Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

FATOR GRÉCIA - ONDA PREOCUPA O MUNDO


FATOR GRÉCIA. Nova onda de crise preocupa o mundo. Impasse na liberação de recursos para pagar a dívida grega pode ser estopim de outra turbulência global - ZERO HORA, 16/06/2011

Era para ser uma manifestação pacífica da terceira greve geral convocada na Grécia só neste ano, mas cenas de violência e caos conflagraram o centro de Atenas e contagiaram de insegurança todo o planeta. O temor é de que o conflito materializado no berço da democracia seja o epicentro de um novo tsunami de crise global. A paralisação foi convocada para protestar contra o pacote de ajustes que deveria ser aprovado até o final do mês, exigência para liberação da segunda parcela do socorro internacional à economia grega.

Falta apoio ao governo para aprovar as medidas e, sem os recursos, a Grécia não teria como pagar a dívida. É a perspectiva de uma moratória em euros que assombra um continente acossado por problemas financeiros. Na melhor das hipóteses, aumentaria o custo do crédito de Portugal, Espanha e Irlanda, entre outros.

Nas ruas, o confronto entre a polícia e um grupo liderado por encapuzados que se infiltraram entre manifestantes armados apenas de cornetas, apitos e panelas deixou vários feridos. Para tentar vencer o impasse, o primeiro-ministro grego, o socialista Georges Papandreou, anunciou mudança no governo. O líder da oposição, o conservador Antonis Samaras, foi convidado a compartilhar o poder, mas, para aceitar, exige a renúncia de Papandreou. Se não houver acordo, o primeiro-ministro pretende seguir no cargo.

– Amanhã (hoje) formarei um novo governo e pedirei um voto de confiança do Parlamento – disse Papandreou na TV.

No dia anterior, uma reunião de ministros das Finanças da zona do euro terminara sem resultados, mostrando falta de acordo sobre a forma de ajuda à Grécia. A Alemanha pretende que credores privados, como bancos, seguradoras, fundos de pensão e investidores, aceitem dar prazo de sete anos aos vencimentos da dívida grega, parte de um pacote no qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia voltariam a emprestar dinheiro.

No entanto, Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia e França exigem que a participação do setor privado seja voluntária, para evitar a percepção de que a Grécia é incapaz de honrar sua dívida. Isso poderia desencadear um terremoto nos mercados e colocar em perigo toda a zona do euro.

Todos somos gregos - MARTA SFREDO

Não estão restritos aos arredores da Praça Syntagma, cenário ontem de violência e descontrole, os efeitos do impasse da dívida da Grécia. Desde a crise de 2008, afogada por bilhões de dólares e euros estatais, analistas alertavam que a farra do endividamento público desembocaria na ressaca dos déficits. Não havia alternativa, mas a dosagem de intervenção deveria ser feita com critério e cautela.

Não foi por falta de advertência que os europeus seguem andando em círculos na busca de solução, enquanto mercados tremem ao redor do mundo. Se o maior prejuízo até agora é dos gregos – uma das discussões, ontem, era o corte de 150 mil de 700 mil empregos públicos –, todos perdem com a insegurança gerada pela indefinição.

Vítima de ironia histórica e semântica, a Grécia sofre com medidas draconianas – sinônimo de severidade por referência a Draco, ateniense que escreveu o primeiro código penal no século 6 antes de Cristo. Se a crise não for contida, o aperto ameaça sufocar outra vez todo o planeta.

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