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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A GUERRA DO RIO - TRÁFICO E MILÍCIA, AMEAÇAS PERMANENTES

Rio: a permanente ameaça do narcoterrorismo - Milton Corrêa da Costa, O GLOBO, 29/06/2011 às 16h41m


Ainda que tenha sido detectado como fato isolado, o confronto do último final de semana no Rio entre policiais militares da UPP do Morro da Coroa e marginais da lei, no qual um soldado resultou gravemente ferido por estilhaços de granada arremessada pelos meliantes, a inteligência policial já detectou o possível desencadeamento de represália de traficantes em razão de intervenção do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), culminando, durante um confronto numa favela do bairro do Engenho da Rainha , Zona Norte do Rio, na semana passada, na morte de oito bandidos. A polícia encontra-se pois, preventivamente, como não poderia deixar de ser, em estado de alerta. A ação de represália resultaria em ataques sucessivos desferidos contra viaturas e cabines da PM e contra delegacias policiais.

Ressalte-se que na noite da última segunda-feira dois mototaxistas foram mortos a cerca de 500 metros da UPP do Morro do Andaraí, saindo ferida ainda uma mulher que se encontrava no local. A motivação do crime - os bandidos passaram de carro atirando - seria a recusa dos mototaxistas a continuarem a pagar 'pedágio' a ex-traficantes da área. Na Mangueira, uma família acaba de ser expulsa do local por dar apoio explícito à implantação da UPP naquele morro.

Se associarmos tal ousadia do banditismo à constante apreensão de paióis de armas e munições, além de drogas, acrescido da ação de milicianos - seis deles foram presos recentemente com pesado arsenal no Morro do Fubá -, chegamos à conclusão que o narcoterrorismo e as milícias, apesar de enfraquecidos pela forte repressão policial, permanecem bem vivos e prontos a desafiar a sociedade e o poder do Estado, pela prática da ousadia, do terror e da intimidação pelas armas de guerra.

Registre-se que, no caso do narcoterrorismo, apesar da importante vitória da polícia do Rio na tomada de favelas do Complexo da Penha, em novembro último -um episódio memorável de restauração da ordem pública e sem precedentes -, tal doutrina não sucumbiu em sua essência. Há mais de 900 favelas não ocupadas por UPPs nas Zonas Norte e Oeste da cidade e na Baixada Fluminense, à mercê de traficantes e para onde já migraram diferentes facções criminosas.

Portanto, a conclusão a que se chega é que o enfrentamento ao tráfico e às milícias, com base em dados da inteligência policial, precisa prosseguir de forma permanente e obstinada. Até aqui, vencemos importantes batalhas, mas não a guerra pela paz social. Os arsenais e as drogas continuam chegando aos morros e favelas do Rio numa grave e permanente ameaça à sociedade. O preço da liberdade, neste caso, será a eterna vigilância. Narcoterroristas e milicianos permanecem vivos e bem ousados.

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