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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MEGATRAFICANTES GAÚCHOS - RISCOS E ANTÍDOTOS

Megatraficante gaúcho é extraditado pela Justiça paraguaia. Erineu Soligo, o Pingo, levado à cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul - ZERO HORA ONLINE 04/02/2011

O traficante gaúcho Erineu Soligo, o Pingo, foi extraditado nesta sexta-feira pela Justiça do Paraguai. Ele foi levado à cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, depois de permanecer detido por sete meses na prisão de Tabumbú, de Assunção, para onde se dirigiu depois de sua detenção no fim de julho no norte do Paraguai. Soligo tinha se escondido em território paraguaio depois de ser processado e condenado pela Justiça do Mato Grosso do Sul a 50 anos de prisão. Depois de sua detenção no Paraguai, a Justiça brasileira solicitou a extradição concretizada nesta sexta-feira.

Erineu Soligo era um dos traficantes mais procurados do Brasil. Ele tem duas condenações pela Justiça Federal de Ponta Porã, que somam 26 anos, e uma pela Justiça de Passo Fundo, de 15 anos. O narcotraficante gaúcho estava sendo procurado há 14 anos e mantinha ligações com o traficante Nei Machado e Fernandinho Beira-Mar.


Veja o perfil dos grandes traficantes do RS:

PINGO - Procurado havia 14 anos pela polícia, Erineu Soligo era chefe de uma quadrilha própria, que produzia e distribuía drogas no Brasil. Foi identificado como responsável pelo envio aéreo de 500 quilos de maconha e 30 de cocaína do Paraguai para o Uruguai, em abril de 2005. Numa operação contra o tráfico de drogas, a PF interceptou, em Santana do Livramento, o avião. Gaúcho, ficou conhecido nacionalmente durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o narcotráfico, em 1999. Teve a prisão preventiva decretada com base no depoimento de traficantes. Teria sido sócio de Fernandinho Beira-Mar.

NEI MACHADO - O ex-patrão de CTG Nei Machado deixou Passo Fundo para virar patrão do tráfico. Era o braço direito de Fernandinho Beira-Mar, controlando as operações de fornecimento de droga do criminoso no sul do Brasil. Residiu no Estado até 1996, quando teve a prisão decretada e fugiu para o Paraguai. Conhecido como Pitoco, foi preso em 19 de fevereiro de 2001 na região de Barranco de Minas, na Colômbia, durante a Operação Gato Negro, do Exército do país. Ele estaria sob proteção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em 2005, foi extraditado para o Brasil.

PAULO SECO - Depois da prisão de Nei Machado, seu número 2, José Paulo Vieira de Mello, 41 anos, assumiu o comando da quadrilha, que fornecia droga para o Estado. Foi preso pela polícia uruguaia em San José de Carrasco, um balneário na região metropolitana de Montevidéu, no dia 5 de junho deste ano. Foragido havia pelo menos oito anos, Paulo Seco manteria relações com o Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro. É apontado como um dos principais traficantes, responsável por grandes carregamentos de drogas para o Sul do país. Durante os anos de fuga, escondeu-se no Paraguai e na Bolívia.

PAULÃO - Paulo Ricardo Santos da Silva, 51 anos, era um barão local, receptando a droga e revendendo-a no varejo de Porto Alegre. Chefiava o tráfico na Vila Maria da Conceição, bairro Partenon, em Porto Alegre. Até a sua prisão, em 11 de março, estava foragido havia 18 meses por crimes de tráfico e homicídio. Foi preso pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde morava havia um ano. Na capital fluminense, se fazia passar por empresário do meio artístico. O site de relacionamentos Orkut ajudou a identificar a localização do fugitivo.

JURA - Como Paulão, Juraci Oliveira da Silva, 35 anos, era um varejista. Chefiava o tráfico no Campo da Tuca, em Porto Alegre. Foi capturado no dia 12 de maio deste ano no Paraguai, em Bella Vista, na fronteira com Mato Grosso do Sul. A lista de crimes de Jura inclui tráfico internacional de drogas e homicídio, com suposta participação no assassinato do médico Marco Antônio Becker, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, em 2008. Fotos fornecidas por agentes da 20ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre, que estiveram em março na fronteira Brasil-Paraguai, ajudaram a polícia paraguaia a identificar o criminoso.

Estratégias contra o crime

A polícia derrubou os líderes do tráfico, mas ainda há riscos. Saiba o que é preciso para evitar a reorganização dos criminosos:

RISCO 1 - Comando a partir das prisões – Ter capturado os principais barões da droga não é suficiente para mantê-los fora de atividade. Eles podem coordenar ações de dentro dos presídios e usar os bens acumulados para financiar novas operações. O antídoto – Os chefes apanhados pela polícia devem ser mantidos em prisões de segurança máxima. No caso de Pingo, é importante pedir sua extradição para o Brasil. Outra medida é tomar os bens dos criminosos capturados, como forma de deixá-los sem recursos para agir. A legislação paraguaia prevê o leilão desses bens em um curto período, com os recursos sendo depositados em uma conta judicial até que a Justiça se pronuncie em definitivo.

RISCO 2 - Reorganização das quadrilhas pelos subalternos – Como a demanda pela droga persiste e promete lucro, a tendência é de que o segundo e o terceiro escalões das redes desarticuladas se mobilizem para tomar o lugar dos chefes. Eles só precisam retomar o contato com os fornecedores e os vendedores no varejo e reativar as rotas. O antídoto – As polícias não podem se desmobilizar. Elas sabem quem são os subalternos do tráfico e devem acompanhá-los de perto. O confisco dos bens dos chefes é fundamental, para que eles não sejam transferidos para aqueles que continuam nas estruturas criminosas. Punir os barões da droga com rigor mostra a potenciais traficantes que o caminho não é promissor.

RISCO 3 - Ascensão de novos grupos – O desmonte de uma quadrilha cria oportunidade para que grupos criminosos de menor expressão ocupem o espaço deixado vago, cresçam e assumam o controle. O antídoto – Para brecar a aparição de novas quadrilhas poderosas, é importante que as polícias federais dos países sul-americanos trabalhem em conjunto e que estejam articuladas também com as polícias locais. Na medida em que novas apreensões ocorram nos pontos de venda ou nas rotas de abastecimento, a troca de informações entre as corporações policiais é importante para que se refaça o caminho da droga e se identifiquem os novos grupos que estão se formando, antes que eles ganhem força.

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