Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A GUERRA DO RIO - TRÁFICO PERDE MILHÕES



Tráfico perde milhões. Apreensões geram um prejuízo superior a R$ 50 milhões ao crime, além de perda de poder Zuenir Ventura, jornalista e escritor - HUMBERTO TREZZI | ENVIADO ESPECIAL/RIO, 01/12/2010.

Só em drogas e armas, os bandidos do Comando Vermelho perderam mais de R$ 50 milhões em menos de uma semana, com os prejuízos causados pelas ocupações na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. A PM do Rio estima perda ainda maior: por volta de R$ 100 milhões.

O maior impacto se refere a drogas. Conforme a Secretaria da Segurança Pública, foram apreendidas cerca de 33 toneladas de maconha e 300 quilos de cocaína. Transformada em papelotes, a cocaína – que é comprada na Bolívia a R$ 1 mil o quilo – é revendida, nas favelas cariocas, a R$ 12 mil. Os 300kg apreendidos, portanto, representam perda líquida de R$ 3,6 milhões.

As perdas com maconha foram bem mais substanciais. Com o quilo revendido no Complexo do Alemão a R$ 700 – embora adquirido a R$ 150 no Paraguai – os traficantes podem ter perdido em torno de R$ 23,1 milhões.

Mas a droga não preocupa tanto os traficantes quanto a perda de armas. De acordo com o delegado Eduardo Clementino, que representou a cúpula da Polícia Civil na tomada do Alemão, armamento tem um acréscimo de valor incalculável: significa controle de território e formação de base.

As armas são obtidas pelos traficantes por um preço até 10 vezes maior que a venda comercial para as Forças Armadas, calcula Carlos Alberto Portolan, consultor em segurança pública e ex-chefe da segurança do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

–Um fuzil calibre 7.62mm, tipo o FAL (padrão do Exército, muito usado pelos traficantes) custa R$ 50 mil, embora para as Forças Armadas saia por R$ 10 mil. É que os vendedores de armas embutem no preço o risco de serem presos – pondera Portolan.

O custo das armas também depende do ano de fabricação e da quantidade comprada. Uma pistola é vendida por R$ 6 mil, quando custa R$ 2 mil. A granada, que custaria R$ 800, no mercado negro chega a R$ 2 mil.

O último balanço apresentado pelas polícias Militar e Civil fluminenses contabiliza 205 armas apreendidas na Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão. Entre elas, 22 fuzis, duas metralhadoras pesadas (antiaéreas), nove submetralhadoras (portáteis), seis escopetas, uma carabina e 24 armas leves, como pistolas e revólveres. Além delas, 120 granadas.

Somadas aos 400 veículos apreendidos – 350 deles, motos – o prejuízo pode ultrapassar R$ 50 milhões.

– Eles estão com as duas pernas quebradas. Qual empresa consegue se estruturar depois de perder R$ 100 milhões (valor estimado pela PM)? – questiona o chefe operacional do Estado Maior da PM, coronel Álvaro Rodrigues Garcia.

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