Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A GUERRA DO RIO - MORRO, SELVA E MAR

Morro, selva e mar, por Cláudio Brito,Jornalista - Zero Hora, 29/11/2010

Na linguagem da favela, “tá tudo dominado”. É o que se pode dizer dos últimos dias nos morros cariocas.

– Finalmente – dirão alguns mais apressados.

Imaginando que a guerra tivesse acabado com a retomada da Cruzeiro e o cerco decisivo ao Alemão, pode haver alguém mais entusiasmado com os resultados que o Estado alcançou ao buscar de volta os espaços que sua omissão entregara ao narcotráfico.

Ainda falta muita coisa até confirmar-se a pacificação pretendida pelos projetos de segurança pública com cidadania. O Rio chega lá, com certeza. Tudo se encaminha para o sucesso da estratégia traçada há três anos, quando carros de combate (urutus e caveirões) entraram nas batalhas travadas contra o crime nas grandes avenidas, palco dos incêndios de ônibus e automóveis, como nas vielas onde vivem as comunidades acuadas pelos traficantes. Repetia-se o que em 2003 já ocorrera no Carnaval. O Exército foi às ruas para impor respeito. Agora, começou pela Marinha, que tem a cara do Rio, é a mais carioca das corporações militares, especialmente os fuzileiros navais com seus equipamentos pesados e suficientes para passar por cima do que atravessarem diante deles.

Mudou a indecisão quanto ao papel constitucional das Forças Armadas, que sempre tiveram prevista a missão que agora cumprem. O Brasil está unido ao Rio e as forças federais são a garantia disso.

O que mudou, mais ainda, foi a atitude da população daquelas regiões. Quem antes dava cobertura ao traficante agora alcança um copo d’água ao soldado do Bope que sobe a colina para arrancar bandido da toca. Dá mesmo para se acreditar que, no morro, está bem resolvida a questão. Falta ainda vencer em duas frentes maiores e mais distantes: a selva e o mar.

Ainda é preciso agir com mais eficiência nas matas de nossas fronteiras com países produtores de maconha e cocaína, por onde também passam fuzis, metralhadoras e explosivos. É necessário desarmar os soldados do tráfico no Rio, mas tem a mesma importância o combate ao contrabando de armas junto às fontes fornecedoras, com projetos que envolvam países vizinhos e, necessariamente, nossas Forças Armadas.

Na Guanabara, tem mais barcos de bandidos carregados de armas proibidas que peixinhos no fundo do mar.

É a única explicação para tanto armamento e tanta droga em uma cidade que não fabrica uma pistola e nem planta um pé de coca.

O cenário é múltiplo: morro, selva e mar. Os especialistas dirão se o enfrentamento deve ser de uma vez, atacando-se as três frentes ao mesmo tempo, ou se uma escalada será o mais indicado. A realidade agora se antecipa ao próximo roteiro do cinema. Tropa de Elite 3 está em cartaz. O mundo inteiro está assistindo, nas telas dos computadores e da TV, no rádio, nos jornais e nas revistas.

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