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terça-feira, 30 de novembro de 2010

PACIFICAÇÃO - MILITARES FEDERAIS PODEM COMANDAR UPPs


Militares podem comandar novas UPPs. Governador anuncia unidade pacificadora nas favelas e prefeitura inicia melhorias em saúde, educação e obras - O Dia, 30/11/2010

Rio - A implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro, em Ramos e na Penha, deve ocorrer até julho do próximo ano. A data foi anunciada ontem pelo governador Sérgio Cabral. Até a chegada das UPPs, Cabral espera contar com o apoio das tropas das Forças Armadas na região.

Além da invasão militar, a região também ganhará a ocupação social: a Prefeitura do Rio dá inicio hoje a série de melhorias nos complexos de favelas, sobretudo nas áreas de conservação, saúde e educação. Há projetos também de obras, como a construção do plano inclinado da Igreja da Penha, tradicional ponto do bairro, para facilitar o acesso.

Após reunião com os 25 secretários ontem, o prefeito Eduardo Paes anunciou que, hoje, 600 garis e 70 equipamentos serão utilizados na limpeza e remoção de obstáculos da via. As aulas em 31 colégios municipais da região serão retomadas. As comunidades também ganharão 19 unidades escolares e outras oito serão reformadas. Crianças e professores terão acompanhamento psicológico e serão construídos três Ginásios do Amanhã, com horário integral para turmas do segundo segmento do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano).

Já a ajuda dos militares, segundo Cabral, está acordada com o Ministério da Defesa, faltando acertar detalhes técnicos. “As conversas estão adiantadas e a permanência do Ministério da Defesa assegurará a continuidade da nossa cronologia de implantação das UPPs no Rio. Acredito que as UPPs no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro estejam instaladas no sexto ou sétimo mês de 2011”, afirmou Cabral. O governador acredita que as unidades podem estar instaladas até antes do prazo.

A Secretaria de Segurança Pública já decidiu que a PM não irá mais sair do complexo de favelas do Alemão e da Penha. Para isso, o comando da PM criará três batalhões provisórios, até a implantação efetiva das UPPs. As novas unidades de campanha serão subordinadas ao tenente-coronel Edivaldo Camelo. Cada uma terá, no mínimo, 100 homens. Na ocupação dos dois complexos, há 1.100 homens da PM de 16 batalhões.

Novas unidades podem ter auxílio de militares

A Secretaria de Segurança Pública quer costurar com o Comando Militar do Leste (CML) nova parceria e criar uma espécie de UPP comandada pelos militares em favelas do Rio. A proposta é a de que o Exército atue como as tropas de paz da ONU no Haiti, onde o Brasil tem homens do Exército, Marinha e a Aeronáutica.

Lá, os militares fazem patrulhamento. Aqui, eles fariam o mesmo tipo de policiamento em comunidades libertadas do tráfico de drogas. O projeto da Secretaria de Segurança está sendo guardado a sete chaves. A meta é tentar convencer as autoridades do Governo Federal sobre a viabilidade da ideia até as Olimpíadas de 2016.

Efetivo é maior que o já existente nas UPPs

O efetivo necessário para ocupar permanentemente e pacificar os complexos do Alemão e da Penha ultrapassa o atual número de homens que trabalham em UPPs. Nas 12 unidades instaladas são 2.037 PMs. Segundo o comandante das unidades, coronel Robson Rodrigues, a estimativa é que sejam necessários 2.200 homens, pelo menos. Os complexos podem receber 4 ou 5 UPPs, com bases avançadas, cabines e aparato tecnológico para facilitar a comunicação entre os policiais.

“A gente precisa desmembrar a estrutura para ter controle maior e mais proximidade com a população”, disse. Ainda esta semana, uma equipe do comando das UPPs já começa a circular pelas comunidades do Alemão e do Complexo da Penha para avaliações.

Reportagens de Adriana Cruz, Beatriz Salomão, Diogo Dias, Francisco Édson Alves, Isabel Boechat, João Noé, Leslie Leitão, Luarlindo Ernesto, Lúcio Natalício, Mahomed Saigg, Marco Antonio Canosa, Maria Inez Magalhães, Maria Mazzei, Ricardo Albuquerque e Thiago Feres

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se esta idéia for confirmada, o Estado estará adotando uma medida totalitária, anti-democrática e de desmoralização da polícia militar. A competência do policiamento ostensivo é exclusiva da polícia militar e as UPPs são um tipo de policiamento ostensivo. As Forças Armadas só devem atuar na segurança pública em época de paz, mediante lei federal de caráter emergencial.

Veja abaixo a preocupação dos militares...

Permanência no Rio preocupa militares - ZERO HORA, 30/11/2010

Mesmo contrariado, o Exército deve permanecer no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro até julho de 2011. As tropas federais substituirão as polícias Civil e Militar nas duas comunidades ocupadas no Rio de Janeiro. A avaliação da cúpula é que há um consenso político, irradiado a partir do Planalto, que prega a permanência das tropas nos morros e torna a ampliação da missão irreversível. O clamor da população, que apoiou maciçamente a operação contra o tráfico e a presença do Exército, é outro fator que levou a essa decisão. Os militares estão preocupados com a mudança da missão, que deixará de ser apenas de controle das entradas e saídas do morro para se tornar uma tarefa de quase policial. O receio do comando é que a duração da missão, somada ao novo perfil de operação, coloque os militares em contato íntimo com o narcotráfico, que pode contaminar setores do Exército. Nesse período de quase oito meses, o efetivo de 800 homens do Exército dever ser mantido.


PERGUNTA DA HORA: Aliás, onde estão nossos congressistas que ainda não criaram lei emergencial para salvaguardar a participação das FFAA nesta operação de guerra urbana no Rio? Quem assumirá a responsabilidade no caso de enfrentamento com mortes?

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