Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ORQUESTA AFINADA

BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL
Porto Alegre, Segunda-feira, 14 de Novembro de 2011.


O Estado, em uma ação cinematográfica, demonstrou que é capaz de diminuir a arrogância do crime organizado, que como bem se viu mantém espaços destinados a julgamentos sumários com a aplicação imediata de pena de morte aos seus desafetos.

O denominado crime organizado não é e nunca foi forte. O Estado é que é fraco quando permite o crescimento de grupos marginais. Acompanhei pela TV a operação Choque da Paz, que devolveu aos cerca de 70 mil cariocas a condição de cidadãos brasileiros. Assim como as anteriores implantações de UPPs em outras comunidades cariocas, a chegada dos 3 mil homens, com apoio de seis blindados da PM, conhecidos como caveirões, 18 blindados da Marinha, quatro helicópteros da PM e outros três da Policia Civil, foi um sucesso absoluto, resultado de meses de planejamento e reconhecimento do território, bem como acompanhamento com espiões das forças de Estado atuando infiltrados na região. Assistimos a tão falada e pretendida "vontade política" que tanta falta faz nas ações de governos em atendimento às necessidades básicas dos brasileiros. Sobrou maturidade, competência, determinação e espírito de cooperação entre as instituições. Em nenhum momento se percebeu chiliques de competição entre os integrantes das Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Civil ou Polícia Militar. Agiram como uma orquestra afinada e harmoniosa sob a batuta do maestro José Mariano Beltrame, o gaúcho secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Nenhum tiro foi ouvido durante toda a operação de ocupação do território compreendido entre as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu.

Segundo Beltrame: "O nosso objetivo era devolver aquele território à população e isso foi feito. Se chegou nesse local há muito pouco tempo, mas o mais importante é que foi sem disparar um tiro, sem derramar uma gota de sangue de seja lá quem for". Ele ressaltou: "Traficante sem território é menos traficante". Por sua parte, a Delegada Martha Rocha, Chefe da Polícia Civil, conclamou: "Mulheres da Rocinha, deem informações, tragam notícias e nos permitam cada vez mais fazer essa grande varredura na devolução desse território a quem pertence, que é o povo da Rocinha." Criminosos tentaram colocar barricadas e jogaram óleo na pista, mas isso não impediu a chegada das tropas ao alto do morro. "Às 4h do domingo, uma coluna com 18 blindados e cerca de 700 homens avançou pelas vias das comunidades para começar a inserção dos homens. Às 4h30min, ocorreu a chegada às comunidades, incluindo o uso de helicópteros com câmera de observação térmica. E às 6h, nossos homens informaram que todas as comunidades ocupadas já estavam sob controle", afirmou o coronel Pinheiro Neto, chefe de Estado Maior Operacional da Polícia Militar.

A Rocinha já não é mais escrava dos narcotraficantes, vivendo "sob o jugo do fuzil", como afirmou Beltrame. No entanto, ninguém é ingênuo a ponto de acreditar no fim do tráfico de drogas, considerando que na ação foi colocado sob controle o território do tráfico, mas não o dos consumidores lá embaixo no asfalto, em tríplex, mansões e apartamentos de cobertura, ou mesmo da classe média, onde estão abrigados os consumidores que mantêm a exuberância do comércio maldito. O Estado, em uma ação cinematográfica, demonstrou que é capaz de diminuir a arrogância do crime organizado, que, como bem se viu, mantém espaços destinados a julgamentos sumários com a aplicação imediata de pena de morte aos seus desafetos. O episódio permite sonhar com a mesma determinação e estratégia dos agentes de Estado não só na área da Segurança Pública, como também na Educação e Saúde. Ontem, o Sindicato Médico do Rio Grande do Suk denunciou que pacientes em estado gravíssimo não estão sendo transferidos para UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) no Hospital de Pronto Socorro, com leitos disponíveis por falta de atendentes de enfermagem! Uma situação inacreditável!

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