Cerca de 30 recrutas devem chegar nesta sexta-feira.

“Com um efetivo maior poderemos fazer mais operações e aumentar o número de policiais nas ruas. Procuramos direcionar os homens da melhor forma possível, através da mancha criminal (locais com mais incidência de crimes)”.

Com o apoio de homens do Batalhão de Choque (BPChoque, Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM) e Companhia de Cães, os PMs vasculharam áreas como a favela Nova Brasília, os morros do Castro, Preventório, Sabão, Viradouro, Estado e Grota do Surucucu, além de comunidades carentes de Maricá.

Apesar de a polícia negar que haja migração de criminosos do Rio para Niterói, moradores e até o prefeito Jorge Roberto Silveira afirmam que fugitivos das áreas de UPPs agem em favelas da cidade. “Sempre que há um aperto no Rio espirra em Niterói. Não tenho dúvidas de que está havendo migração de traficantes de áreas pacificadas de uma cidade para a outra”, afirmou o prefeito.

Segundo a Polícia Militar, não há dados relevantes que indiquem que haja uma migração em massa de bandidos para a cidade. “Niterói tem todos os problemas que outros lugares têm, mas ainda não identificamos concentração de bandidos do Rio na região”, disse o comandante do 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), com sede em Niterói, coronel Maurício de Moraes.

Roubos em sequência

‘Eles estavam tão tranquilos que até usaram chave de fenda para tirar a televisão do suporte’. A ação de bando especializado em assaltar residências na Região Oceânica de Niterói, detalhada por uma vítima, retrata bem a facilidade com que ladrões agem nos bairros. Além da invasão de casas — 17, somente nos dois primeiros meses do ano —, os números de roubos a comércios e carros também cresceram na Região Oceânica.

Segundo o delegado da 81ª DP (Itaipu), Gabriel Ferrando, o grupo que aterroriza a região seria de São Gonçalo. Agressivos, os bandidos agem com as armas engatilhadas e a todo momento ameaçam vítimas.

“Foram 40 minutos em que a vida congelou diante da imagem do meu filho com uma pistola na cabeça e aos gritos de ‘É o bonde da Covanca’”, disse X..

A insegurança acaba afastando moradores, afirma o presidente da Câmara de Segurança da Região Oceânica, Renan Lacerda.

“Percebemos muitas casas fechadas. Quem sofre um crime deste não volta mais. O comentário é: comprei casa para viver tranquilo, mas não tenho paz”.

Bandidos de cidades vizinhas também ‘escolhem’ a Região Oceânica para outros crimes. O delegado Ferrando garante que a maioria dos ladrões de carros em Piratininga, Cafubá, Avenida Central, Pendotiba e Engenho do Mato é oriunda de Maricá.

Parceria entre bandos e novos chefões do tráfico

As alianças formadas entre traficantes do Rio e Niterói são apontadas por moradores como um dos agravantes da violência. Nos morros do Palácio, no Ingá, e do Sabão, no Centro, por exemplo, a aliança teria sido consolidada com bandidos da Rocinha. No Preventório, em Charitas, os criminosos teriam vindo da Mangueira, enquanto na Grota do Surucucu, em São Francisco, um grupo seria do Alemão

No Morro do Estado, onde O DIA flagrou bandidos armados com fuzis, em dezembro, a relação é com traficantes de Senador Camará. Recentemente, o então chefe do tráfico, conhecido como Ciclope ou Lelei, foi expulso. Com isso, o comando da venda estaria sob responsabilidade de Wallace Ribeiro, o Saci, e Alex da Silva Júlio, o Lequinho Capeta — procurados com recompensa de R$ 1 mil no Disque-Denúncia (2253-1177). Além de terem sido identificados em vídeos de assaltos ao comércio no Ingá, eles expulsariam moradores da favela e alugarias essas casas.

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