Pensamos: ‘O que a gente está vendo?’ - Tatiana Nascimento repórter do Globocop, de onde foi gravada a fuga de traficantes, POR JOÃO FELIPE BRUM, Zero Hora 27/11/2010
Repórter da Rede Globo no Rio, a gaúcha de Pelotas Tatiana Nascimento, 40 anos, estava no helicóptero da emissora que registrou as imagens responsáveis por deixar o mundo perplexo na quinta-feira: a fuga de centenas de bandidos da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão.
Apesar de sua experiência de 10 anos na capital fluminense, ela se surpreendeu com a cena, como narrou a ZH:
Zero Hora – Como foi a cobertura no Globocop?
Tatiana Nascimento – Na quinta, decolamos às 6h10min e desci quase às 16h, depois das imagens da fuga da Vila Cruzeiro para o Conjunto do Alemão. Hoje (sexta-feira), tivemos uma restrição do espaço aéreo em toda a Zona Norte, a pedido de polícia, pois havia confrontos mais diretos com os traficantes. Tivemos de ficar a uma distância de 10 quilômetros de onde estava acontecendo o conflito.
ZH – Na quinta-feira, quem mais estava no Globocop?
Tatiana – Além de mim, estavam o piloto e o operador da câmera, Francisco de Assis. Como eles voam quase diariamente, têm o olhar muito treinado para perceber, do alto, alguma confusão. Nossas imagens pareciam muito próximas, mas estávamos a uma distância grande do local, até para nossa segurança.
ZH – Algum tiro passou perto do helicóptero?
Tatiana – Não. Em nenhum momento percebemos algum tipo de ameaça. Tínhamos um equipamento que permitia aquele grau de aproximação da imagem, mas estávamos a uma distância grande do local, pelo menos uns quatro quilômetros. Conseguimos ver as primeiras barricadas, os carros queimados, os tanques da Marinha entrando na comunidade. Foi um privilégio poder registrar aquelas cenas. Depois, a cena da fuga. Nunca havíamos visto um número tão grande de bandidos reunidos.
ZH – Qual era a sensação?
Tatiana – Quando vimos os tanques da Marinha, nós nos surpreendemos da mesma maneira que os bandidos ficaram surpresos quando depararam com todo aquele aparato. Pensamos: “O que a gente está vendo?”. Era a sensação de que algo diferente estava acontecendo.
ZH – Durante a cobertura, deu tempo para sentir medo?
Tatiana – Não tive medo de ser atingida. Mas havia um receio por toda a situação que estávamos vendo. Sabemos que é um momento importante para o Rio, porque nunca vimos uma operação desse porte.
ZH – Já havia feito outra cobertura com imagens tão chocantes?
Tatiana – No Rio, infelizmente, temos esse histórico de violência. Já cobri chacinas, situações muito violentas. Mas, ao vivo, eu nunca tinha feito uma cobertura assim. A grande diferença foi toda a comoção que houve para uma operação em uma favela do Rio. Isso foi a primeira vez que aconteceu.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O que teve de bom nas imagens transmitidas pela Globo foi o fato de acordar a sociedade e, em especial, as autoridades investidas nos três Poderes de Estado, responsáveis pelo governo do Brasil. Denúncias da mídia, clamor popular, problemas policiais e mortes de inocentes não foram suficientes para chamar a atenção destas autoridades como foram as imagens de ontem transmitidas para o mundo. Um Exército traficante bem armado e ousado saiu d mundo da fantasia para uma realidade que os governantes não queriam enxergar. Parabéns à Rede Globo e seus corajosos repórteres.
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"Uma nação perdida não é a que perdeu um governante, mas a que perdeu a LEI."
Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
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