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segunda-feira, 20 de junho de 2011

FACÇÕES CRIMINOSAS SÃO RETIRADAS DA MANGUEIRA


GUERRA DO RIO - Operação tomou morro vizinho ao Estádio do Maracanã, palco da final da Copa de 2014 - HUMBERTO TREZZI, ZERO HORA 20/06/2011

A retomada do Morro da Mangueira promovida ontem por 750 PMs dos batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Choque é simbólica, já que era um dos locais mais armados do Rio de Janeiro – puro domínio do Comando Vermelho, facção dominante do crime organizado, há décadas.

Aoperação, iniciada às 6h, contou com apoio de 14 blindados das polícias e dos Fuzileiros Navais, quatro helicópteros, caminhões, motos, reboques, ônibus, ambulâncias e outros veículos. E contou com o tradicional simbolismo: no alto da favela, na localidade conhecida como Caixa D’água, uma bandeira do Brasil foi hasteada. Os policiais apreenderam 32 veículos que seriam do tráfico.

A ação representa mais do que a recuperação de um território, é um passo decisivo para a consolidação do cinturão de segurança que as autoridades fluminenses prometem montar para a Copa do Mundo de 2014. A Mangueira fica quase junto ao Maracanã, estádio em que deve ser realizada a final da Copa. Este é, portanto, o tamanho da importância do feito de ontem.

Mais uma vez os bandidos foram avisados de que o Estado retomaria o território e fugiram antes da ocupação. Uma estratégia que vem dando certo desde a implantação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), e lá se vão mais de dois anos – a pioneira ocorreu em dezembro de 2008 no Morro Dona Marta, na badalada Zona Sul, de onde se avista o Pão de Açúcar e o Corcovado.

A debandada de criminosos na região da Mangueira começou em 30 de maio. A polícia já recebeu informações de que traficantes da comunidade, assim como outros refugiados no local após a retomada dos territórios dos complexos do Alemão e da Penha, fugiram. Entre eles, Fabiano Atanázio da Silva, o FB, chefe do tráfico na Vila Cruzeiro, e Alexander Mendes da Silva, o Polegar, dono da venda de drogas na Mangueira. Na mais recente operação realizada na favela, em 19 de maio, a PM descobriu um túnel usado por bandidos na Rua Visconde de Niterói em fuga para diferentes pontos da comunidade.

Até a Copa, as próximas conquistas devem ser as áreas de acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (como as favelas do Complexo da Maré). É nítida a intenção de Cabral de livrar a orla turística mais importante do país do banditismo. E o que há de errado nisso, afinal? Se não for possível vender aos turistas a segurança que eles desejam, continuarão evitando o Rio, o que representa a asfixia econômica da metrópole.

Ainda falta um grande desafio às autoridades fluminenses, ocupar a Rocinha, a maior favela do país. Quando isso acontecer, o cinturão litorâneo carioca estará livre dos tiroteios que tanto infernizaram a Cidade Maravilhosa.

A RECEITA

- A receita das UPPs é simples: fixar policiais em lugares onde antes eles não ficavam (as favelas) ou sequer entravam. Sempre buscando contato e apoio dos moradores.

- Outros postos comunitários deverão ser instalados até o fim do ano na Penha e no Alemão, áreas já retomadas pelas forças e que estão sob controle das Forças Armadas desde o final do ano passado. À direita e à esquerda, os opositores do governador fluminense Sérgio Cabral dizem que a estratégia das UPPs é eleitoreira, que 18 unidades, abrangendo cerca de 40 comunidades, não representam nada numa cidade com mais de 900 favelas. Acontece que são as principais comunidades e, não por acaso, situadas no cartão-postal mais famoso do Brasil.

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