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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

OPERAÇÕES POLICIAIS - CRITÉRIOS PARA COBERTURAS JORNALÍSTICAS

Polícia quer critérios para coberturas jornalísticas de operações no Rio. Agência Brasil - Correio Braziliense. 07/11/2011 12:13

O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, disse nesta segunda-feira (7/11) que quer estabelecer um critério para coberturas jornalísticas de operações policiais nas favelas do estado. A afirmação foi dada um dia depois da morte do cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, baleado durante uma operação policial na favela de Antares, na zona oeste da cidade.

“Vamos tentar reunir os sindicatos dos cinegrafistas, dos jornalistas, para conversar, para ter um critério de segurança. Quando um policial falar com um repórter: 'daqui vocês não podem passar’, que eles entendam e, por segurança própria, obedeçam a orientação dos policiais”, disse o comandante da PM.

A imprensa entrou na favela, durante a operação de ontem (6), junto com policiais do Batalhão de Choque e depois que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) já havia ocupado a comunidade e a troca de tiros inicial tinha cessado. No entanto, quando os jornalistas já estavam nas ruas da favela de Antares, o tiroteio recomeçou.

“O Bope entrou, mas os bandidos se deslocam [dentro da própria favela] e os policiais do Choque acabaram dando de frente com esses marginais. O policial vai entrando e eles [os bandidos] vão se deslocando para outros locais. Nesse caso, infelizmente [eles se deslocaram], para onde estava o cinegrafista”, disse.

Segundo o comandante, a polícia não “convida” a imprensa para cobrir as operações dentro das favelas, mas os jornalistas acabam acompanhando os policiais por conta própria. “A imprensa nunca foi convidada, só que o repórter, principalmente quem cobre a área policial, é um 'policial'. Infelizmente aconteceu isso [a morte] com esse nosso amigo”, afirmou.

Durante cerimônia da troca de comando da Força de Pacificação do Complexo do Alemão, o comandante militar do Leste, general do Exército Adriano Pereira Júnior, lamentou a morte do cinegrafista. “Rendo minha homenagem hoje ao cinegrafista morto da Band e esperamos que nosso trabalho [do Exército] colabore para que, fatos como esse, não se repitam no estado do Rio de Janeiro, nem no nosso país, ou seja, que profissionais exercendo a sua atividade percam a vida de forma brutal como foi o ocorrido ontem com o cinegrafista”, disse o general.

Anistia critica operação policial que provocou a morte de um cinegrafista. Agência Brasil - CORREIO BRAZILIENSE, 07/11/2011 14:42

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional criticou a operação da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro na Favela Antares (em Santa Cruz, zona oreste), que provocou a morte de pelo menos cinco pessoas, entre elas o cinegrafista Gelson Domingos da Silva, que estava fazendo a cobertura jornalística da ação. A PM disse que a missão dos policiais era checar informações de que líderes do tráfico de drogas, fortemente armados, estavam reunidos na favela.

"Nesse caso, em particular, o que aconteceu foi uma tragédia", disse o representante da entidade para Assuntos Relacionados ao Brasil, Patrick Wilcken. "A Anistia critica essas operações militarizadas no Rio, onde a polícia invade uma comunidade. Isso põe em risco a vida de pessoas da comunidade e, também, de jornalistas."

Wilcken ressaltou que o tipo de operação gera violência desproporcional sobre as comunidades mais pobres. Em relação à morte do cinegrafista Gelson Domingos da Silva, da TV Brasil e da TV Band, ele disse que esse tipo de cobertura jornalística é "intrinsecamente perigosa".

Silva foi alvejado por um tiro de fuzil enquanto gravava um tiroteio entre polícia e traficantes. Apesar de estar vestido com um colete à prova de balas, o equipamento não era resistente a tiros de fuzil. O representante da Anistia disse desconhecer os detalhes da morte do cinegrafista, mas ressaltou que cabe às empresas jornalísticas fazer tudo que puderem para proteger os funcionários.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro classificou como "pífio" o tipo de colete à prova de balas fornecido aos jornalistas em operações de risco. A entidade também cobrou que o Grupo Bandeirantes auxilie financeiramente a família do cinegrafista.

A TV Band divulgou uma nota em resposta ao sindicato na qual informa que o colete usado por seus repórteres é do modelo "de maior capacidade de proteção liberado pelas Forças Armadas para utilização por civis". A emissora também disse que profissionais que atuam em situações de risco têm contratos de seguro diferenciado.

A operação na Favela Antares acabou apenas na manhã de hoje com cinco mortos e nove pessoas presas. Foram apreendidos um fuzil, três pistolas, cinco rádios, drogas e 10 motocicletas. Segundo a PM, entre os presos estão o gerente do tráfico local, Renato José Soares, conhecido como BBC, e o braço-direito dele, Leandro Ferreira de Araújo, conhecido como China.

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