
A espiadinha que dá segurança à capital mexicana. Centro de controle usa 13 mil câmeras e ajuda a livrar Cidade do México da guerra ao tráfico. ELISA MARTINS - O GLOBO, 14/01/12 - 19h00
CIDADE DO MÉXICO - Um aliado imperceptível, quase invisível, ajuda a poupar a Cidade do México da guerra contra o narcotráfico que já deixou mais de 47 mil mortos desde 2006. Um dos lugares mais seguros do México, a capital cuja área metropolitana é uma das mais populosas do mundo, com cerca de 20 milhões de pessoas, é um lugar seguro. A ordem é mantida com um projeto ambicioso — de vidro: o chamado C4, um megacentro de comando e vigilância que integra todas as forças policiais, serviços de emergência, investigadores da procuradoria e da secretaria de segurança pública. Dali são monitoradas as imagens de mais de oito mil câmeras espalhadas pelas ruas, além de outras cinco mil nas estações de metrô. Tudo sob o olhar atento de policiais, como numa versão mexicana do Big Brother.
Localizado próximo às áreas mais importantes da megacidade, o centro de 34 mil metros quadrados está preparado para atender casos de violência e até desastres naturais, como terremotos, inundações e eventuais erupções do vulcão Popocatéptl, que fica a apenas 60 quilômetros da Cidade do México.
— O C4 nasceu da preocupação de criar um lugar que centralizasse as tomadas de decisões em eventos de grande magnitude. Aqui as autoridades podem se reunir em casos de desastres, mas não só isso. O centro também existe para investigação e operações estratégicas — explicou ao GLOBO o engenheiro Fausto Lugo García, diretor do Centro de Atenção a Emergências e Proteção Cidadã da Cidade do México.
A fortaleza conta com três andares. No último, há até suítes que podem ser ocupadas para o pernoite de autoridades em caso de emergências. No terraço, um heliporto está pronto para receber helicópteros de grande porte.
Mas, apesar das paredes de vidro, o acesso ao bunker não é fácil. Qualquer visitante indesejado precisaria driblar muitas barreiras, entre elas dois muros de concreto e a vigilância de 192 câmeras, somente dentro do prédio, para chegar à sala de controle. Hoje, 800 pessoas estão habilitadas para usar o centro — número que pode chegar a 2 mil em caso de crise. Algumas salas ainda estão vazias, à espera de uma grande emergência. Que, é claro, os responsáveis esperam que não aconteça.
Leia a íntegra desta reportagem na edição do GLOBO Digital
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