ZERO HORA 08 de março de 2014 | N° 17726
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
São recorrentes no futebol as manifestações racistas contra jogadores negros. Como em geral nada acontece com quem xinga os negros, embora o Brasil tenha uma lei que tipifica o crime de racismo, torcedores brancos sentem-se autorizados a ofender e humilhar atletas negros. É este histórico de impunidade que o Ministério Público do Rio Grande do Sul quer mudar a partir do episódio que envolveu o árbitro Márcio Chagas da Silva, agredido na quarta-feira no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.
– Temos de montar uma barricada para impedir o avanço do racismo – disse o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, que defende a punição dos clubes para forçá-los a adotar medidas para mudar a conduta dos torcedores racistas.
Lima Veiga lembra que racismo é crime e considera igualmente inaceitáveis as agressões contra jogadores negros, registradas em mais de uma oportunidade, e as manifestações de torcedores gremistas que usam a expressão “macaco imundo” para provocar adversários colorados.
Márcio Chagas foi chamado de macaco selvagem dentro do campo e teve seu carro amassado por trogloditas que colocaram bananas no teto e até no cano de descarga, dentro da área de estacionamento do clube.
Identificar os responsáveis pelas agressões é importante para que sejam processados pelo crime de racismo e por agressão ao árbitro. Não se pode aceitar o argumento de que a paixão pelo futebol justifica esse tipo de manifestação ou que os árbitros estão acostumados a ser chamados de “veados” e suas mães de prostitutas. Se os clubes forem tolerantes com torcedores que cometem crimes, é legítimo que a Justiça determine até o fechamento temporário de seus estádios ou a realização de jogos sem a presença da torcida.
É inequívoco que Márcio Chagas, negro como Pelé, o rei do futebol, sofreu dano moral e material. Pagar pelo carro amassado não apaga a dor da discriminação. Não foi a primeira vez que o chamaram de macaco. Nas anteriores, engoliu a agressão. Desta vez, resolveu denunciar para que seu filho Miguel, de 10 meses, não sofra com ofensas daqui a 10 anos.
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
São recorrentes no futebol as manifestações racistas contra jogadores negros. Como em geral nada acontece com quem xinga os negros, embora o Brasil tenha uma lei que tipifica o crime de racismo, torcedores brancos sentem-se autorizados a ofender e humilhar atletas negros. É este histórico de impunidade que o Ministério Público do Rio Grande do Sul quer mudar a partir do episódio que envolveu o árbitro Márcio Chagas da Silva, agredido na quarta-feira no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.
– Temos de montar uma barricada para impedir o avanço do racismo – disse o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, que defende a punição dos clubes para forçá-los a adotar medidas para mudar a conduta dos torcedores racistas.
Lima Veiga lembra que racismo é crime e considera igualmente inaceitáveis as agressões contra jogadores negros, registradas em mais de uma oportunidade, e as manifestações de torcedores gremistas que usam a expressão “macaco imundo” para provocar adversários colorados.
Márcio Chagas foi chamado de macaco selvagem dentro do campo e teve seu carro amassado por trogloditas que colocaram bananas no teto e até no cano de descarga, dentro da área de estacionamento do clube.
Identificar os responsáveis pelas agressões é importante para que sejam processados pelo crime de racismo e por agressão ao árbitro. Não se pode aceitar o argumento de que a paixão pelo futebol justifica esse tipo de manifestação ou que os árbitros estão acostumados a ser chamados de “veados” e suas mães de prostitutas. Se os clubes forem tolerantes com torcedores que cometem crimes, é legítimo que a Justiça determine até o fechamento temporário de seus estádios ou a realização de jogos sem a presença da torcida.
É inequívoco que Márcio Chagas, negro como Pelé, o rei do futebol, sofreu dano moral e material. Pagar pelo carro amassado não apaga a dor da discriminação. Não foi a primeira vez que o chamaram de macaco. Nas anteriores, engoliu a agressão. Desta vez, resolveu denunciar para que seu filho Miguel, de 10 meses, não sofra com ofensas daqui a 10 anos.
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