Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

PERDA DE CONTROLE



ZERO HORA 08 de fevereiro de 2014 | N° 17698


EDITORIAIS




Além de transtornos e prejuízos incalculáveis para a população, a prolongada paralisação do transporte público em Porto Alegre está destruindo a confiança dos cidadãos nas instituições e provocando danos visíveis no próprio movimento sindical. Pelo que se viu ontem, com alguns profissionais pressionando para trabalhar e esbarrando em piquetes reforçados por ativistas profissionais, o movimento já divide os próprios trabalhadores e fragiliza a entidade representativa da categoria. Os próprios dirigentes do Sindicato dos Rodoviários já reclamam abertamente da interferência de políticos, integrantes de movimentos sociais e militantes de organizações das mais diversas origens.

O pior para os grevistas bem-intencionados é que o movimento chegou a um ponto em que companheiros de trabalho brigam entre si. Isso ficou evidente ontem, depois que os funcionários da Viação Teresópolis Cavalhada tentaram sair para trabalhar e foram impedidos por uma minoria. Registrou-se, inclusive, o apedrejamento de um dos 13 veículos que chegaram a circular por alguns momentos, o que os obrigou a retornar à garagem.

É difícil acreditar que um colega de ofício jogue pedras no outro – ou o ameace de morte, como denunciou um dos motoristas. Mas o depoimento dos profissionais registrado em vídeo por este jornal não deixa dúvida: muitos queriam voltar ao trabalho e se consideravam cerceados no seu direito pelos chamados piqueteiros. O presidente do sindicato, Julio Gamaliel, reclamou abertamente durante entrevista coletiva de que os políticos estão prejudicando as negociações e de que pessoas que não fazem parte da categoria, entre elas estudantes, estavam sentados na frente das garagens.

Como há uma assembleia programada para a próxima segunda-feira, resta torcer para que os rodoviários recuperem o controle do próprio movimento e decidam de acordo com seus interesses, sem se submeterem a pressões externas. Infelizmente, crescem no país os grupos ativistas interessados em ver o circo pegar fogo, que se valem de qualquer pretexto para semear a violência e o desrespeito ao convívio democrático.

O desgaste de todas as partes recomenda que essa greve tenha um desfecho logo, de preferência de modo digno para os envolvidos. Ainda que se reconheça o direito dos trabalhadores de lutarem por melhores condições, a suspensão total da circulação de veículos foi um erro estratégico muito grande, especialmente pelos transtornos causados à população, mas também pelo menosprezo à legislação, à autoridade judiciária e ao próprio acordo firmado pelas lideranças sindicais.

Os trabalhadores rodoviários estão desafiados a evitar as más influências para recuperar a própria autonomia e a confiança da população.

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