Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SOBRE DEMOCRACIA

Com os recentes levantes no mundo árabe e passados mais de 20 anos da redemocratização do país, muitos não têm noção do que seja viver sem poder ter opinião diversa, sem poder mesmo questionar. A democracia, como valor humano, nos permite não só a expressão do pensamento, mas a construção de uma sociedade, sob a nossa exclusiva responsabilidade.

Diferentemente das ditaduras, que impõem suas vontades e decisões, a democracia traz consigo salvaguardas contra excessos e mecanismos para sua autorregulação.

O homem é um ser sociável por natureza, na lição de Aristóteles, e pela política deve realizar o seu intento: a construção de uma sociedade organizada, afastando-se do caos e permitindo a convivência dos diferentes. A política e a democracia andam juntas. Aceitar e conviver com as diferenças não é coisa simples. Isso faz da vida social um permanente exercício de compreensão e tolerância. É a partir da política que temos condições de fazer nossa convivência profícua. Por isso, a política é complexa e é coisa séria, que não deve ser lembrada apenas em períodos eleitorais, pois é um constante exercício. Quanto mais transparente, mais livre, melhor será.

Com a democracia, temos o direito de escolha, do qual não podemos nos afastar ou renunciar. É obrigação, questão de sobrevivência, saber escolher, e isso se dá com educação, de maneira que as pessoas entendam que a coisa pública é necessária e tem de andar bem.

Precisamos assumir, incutir alguns valores e, parafraseando o rei francês Luis XIV (1643-1715), ao qual se atribui a frase “o Estado sou eu”, temos que nos convencer e assumir que “nós somos o Estado”.

Nossa Constituição expressa o que queremos e imprime em seus princípios os valores democráticos. Defender o processo democrático fortalece uma sociedade e o seu país. As instituições precisam ser democráticas, pois são elas que garantem e perenizam os direitos.

O processo democrático, como sistema, não é perfeito, sabemos, nem evita eventuais erros de escolha. Mas falhar é a marca do humano e, se isso ocorrer, logo adiante, por vivermos democraticamente, teremos chance de correção. Por isso, é sempre atual e emblemática a assertiva de Churchill, ministro inglês na II Guerra: “A democracia é o pior regime, depois de todos os outros”.

ONÉLIO LUIS S. SANTOS, PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL - ZERO HORA 24/02/2011

Nenhum comentário: