Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MÍDIA PALOMENSE

JUREMIR MACHADO DA SILVA, CORREIO DO POVO, 27/10/2011

Depois de algum tempo de marasmo, o clima esquentou em Palomas. A revista Oia resolveu assumir de vez o Judiciário, a Polícia Federal e o ministério público. Faz tudo: investiga, indicia e julga. Manda prender e soltar. Faz até jornalismo. Muitas vezes, salvo em literatura, onde impera a conivência, bom. Mas não por virtude. Sabendo que o pior só pode vir do pior, transforma em verdades absolutas as delações de excluídos de esquemas. É o ciclo da corrupção: o aliado de ontem é o denunciante de hoje. O Partido dos Tauras, quando estava na oposição, levava a sério qualquer denúncia. Os Passarinhos e os Capetas, quando estavam na situação, chamavam tudo de denuncismo de desqualificados. Agora que está na situação o Partido dos Tauras chama tudo isso de denuncismo de desqualificados. Os Passarinhos e os Capetas, agora que estão na oposição, levam a sério qualquer denúncia. Uau!

Oia detonou um ministro com base nas informações de um deserdado do esquema. Aí o sujeito vem e diz que não tem provas contra o ministro. Oia precisa checar o que conta. Os palomenses, em todo caso, não botam a mão no fogo pelo ministro. Mas, ressabiados com tantos escândalos, não acreditam nas virtudes da Oia. Sabem que o melhor do jornalismo investigativo não pode ser investigado. Ou que boa parte das investigações nada tem de investigação, resumindo-se a desovar dossiês recebidos prontos de mulheres ou maridos traídos ou de cúmplices desesperados por um acerto de contas. Tanto faz. Importa o resultado. Desde que a denúncia seja verdadeira. Nem sempre é. Mas aí o que interessa é causar algum estrago. Boa parte dos palomenses não está nem aí para a corrupção. Finge, contudo, indignação. É a melhor maneira de extravasar o ódio que sentem por gente de esquerda.

Já a Rede Baita Sol resolveu atacar o governador da província de Palomas. Acusou-o de querer, durante uma palestra num evento sobre mídia, censurar o jornalismo investigativo e de tentar implantar um tribunal comunicacional, uma espécie de inquisição. A Rede Baita Sol, como se sabe, é muito seletiva e esqueceu de citar todo o parágrafo do discurso do governador que contraria a tal ideia de censura. A Rede Baita defende a liberdade absoluta de expressão desde que possa omitir tudo aquilo que atrapalhe a sua absoluta liberdade de expressão e comprometa a absoluta liberdade de expressão daqueles que ela deseja desqualificar. Na liberdade absoluta de expressão da Rede Baita Sol não entra, por exemplo, qualquer liberdade de expressão crítica aos monopólios na comunicação. Faz sentido. Um sentido bastante particular.

A Rede Baita Sol ainda não percebeu que a fase áurea do neoliberalismo, que tanta ama, passou. Continua achando que modernidade é pouco Estado e muita privatização. Autodenomina-se moderna e rotula de atraso tudo o que contraria o seu reacionarismo. Não percebe que essa sua modernidade é o verdadeiro atraso. A Rede Baita Sol já louvou a modernidade chilena em educação e a modernidade do FMI na Argentina. Palomas está livre do FMI, que anda tentando quebrar de vez a Grécia e outros países europeus com suas antigas modernidades. Mas bá!

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O Juremir poderia complementar este artigo dizendo que tudo isto é fruto de uma constituição esdrúxula, benevolente, detalhista, confusa e imprópria de uma carta-magna que fomenta as desordens, a impunidade, os privilégios, os direitos sem contrapartidas e a centralização da justiça num poder aristocrático, burocrata, moroso, distante e estimulador das impunidades, das desordens, da desarmonia, das dúvidas, das indecisões e das divergências. Se Palomas fosse um país sério e republicano, os Poderes seriam harmônicos e fortes, as leis seriam respeitadas, os autores das ilicitudes seriam presos, os corruptos devolveriam o dinheiro desviado, os beneficiados entrariam com contrapartidas controladas, e o povo viveria numa bela paz social.

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