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sábado, 13 de agosto de 2011

NA INGLATERRA - RIXA ENTRE POLÍCIA E GOVERNO SE AGRAVA

"As críticas vêm de pessoas que não estavam lá", disse o comissário interino da Scotland Yard, Tim Godwin. David Cameron rebateu: "claramente havia uma necessidade de fazer mais nas ruas". REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE - 12/08/2011 - 15:52


A Polícia Metropolitana londrina e o governo britânico e municipal vêm travando uma batalha política por causa dos violentos distúrbios que atingem Londres nos últimos dias. Nesta sexta-feira (12), a Polícia rebateu as críticas do Executivo britânico a respeito das ações adotadas logo após a explosão dos distúrbios, afirmando que os políticos britânicos estão criticando sem ter conhecimento do problema.

"As críticas vêm de pessoas que não estavam lá", disse o comissário interino da Scotland Yard, Tim Godwin, após duas noites de calma que seguiram os distúrbios mais graves vividos em décadas em Londres e outras cidades inglesas. Até agora esses conflitos já causaram mais de 1.600 detenções e cinco mortes.

Sem citar nomes, Godwin aludia ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e à titular de Interior, Theresa Mai, ausentes do país por férias até dias depois que começaram os graves distúrbios no bairro londrino de Tottenham, na noite do sábado. Ambos os políticos, por sua vez, consideraram que a presença policial foi reduzida nos primeiros dias de distúrbios e criticaram o fato de os saques e incêndios de edifícios e veículos não terem sido tratados como atos criminosos desde o início. Diante do mal-estar despertado entre os policiais, Cameron declarou nesta sexta-feira que sente "um grande respeito" pelo corpo policial.

O jornal inglês The Guardian realizou uma pesquisa online para verificar a satisfação da população com ambas as instâncias públicas e ver em quem o povo inglês mais confiava. Os resultados apontam uma insatisfação generalizada contra o prefeito de Londres, Boris Johnson, e contra Cameron, enquanto que, no geral, a avaliação do papel da Polícia no combate aos arruaceiros tem sido positiva.

A Polícia chegou a perder o controle em vários bairros de Londres até que na terça-feira foram enviados 16 mil agentes às ruas. Na noite da segunda-feira, o último dia de incidentes na capital, edifícios inteiros de bairros como Croydon e Ealing foram incendiados e grupos de jovens saquearam lojas e destruíram veículos. Com o papel da Scotland Yard em xeque, o presidente da Associação de Oficiais da Polícia (ACPO, na sigla em inglês), Hugh Orde, negou com firmeza que as táticas policiais tenham sido endurecidas por conta da intervenção dos políticos.

A pesquisa do The Guardian aponta que 61% dos ingleses considera que a Polícia tem usado sua força na medida correta no combate à violência. 45% apoiam o comissário Godwin, enquanto que 44% rejeitam as ações tomadas por David Cameron. Segundo o jornal, a população tem não apenas confiado mais na Polícia que nos políticos, como apoia suas respostas firmes contra os manifestantes, tão criticadas pelos parlamentares.

Hugh Orde assegurou que a decisão de adotar uma postura "mais contundente" para restabelecer a calma foi tomada pela Polícia, e não pelo governo, e lembrou que foi preciso enfrentar "uma situação sem precedentes em circunstâncias únicas". Para o vice-presidente da Federação de Policiais, Simon Reed, os comentários dos políticos foram um "golpe baixo" para os "valentes agentes" que tiveram que lidar com uma situação excepcional.

O chefe do Executivo, que convocou novamente seu gabinete de crise, afirmou que políticos e policiais trabalharam juntos para pôr fim aos distúrbios, mas reiterou que "claramente havia uma necessidade de fazer mais nas ruas" e de "mudar as táticas".

Após visitar um quartel de bombeiros em Salford (Manchester), outro foco dos conflitos, o líder conservador considerou "correto" que a Polícia tenha aumentado o número de agentes e aumentado seu rigor para enfrentar os jovens rebelados.

Na capital britânica, o número de detidos pelos atos violentos, desordens e saques já chega a 1.103 pessoas, das quais 654 foram processadas, segundo os últimos dados da Scotland Yard. Em batidas efetuadas na manhã desta sexta-feira em casas do centro de Londres, a Polícia Metropolitana prendeu dois adolescentes de 16 e 17 anos, suspeitos de saquear lojas de luxo do bairro de classe alta Chelsea. Os agentes encontraram um telefone celular com imagens dos saques em uma joalheria e uma loja de roupa e levaram artigos da grife Hugo Boss no valor de 1.300 libras.

Além disso, cinco pessoas morreram até o momento por conta da violência, a última delas um homem de 68 anos que foi gravemente ferido na segunda-feira e morreu na quinta-feira à noite. Richard Mannington Bowes, foi atacado por um grupo de jovens enquanto tentava apagar um incêndio provocado em Ealing e sofreu graves ferimentos na cabeça que o deixaram em coma. Um jovem de 22 anos está sendo investigado pelo assassinato.

As outras vítimas foram um homem de 26 anos atingido por disparos em um carro no bairro londrino de Croydon e três muçulmanos atropelados em Birmingham (centro da Inglaterra) quando protegiam sua vizinhança.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mesmo num país de primeiro mundo e com uma das melhores polícias do mundo, a ingerência política-partidária inoportuna contamina a técnica e a solução dos problemas de segurança pública.

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