INFORME ESPECIAL | FÁBIO PRIKLADNICKI (Interino)
Diversas instâncias têm se juntado em um esforço que parece ter a intenção de desacreditar os movimentos sociais. Os veículos desse esforço incluem notícias e opiniões que confundem o leitor desatento por meio de construções baseadas em evidências frágeis.
Um diz que diz demonstraria uma suposta ligação do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) com os responsáveis pelo acendimento do rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade e que, dias depois, o levaram à morte. Tudo pode mudar, mas até agora nada foi comprovado sobre a suposta relação. A violência deve ser condenada, mas as manifestações – desde que pacíficas – devem continuar.
Não têm faltado formadores de opinião alardeando supostos pagamentos para os black blocs. O documento que embasa a acusação, até agora, é uma lista de pessoas – entre elas, dois vereadores do PSOL, um delegado e um magistrado – que ofereceram valores como R$ 300 e R$ 400 para o evento Mais Amor, Menos Capital, realizado em dezembro na Cinelândia, que tinha como objetivo a arrecadação de doações para moradores de rua.
Em meio a tudo isso, está em discussão o projeto de lei do Senado que define crimes de terrorismo. Como se sabe, terrorismo é uma palavra curinga na política internacional, frequentemente utilizada para criminalizar pessoas que desafiam o poder institucionalizado. Nelson Mandela já foi chamado de terrorista. Caso vingue, a lei facilitará a repressão do direito à manifestação. Muitas autoridades não querem que o mundo veja, transmitida em alta definição, a insatisfação popular com os gastos públicos exorbitantes que financiam a Copa do Mundo no Brasil.
É proibido proibir, dizia Caetano Veloso durante a ditadura militar. Em um país cujas instituições, infelizmente, são vistas com desconfiança pela população, ainda há muito sobre o que protestar. Sempre pacificamente.
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