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sábado, 4 de dezembro de 2010

A FUGA - Chefe traficante teria fugido do cerco em viatura da Polícia Civil


Traficantes teriam fugido do cerco ao Complexo do Alemão em viatura da Polícia Civil - O GLOBO, 04/12/2010 às 00h14m; Daniel Brunet

RIO - O traficante Alexandre Mendes da Silva, o Polegar, e um comparsa, identificado apenas como Ninho, teriam fugido do cerco ao Complexo do Alemão escondidos em uma viatura da Polícia Civil. Denúncias anônimas sobre o incidente foram encaminhadas ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia Civil. A suposta fuga teria acontecido na sexta-feira da semana passada, horas depois de a polícia e os Fuzileiros Navais terem invadido, na tarde de quinta-feira, a Vila Cruzeiro, na Penha, e um grupo de bandidos ter se escondido no Complexo do Alemão.

O denunciante passou às autoridades, inclusive, o número da placa da viatura, que é um gol preto descaracterizado, que teria sido usada para tirar os marginais da favela. No sistema da Secretaria estadual de Segurança, o carro consta como sendo da 126ª DP (Cabo Frio), delegacia que não participou das operações policiais.

De acordo com a denúncia, feita na última terça-feira, Polegar e Ninho teriam sido colocados no porta-malas do carro, onde estariam dois homens usando camisas da Polícia Civil. O denunciante conta ainda que a dupla teria sido levada para a Região dos Lagos. A informação anônima ganhou força, quando o MP confirmou que a placa do carro era de uma viatura da delegacia de Cabo Frio, que fica na mesma região para onde os traficantes teriam fugido.

- Demos prioridade a essa denúncia, pois ela trouxe elementos robustos. A informação do destino bate com a origem dessa viatura - comentou o ouvidor-geral do Ministério Público estadual, promotor Gianfilippo Pianezzola, que recebeu a denúncia e a encaminhou à 1 Central de Inquérito do órgão, setor do MP com atribuição para investigar esse caso.

Criado na Mangueira, o traficante Polegar tem três condenações e ficou preso de 2002 a 2009. Após cumprir um sexto da pena, ele passou para o regime semi-aberto, mas não voltou mais para a cadeia. Ao brigar com o irmão, o traficante Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha, que seria o chefe do tráfico na Mangueira, Polegar deixou a comunidade e encontrou refúgio no morro pelo Complexo do Alemão. No Morro da Grota, inclusive, ele morava em uma mansão de três andares - com piscina e banheiro com hidromassagem -, encontrada pela polícia, no último domingo.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil confirmou que a corregedoria da corporação recebeu a informação e que o órgão está pronto para apurar com isenção essa e qualquer outra denúncia de abuso ou desvio de conduta que possam ter sido praticadas por policiais, durante as operações nos complexos da Penha e do Alemão.

Por meio do telefone 127 ou do site do MP, a ouvidoria do órgão recebeu, até a manhã de sexta-feira, 42 denúncias referentes à ocupação policial no Alemão - 38 delas são relativas a fuga de traficantes.

O delegado Henrique Pessoa, titular da 126ª DP (Cabo Frio), contou que vai abrir sindicância para apurar a denúncia. Pessoa comentou que, por causa de dois ataques a carros em Cabo Frio, dias antes da invasão ao Alemão, o efetivo da unidade ficou de prontidão e nenhuma viatura tinha autorização para sair da cidade.

- Temos um controle de entrada e saída das viaturas, do uso de combustível, da quilometragem. Acredito que não será difícil descobrir se essa viatura saiu daqui e quem a dirigiu - explicou.

Mulheres de traficantes terão bens bloqueados - O Globo, 03/12/2010 às 23h56m - Sérgio Ramalho

RIO - Denunciadas à Justiça nesta sexta-feira por crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Viviane Sampaio da Silva e Silvânia Fernandes - respectivamente mulheres dos traficantes Alexander Mendes, o Polegar, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco - terão os bens sequestrados e as contas bancárias bloqueadas. O patrimônio em nome das mulheres e de outros parentes dos dois bandidos foi estimado em cerca de R$ 5 milhões.

Além de Viviane e Silvânia, outras dez pessoas foram denunciadas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 1 Central de Inquéritos do Ministério Público do Rio. Entre elas figuram os pais e o irmão de Viviane, mulher de Polegar. As investigações da 9 DP (Catete) comprovaram que Genival Gerônimo da Silva, Antônia Aragão Sampaio e Victor Sampaio Gerônimo tiveram os nomes usados para tentar acobertar a compra de imóveis. Entre eles, um apartamento no Leblon e uma casa em Cabo Frio, na Região dos Lagos.

De acordo com a denúncia do MP, o apartamento onde Viviane morava com os filhos, na Barra da Tijuca, está em nome de Lúcia de Souza Melo, que também foi denunciada, juntamente com Elci Pontes Ferreira e Jorge Pontes Ferreira Júnior.

As investigações do Gaeco e da 32ª DP (Taquara) referentes a Silvânia Fernandes constataram que a mulher de Elias Maluco tinha em seu nome até uma casa no bairro Casa Amarela, em Recife (PE). Além desse imóvel, foram descobertos em seu nome um apartamento no Condomínio Cidade Jardim, em Jacarepaguá, uma casa triplex com piscina, no Anil, e uma em Maria da Graça.

Na denúncia relacionada a Silvânia, os promotores também incluíram sua mãe, Zilda Fernandes, e Jorge Luiz da Cunha - todos acusados de crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Somadas as penas máximas para esses crimes, os denunciados poderão ser condenados a 18 anos de prisão. Os promotores também incluíram na denúncia os traficantes Polegar, que permanece foragido, e Elias Maluco, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

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