Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

terça-feira, 18 de março de 2014

CENSURA ÀS ARTES E À IMPRENSA TRANSCENDE OS ANOS DE DITADURA


Debate: Passado, presente e também perspectivas para o futuro estiveram em pauta em encontro na Casa do Saber O GLOBO

O GLOBO
Atualizado:17/03/14 - 22h02



RIO — O tema do debate se referia a acontecimentos de décadas atrás. Mas o que ficou comprovado nas duas horas de uma mesa sobre censura às artes e à imprensa no Brasil é que o assunto transcende os anos de ditadura e chega às consequências da repressão para os dias de hoje. Assim, passado, presente e também perspectivas para o futuro estiveram em pauta numa mesa que reuniu o ator José Wilker e os jornalistas Zuenir Ventura e José Casado, acerca do tema “O impacto na cultura e na imprensa: a vida sob censura”, a primeira do ciclo Ditadura Militar Brasileira, 50 anos.

O encontro aconteceu ontem na Casa do Saber O GLOBO, frente a um auditório lotadíssimo, e sob mediação de Luiz Antonio Ryff, diretor de conteúdo do espaço.

— Eu me divido entre achar aqueles anos grotescos ou folclóricos — disse Wilker. — Quando fomos fazer a peça “O arquiteto e o imperador da Assíria”, a Censura proibiu a encenação depois de assistir ao ensaio. Mas, no mesmo ensaio, o filho do chefe do Departamento de Censura estava na plateia. Ele ligou para o pai, e a peça foi liberada.

Colunista do GLOBO e autor de dois livros tendo o período como ponto de partida (“1968: o ano que não terminou” e “1968: o que fizemos de nós”), Zuenir Ventura fez questão de ressaltar as diferenças dos anos 1960 e 1970 para hoje.

— Certa vez foram à casa do Ferreira Gullar e aprenderam livros sobre cubismo porque acharam que tinham a ver com Cuba —afirmou Zuenir. — Mas hoje é muito difícil mostrar para um jovem o que foi viver sob a censura. Outro dia, um jovem me disse que não via diferença daquela época para hoje. A diferença é que, se ele falasse algo assim naquele tempo, seria imediatamente preso.

Já José Casado, também colunista do GLOBO, traçou um panorama sobre as mudanças na imprensa:

— O jornalismo atual tem uma posição muito consolidada em defesa da liberdade de expressão — disse. — Essa busca por liberdade levou as redações a uma reflexão sobre o conteúdo produzido. Por exemplo, damos muito mais espaço ao noticiário policial corriqueiro do que a discussões sobre educação. Já percebemos isso, e acho que um dos temas mais destacados na imprensa nos próximos anos será a educação.

Os próximos encontros do ciclo acontecem nos dias 24 (“As mudanças na sociedade, economia e aparelho estatal”) e 31 de março (“As lutas ideológicas e a geopolítica internacional”). A entrada é gratuita, mas está sujeita à lotação da sala.

Nenhum comentário: