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terça-feira, 15 de novembro de 2011

PACIFICAÇÃO - FUZIS E BAZUCAS SÃO APREENDIDOS NA ROCINHA


Fuzis, bazucas e camisas falsas da polícia são apreendidas na Rocinha. Armas estava enterradas numa localidade conhecida como Dioneia - SÉRGIO RAMALHO e VERA ARAÚJO; O GLOBO. 14/11/11 - 20h54 - MARCELO CARNAVAL / AGÊNCIA O GLOBO

RIO - Fuzis, camisas falsas da Polícia Civil e até bazucas foram apreendidas na tarde desta segunda-feira por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na Rocinha. Cem camisas falsas foram encontradas na localidade conhecida como Curva do S, e há suspeitas de que os uniformes seriam usados por traficantes para escapar da comunidade antes da ocupação da favela, no domingo. Os policiais do Bope apreenderam ainda 24 fuzis, duas bazucas, dois lança-rojões, uma escopeta calibre 12 e três mil projéteis, além de 24 quilos de cocaína. Todo o material estava enterrado numa localidade conhecida como Dioneia. De acordo com nota enviada pela Secretaria de Segurança, moradores fizeram uma denúncia anônima sobre o local ao Bope.
Policiais da 39 DP (Pavuna), com apoio da Core, desenterraram armas e drogas da localidade conhecida como Vila Verde, na Rocinha, no início da noite desta segunda-feira. Estava enterrado embaixo de uma sapata de concreto, atrás de um Ciep, quatro fuzis, 14 granadas, cinco pistolas, 12 carregadores de pistola, 32 carregadores de fuzis, 10 rádios, uma quantidade de cocaína ainda não contabilizada e três toucas ninjas e farta munição. Sete policiais passaram cerca de oito horas cavando o local com a ajuda de uma britadeira para chegar ao material. Os agentes foram conduzidos por uma denúncia e por informações oriundas de uma investigação da 39ª DP.

De acordo com a secretaria de Segurança do Rio, até o momento, o balanço da operação Choque de Paz dá conta de seis pessoas presas. Foram apreendidos mais de 100 tipos de armas, sendo 43 fuzis, duas bazucas, uma escopeta, uma submetralhadora e duas espingardas, quase meia tonelada de drogas e 75 motos. Também foram recolhidos 27 máquinas caça-níqueis, quatro rádios-transmissores, uma réplica de pistola, um notebook, um Ipod, uma câmera digital, uma barraca de camping, uma capa de colete, duas gandolas, uma farda do Exército, material hospitalar, três centrais clandestinas de TV a cabo e vinte uma mil mídias piratas, entre CDs e DVDs. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Segurança, durante a noite foram apreendidos um Astra, que seria do traficante Leão, um dos parceiros de Nem, e 50 cartões de crédito. O carro e o material foram levados para a 15º DP (Gávea).

No início da tarde desta segunda, um foragido da Justiça se entregou aos policias do Bope que estão na Rocinha. Aroldo dos Santos, de 31 anos, contou que estava no regime semiaberto, mas há 13 dias saiu e não retornou ao presídio, que fica em Niterói. Membros da associação de moradores da Rocinha intermediaram a rendição com o subtenente Marco Antonio Grippe, que elogiou a atitude do rapaz:

— Este é um exemplo que deve ser seguido — disse Grippe.

Aroldo contou que resolveu se entregar por causa dos filhos pequenos. A mãe, que não se identificou, ajudou a convencer o filho a se entregar:

— É um menino de ouro, mas a cabeça...

Nem tinha seguranças fora da favela, diz Beltrame

Em entrevista ao telejornal ‘Bom Dia Brasil’, da TV Globo, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico de drogas na Rocinha, preso na última quinta-feira, tinha seguranças dentro e fora da favela. Segundo ele, a partir de agora, será feita uma cronologia para esclarecer todo o processo que levou à prisão de Nem, assim como identificar todos que davam apoio ao traficante. Para Beltrame, o depoimento de Nem pode esclarecer casos de corrupção que envolvem policiais militares e civis.

— Qualquer palavra que tiver no depoimento dele (Nem) será minuciosamente avaliada. O que já tínhamos de informações sobre o caso se executou. Também vamos agir no sentido de prender essa quadrilha que atua fora da favela, já que ele contava com serviços de segurança fora da comunidade — afirma Beltrame.

O secretário afirmou ainda que, além da implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades, é preciso uma série de melhorias na prestação de serviços para se evitar que haja ações de corrupção nessas comunidades pacificadas. Segundo o secretário, cerca de 900 policiais devem integrar a UPP da Rocinha, segundo o site G1, da TV Globo.

— Temos que entender que uma resposta à sociedade tem que ser dada. Também cabe a nós observar para que não haja corrupção nesses locais. Que a sociedade invada essas regiões com boas ações. É isso que vai debelar o crime — declara Beltrame.

Ainda de acordo com Beltrame, a operação realizada na Rocinha, no Vidigal e na Chácara do Céu, neste domingo, foi um trabalho de inteligência e não de guerra.

— A polícia não quer confronto. É preciso planejar antes de agir. Nós precisamos encurtar cada vez mais essa distância da sociedade com a polícia. E esse resgate vem sendo realizado. A Rocinha teve resultado com lisura. Um sem o outro fica incompleto. É uma obrigação nossa a paz — disse o secretário.

José Mariano Beltrame não afirmou qual comunidade será a próxima a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora, mas deixou a entender que a implantação de UPPs na Zona Oeste também está nos planos da Secretaria de Segurança Pública.

PRF aumenta fiscalização no Sul Fluminense para coibir possíveis fugas de traficantes do Rio

Policiais rodoviários federais montaram barreiras nas estradas que cortam o Sul Fluminense e Costa Verde, como Presidente Dutra, Rio-Santos e Lúcio Meira. As vias podem servir de rota para eventuais fugas de traficantes das comunidades do Rio que foram ocupadas pelas forças de segurança pública. Segundo o inspetor Carlos Fernandes Nogueira, o efetivo da PRF foi redobrado nas estradas. A Polícia Militar também fiscaliza veículos nas principais entradas das cidades, como em Volta Redonda e Angra dos Reis.

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