Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

domingo, 9 de janeiro de 2011

CIDADE MARAVILHOSA


Cidade Maravilhosa, por Alexandre Bach, Jornalista, ZERO HORA, 9/01/2010

Dizer que o Rio de Janeiro continua lindo é chover no molhado, ainda que as imagens mais recentes vindas de lá tenham mostrado homens de preto fortemente armados dirigindo blindados de guerra favela acima, enquanto traficantes vestidos com bermudões e correntões corriam morro abaixo. Só que ao vivo o quadro é outro, pintado com tintas mais serenas. Mostra uma belíssima cidade que está se preparando para dois grandes eventos, Copa 2014 e Olimpíada 2016.

Primeiro, é preciso entender que existem dois Rios. Um do morro, outro da praia. Crise de violência, explicava um antigo policial quando estava no poder, é quando os dois se encontram.

O morro está mais tranquilo, atestam alguns moradores da cidade. A bem-sucedida operação no Complexo do Alemão mostrou aos traficantes que, finalmente, as forças da lei acharam o caminho da roça e prometem trilhá-lo também em outras áreas controladas pelo crime. Por conta disso, chefes de bandos estão sendo flagrados em direção a outras áreas do Estado, principalmente a Região dos Lagos.

A praia, do seu lado, está cada vez mais bela. Mais convidativa ao prazer, ao lazer, ao bem-estar. Não só do carioca, mas de homens e mulheres (e afins) de todo o mundo. Andar pelo calçadão de Copacabana ao final da tarde, beber um chope em Ipanema e pegar uma praia na Barra continua sendo o melhor programa do Brasil.

Neste início de ano, os dias que passei vivendo essas maravilhas cariocas me fizeram refletir o quanto ainda precisamos nos preparar para a Copa do Mundo. Não é uma secretaria especial da cidade ou do Estado, evidentemente com diversos CCs, como gostam os políticos, que vai conseguir isso. O que vai fazer a diferença é a nossa disposição para abandonarmos discussões que há anos nos levam do nada ao lugar nenhum, dando muito espaço para análises ideológicas e pouca chance para reformas concretas, e colocarmos mãos à obra. Um exemplo? O total abandono do porto da Capital.

A governadora que saiu autorizou um processo de mudanças. O governo federal já reclamou, dizendo que não aceita o projeto, e o agora governador avisou que vai pedir à companheira no poder em Brasília que a autorização da antecessora no Piratini seja mantida e as obras saiam do papel. Aposto que, mais uma vez, sem nenhuma surpresa, vamos esbarrar numa longa e inócua discussão ideológica sobre a ocupação da área. E nada vai andar. Os galpões do cais continuarão privatizados, ou seja, acessíveis apenas para quem tiver dinheiro para pagar o aluguel e realizar neles seus eventos.

E a tal continuação do trensurb pelas principais vias de Porto Alegre? Onde foi parar o assunto?

Enquanto isso, a subida ao Pão de Açúcar e ao Cristo Redentor foram entregues à iniciativa privada. Zero de discussão. Banheiros estão limpos, os bondinhos saem no horário e os cafés estão quentes e as frutas saborosas nas áreas de alimentação. Ganha o turista, ganha o carioca. Na beira da praia, banheiros limpos funcionam junto aos modernos quiosques ou abaixo da areia, em áreas que parecem porões dos calçadões. Aqui, só é possível fazer xixi em meio à mata selvagem e suja da beira do Guaíba.

Pelas ruas da parte central da grande metrópole, que vai do Maracanã à Barra da Tijuca, viaturas das polícias civil e militar se revezam com patrulhas da polícia municipal. Há poucas crianças perambulando, quase nenhum pedinte em sinaleira, raros moradores de rua. A cidade está bem cuidada, talvez com o reparo de que alguns sacos de lixo ainda ocupam cantos em horários indevidos. E o surpreendente: a sensação de segurança é melhor do que em muitas áreas de Porto Alegre, por mais difícil que seja acreditar nisso.

Sei que as linhas acima vão gerar muita análise, muito descontentamento, e vão dar margem para muita discussão, pelo viés da esquerda, pelo olhar da direita.

Então vamos para o nosso esporte favorito, discutir.

Enquanto isso, os cariocas estão trabalhando.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - CONCORDO! Os cariocas estão trabalhando, falta os gaúchos mostrarem a cara e a coragem.

Precisamos de uma Porto Alegre repleto de policiais a pé, motorizados nas ruas, a cavalo nos parques e morros, e em embarcações ao longo do Guaíba. Precisamos de policiais 24 horas por dia (ao anoitecer e na madrugada também), fixos em locais estratégicos e nos bairros. Precisamos de postos policiais descentralizados em contato com o cidadão. Precisamos de policiais discretos patrulhando as ruas. Precisamos de policiais em número suficiente para patrulhar, investigar os delitos e fazer as pericias operacionais. Precisamos de um Departamento Prisional organizado, estruturado em níveis de gestão e execução, uniformizado, adestrado e capacitado por nível de segurança que define o tipo e os objetivos sociais de cada presídio. Precisamos de uma justiça coativa e com um legislativo presente, comprometidos com as questões de ordem pública. Precisamos de ministério público e defensorias próximas e vigilantes. Precisamos de um departamento de saúde que atenda as dependências e desvios mentais. Precisamos de uma educação que profissionalize jovens e apenados. Precisamos de uma cidade alegre, fraterna, turística, laborosa e boa de se viver e investir.

Para tanto, precisamos de um povo menos condescendente e muito mais alerta, diligente, proativo, mobilizado, indignado e com coragem para exigir dos Poderes de Estado seriedade, aplicação coativa da lei, probidade, decisão oportuna, investimentos e gestão governamental priorizando o bem comum e a paz social. Ao invés de discutir....vamos trabalhar.

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