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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A GUERRA DO RIO - ENFRENTAMENTOS, TIROTEIOS E MAIS MORTES



Mais mortes e tiroteios no Rio onde as UPPs ainda não chegaram - Carolina Heringer, Guilherme Amado, Paula Bianchi, Paulo Carvalho e Thamyres Dias , EXTRA, 24/06/2011 às 01:00


Fora dos cinturões de segurança criados pela pacificação de grande parte das favelas da Zona Sul, do Centro e da Tijuca — o último, fechado desde o domingo passado, com a ocupação da Mangueira —, confrontos entre o tráfico e a polícia continuam a assustar moradores de diferentes áreas do estado. Na madrugada desta quinta-feira, policiais do Bope mataram oito pessoas numa operação de repressão ao tráfico no Morro do Engenho da Rainha, no bairro de mesmo nome. A ação se junta a outras que, ao contrário da ocupação sem tiros do morro verde e rosa, ainda aterrorizam quem mora na parte do Rio sem UPPs.

Desde a noite da última quarta-feira, o 41ºBPM (Irajá) faz um cerco no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho. Durante a ação, houve confronto entre a polícia e traficantes, e o músico Josimar Amanso Gomes, de 47 anos, foi ferido por uma bala perdida. Ele foi operado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e passa bem.

Na Zona Oeste, embora policiais do 14º BPM (Bangu) tenham negado que estivessem ocorrendo operações na favela Vila Aliança, em Bangu, ontem, moradores ouvidos pelo EXTRA afirmaram que até um caveirão entrou na favela à tarde.

— Teve caveirão e tiroteio entre os traficantes e a polícia. Mas no fim do dia eles foram embora — explicou um morador, que preferiu não se identificar.

Na Vila Kennedy, também na Zona Oeste, tiros foram novamente ouvidos por moradores, na noite de ontem. Embora as ruas de acesso à favela ainda estejam ocupadas — desde que bandidos rivais tentaram uma invasão, no início do mês —, moradores afirmam que não há policiamento reforçado dentro da comunidade.

— Aqui dentro, tudo continua a mesma coisa. Às vezes, fico pensando que isso aqui nunca vai melhorar — criticou um morador da Vila Kennedy.

No Instituto Médico-Legal, familiares dos mortos choravam, chocados com o tiroteio. A maioria preferiu não conversar com a imprensa. O reconhecimento dos corpos seguia até a noite de ontem. De acordo com informações do IML, cinco dos oito mortos no confronto com PMs não moravam na Mangueira. Dois não foram identificados ainda pela polícia.

Os nomes divulgados pelo IML são: Diego Cordeiro Neves, de 24 anos, João Carlos da Silva, de 27, Robério Antônio da Silva, de 28, Marcos Flávio de Almeida Moreira, de 20, e Magno Alves dos Santos, o Fofo, de 23 anos, e um menor de 17 anos.

Um homem que se identificou apenas como Custódio disse ser pai de Iraquen Conceição da Silva, que teria morrido na operação e pode ser um dos não identificados. Segundo ele, o rapaz abandonou o tráfico e foi ao morro para encontrar conhecidos:

— Ele foi lá ver o negócio de uma festa com alguns amigos. Já esteve envolvido com o tráfico, mas parou faz tempo.

Iraquen, de 32 anos, morava com os pais na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.

Já Talita Cunha da Luz, de 19 anos, namorada de um dos mortos sem identificação, de 16 anos, ambos moradores do Engenho da Rainha, diz que o rapaz era inocente:

— Mataram sem motivo. Ele fugiu de casa ontem de manhã. Era trabalhador.

Enquanto aguardava parentes de Magno Alves dos Santos, um homem conversava por telefone, dizendo que o rapaz era morador da Mangueira. Conhecido como Fofo, Magno veio de São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense, para o Rio, onde teria se envolvido com o tráfico. As informações são de conhecidos da cidade.

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